Publicado em 10 de agosto de 2021 às 12:24
O desfile desta terça-feira (10) em frente ao Palácio do Planalto reuniu pela manhã cerca de 40 veículos militares, todos da Marinha, entre blindados, tanques, caminhões e jipes. >
A parada militar, realizada no dia da votação da PEC do voto impresso na Câmara dos Deputados e criticada como mais uma tentativa de politização das Forças Armadas, começou por volta de 8h30. >
Nesse horário, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já estava na rampa do Palácio do Planalto, acompanhado dos comandantes das três Forças: Paulo Sérgio (Exército), Almir Garnier (Marinha) e Carlos de Almeida Baptista (Aeronáutica). >
Também estavam diversos ministros, entre eles Walter Braga Netto (Defesa), Ciro Nogueira (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral) e Anderson Torres (Justiça). >
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Entre os parlamentares, estavam o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, e o deputado Evair de Melo (PP-ES). O ministro do TST (Tribunal Superior do Trabalho), Ives Gandra da Silva Martins Filho, também compareceu. >
Depois do Planalto, o comboio militar seguiu em direção à Esplanada dos Ministérios, um trajeto em que passaram ao lado do edifício do Congresso Nacional. >
No início do desfile, que durou aproximadamente 10 minutos, um militar em traje de combate desceu de um dos jipes, subiu a rampa e entregou a Bolsonaro um convite para comparecer a exercício militar da Marinha programado para agosto. A abertura está prevista para a próxima segunda-feira (16). >
Tanques e veículos militares desfilam pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília
A chamada Operação Formosa ocorre anualmente desde 1988, mas, de acordo com o Ministério da Defesa, é a primeira vez que o convite ao presidente da República ocorre durante uma parada militar. >
Durante a passagem dos veículos, um grupo de dezenas apoiadores de Bolsonaro se reuniu na Praça dos Três Poderes e entoou gritos em defesa da intervenção militar. Eles gritaram "Eu Autorizo" e "142", em referência a dispositivo constitucional que bolsonaristas dizem justificar uma eventual intervenção fardada. >
Um dia antes, em meio à polêmica causada pelo desfile de blindados, Bolsonaro postou em suas redes sociais um convite para que autoridades de Brasília, como os presidentes das Casas Legislativas e do Judiciário, recebessem também os veículos militares. Os chefes dos demais Poderes, no entanto, não compareceram. >
O desfile dos veículos provocou reação por ocorrer em um momento de tensão institucional, além de ser a data prevista para que a Câmara dos Deputados vote a PEC (proposta de emenda à Constituição) do voto impresso. O presidente já assume a possibilidade de derrota. >
Mesmo aliados do presidente reagiram ao evento militar. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que se trata de uma "coincidência trágica" que o desfile dos blindados aconteça no mesmo dia previsto para a votação da PEC. >
Após a passagem por Brasília, os veículos militares seguem para Formosa, onde será realizado um grande exercício militar, com a presença de membros não apenas da Marinha como também do Exército e da Aeronáutica. >
Embora seja um exercício de adestramento tradicional da Marinha, essa seria a primeira vez que os blindados entrariam em Brasília. Além disso, eles passaram pela Praça dos Três Poderes, em um momento de grande tensão entre os poderes, em particular entre o Executivo e o Judiciário. >
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