Publicado em 16 de julho de 2020 às 09:08
Os deputados estaduais paulistas Gil Diniz e Douglas Garcia foram expulsos do Partido Social Liberal (PSL) na noite desta quarta-feira (15). Apoiadores de Jair Bolsonaro, eles estavam em atrito com a direção regional do partido, que hoje se opõe ao presidente. >
Segundo o deputado federal Junior Bozzella, presidente do diretório estadual, ambos foram expulsos após deliberação da Comissão de Ética, por participarem de atos contrários à democracia e a instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF).>
Foi deliberada a expulsão, conforme nota do dirigente, por práticas que afrontam o estatuto do partido, especialmente o artigo que "veda atividades políticas contrárias ao regime democrático, caracterizadas pela conduta dos dois deputados em manifestações que atentam contra o STF e seus ministros".>
Ainda de acordo com o comunicado, os parlamentares tiveram amplo direito de defesa, mas não negaram os fatos.>
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"O PSL tem, em seus princípios históricos, a defesa da democracia e o fortalecimento das instituições como fundamentos inalienáveis, pelos quais todos que optem por se filiar ao partido têm ciência clara e ampla", prossegue a nota do partido. >
Diniz reagiu dizendo que "é uma honra ser expulso pelo deputado Junior Bozella, num resultado claramente viciado".>
Ele afirmou que jamais participou de atos antidemocráticos. Também negou que sua suspensão e a do colega, no fim do mês passado, tenha sido em razão do inquérito das fake news, que os investiga.>
"Nós estamos sendo sistematicamente perseguidos pelo partido, e isso não é bom para a democracia", disse.>
Apesar disso, os parlamentares não pretendem recorrer da decisão.>
Douglas, em uma rede social, também se disse vítima de perseguição política e afirmou que "é uma honra ser expulso por permanecer conservador e defender essas pautas".>
"É mentira [o motivo justificado pelo partido]. Eu jamais apoiei atos antidemocráticos. Todo mundo sabe que eu sempre defendi a democracia e sempre vou defender", disse.>
Pela legislação em vigor, parlamentares expulsos de legendas mantém o mandato e ficam livres para se filiar a outra agremiação, se quiserem.>
"Por enquanto nós estamos sem partido", informou Douglas. "Continuo trabalhando. Eu ainda posso votar, discutir, abrir requerimento.">
A disputa de poder dentro da bancada do PSL se arrasta desde o ano passado, e se intensificou com a saída de Bolsonaro do partido. A legenda hoje está firmemente nas mãos de seu presidente nacional, Luciano Bivar (PE), de quem Bozzella é aliado.>
Há também um componente eleitoral. Diniz ainda sonhava em ser candidato a prefeito de São Paulo pelo PSL, mas o caminho agora fica livre para a deputada federal Joice Hasselmann (SP) disputar a eleição pelo partido.>
A legenda agora passa a ter 13 deputados estaduais na Assembleia Legislativa. Mesmo com a redução, a sigla continua sendo a maior da Casa - à frente do PT, que tem 10 deputados.>
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