Publicado em 22 de junho de 2021 às 17:47
Responsável pela operação que fez buscas contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o delegado Franco Perazzoni foi dispensado na última quinta-feira (17), do comando da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da Polícia Federal no Distrito Federal. Apesar de perder o cargo de chefe da unidade, Perazzoni segue conduzindo as investigações que estavam sob sua alçada, inclusive a que mirou o aliado do presidente Jair Bolsonaro.>
A decisão sobre no posto estratégico da Polícia Federal no DF teria partido de dentro da Superintendência da unidade, dizem fontes da corporação. A dispensa de Perazzoni já foi publicada no Diário Oficial da União.>
O delegado é quem assina a representação de 92 páginas que culminou na abertura da fase ostensiva da Operação Akuanduba. A investigação mira um 'grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais' e está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.>
No documento enviado ao STF, Perazzoni apontou 'fortes indícios' de envolvimento de Salles em um suposto esquema de corrupção para exportação ilegal de madeira. O acervo de provas inclui relatos de reuniões com madeireiros, alterações nas regras de fiscalização, trocas de mensagens, depoimentos de testemunhas e operações financeiras suspeitas, que atingem o escritório de advocacia de Salles em São Paulo.>
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Após a deflagração da Akuanduba, Salles negou irregularidades e diz que Moraes foi 'induzido ao erro' ao autorizar a operação, classificada por ele como 'exagerada' e 'desnecessária'.>
Perazzoni não é o primeiro delegado a deixar um posto de comando após mirar o ministro do Meio Ambiente. Em abril, o delegado Alexandre Saraiva 'caiu' da chefia da Superintendência da Polícia Federal no Amazonas após enviar notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal atribuindo a Salles supostos crimes de obstrução de investigação ambiental, advocacia administrativa e organização criminosa. No mês seguinte, Saraiva foi removido da unidade da PF no Amazonas e transferido para a Delegacia da corporação em Volta Redonda, no Rio de Janeiro.>
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