Publicado em 28 de agosto de 2020 às 11:39
A defesa de Wilson Witzel (PSC) afirmou, em nota, que recebeu com "grande surpresa" a decisão de afastá-lo do cargo de governador do Estado do Rio de Janeiro. >
A medida, com validade inicial de 180 dias, foi determinada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves, que também autorizou o cumprimento nesta sexta-feira (28) de mandados de prisão e de busca e apreensão envolvendo a cúpula do poder estadual.>
"A defesa recebe com grande surpresa a decisão de afastamento do cargo, tomada de forma monocrática e com tamanha gravidade. Os advogados aguardam o acesso ao conteúdo da decisão para tomar as medidas cabíveis", disse a defesa em nota.>
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), também são alvos de busca o vice-governador, Cláudio Castro (PSC), e o presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano (PT). Castro assumirá o governo no lugar de Witzel.>
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Os policiais também buscam cumprir mandados de prisão contra o presidente do PSC, pastor Everaldo, e o ex-secretário estadual Lucas Tristão, braço direito de Witzel.>
A primeira-dama do estado, Helena Witzel, é alvo de busca e apreensão. No total, a operação Tris in Idem prevê o cumprimento de 17 mandados de prisão, sendo 6 preventivas e 11 temporárias, e 84 de busca e apreensão.>
Witzel é também alvo de um processo de impeachment na Assembleia Legislativa do Rio -o processo está travado, com recursos sobre a tramitação sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF).>
Segundo a PGR, estruturou-se no governo estadual uma organização criminosa, dividida em três grupos que disputavam o poder mediante o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos. Liderados por empresários, esses grupos teriam loteado algumas das principais pastas estaduais, como a secretaria de Saúde, para implementar esquemas que beneficiassem suas empresas.>
"O principal mecanismo de obtenção de recursos financeiros pelos grupos era por meio do direcionamento de licitações de organizações sociais, mediante a instituição de uma "caixinha de propina" abastecida pelas OSs e seus fornecedores, e a cobrança de um percentual sobre pagamentos de restos a pagar a empresas fornecedoras do estado", diz a PGR.>
A ação desta sexta-feira é um desdobramento da Operação Placebo, deflagrada em maio, que apurava um suposto esquema de desvios de recursos públicos destinados ao combate ao coronavírus no estado.>
A Procuradoria-Geral da República afirma ter provas que colocam Witzel "no vértice da pirâmide" dos esquemas de fraudes investigados no estado.>
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