Publicado em 30 de junho de 2020 às 17:31
Autorizados a reabrir desde segunda-feira (29), os principais clubes sociais de São Paulo se preparam nesta semana para receber os sócios nos próximos dias.>
Os clubes Pinheiros e Hebraica, por exemplo, decidiram retornar na próxima terça (7), enquanto o Paulistano ainda não definiu uma data.>
"Vamos tomar muito cuidado com a reabertura", diz Paulo Movizzo, presidente do Sindicato dos Clubes do Estado de São Paulo, o Sindi Clube. Ele afirma que os clubes do estado se pulverizaram entre os que já abriram, os que abrem na próxima semana e os que ainda estão estudando a data de reabertura.>
Para voltar a receber os sócios, serão obrigatórios o distanciamento social de pelo menos 1,5 metro, o uso de máscaras e o reforço das medidas de segurança.>
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As áreas externas são os únicos espaços que retomam as atividades em um primeiro momento. Parquinhos, atividades coletivas (orientadas por instrutores, técnicos e preparadores físicos), espaços fechados, bares, restaurantes e piscinas permanecem fechados.>
Os endereços não têm um horário limitado para permanecerem abertos, mas devem limitar o público para que não haja aglomeração.>
O Pinheiros prevê que o espaço volte a operar com entre 2 mil e 3 mil sócios por dia, menos da metade da média de 8 mil de antes da pandemia.>
Além da disponibilização de álcool em gel e de sinalizações das recomendações de distanciamento e de higiene, o clube elaborou uma cartilha detalhando as medidas adotadas e o que estará aberto ao público.>
Inicialmente, as atividades sociais, os espaços infantis e o cinema permanecem fechados, e os serviços médicos serão oferecidos mediante agendamento. O uso de elevadores será individual ou restrito a membros da mesma família, e todos os sócios terão sua temperatura aferida.>
A Hebraica, clube que também fica na zona oeste da capital paulista, criou um espaço de higienização logo na entrada do clube.>
Segundo o presidente, Daniel Bialski, há uma câmara de desinfecção, termômetros para aferir a temperatura, totens de álcool em gel e tapete para desinfectar os calçados. Máscaras serão fornecidas para os sócios que não estiverem com a peça na entrada.>
Já os funcionários foram divididos em grupos que terão turnos rotativos de trabalho. Os que já voltarão para as atividades presenciais foram testados para Covid-19. Os de grupos de risco ainda não retornarão.>
Por enquanto, a entrada de visitantes e convidados também está proibida.>
"Sou um felizardo pelos sócios que eu tenho porque eles entenderam o momento que estamos passando. Eles continuaram contribuindo mesmo não frequentando, sabendo da importância do clube não só para eles, mas para toda a comunidade", diz o presidente.>
Mas, assim como no Pinheiros, a falta de eventos, que não devem ser retomados por enquanto, ainda representa uma grande perda financeira para o espaço. A Hebraica teve mais de 5.700 eventos em 2019, englobando atividades como campeonatos esportivos, teatro, shows e festas.>
O Pinheiros também afirma que não houve uma saída significativa de sócios e que a mensalidade foi reduzida em 16% nos meses de maio e junho. O clube aponta uma redução de 53% da receita deste mês em comparação ao originalmente previsto.>
"Os clubes não precisam, em um primeiro momento, incentivar o retorno. É uma coisa que precisamos trabalhar com muito critério, têm as pessoas do grupo de risco e isso preocupa demais a todos nós. A grande preocupação é você ter casos nos próximos 15, 20 dias, e tenha que voltar a fechar", diz Movizzo, que também é presidente do Athletico Paulistano.>
O clube, que não tem uma data para reabertura, já definiu que funcionará 14 horas por dia e só com as atividades ao ar livre.>
O Paulistano aponta uma inadimplência de 6%, e atribui a porcentagem baixa a medidas de apoio para o pagamento, como parcelamento das mensalidades.>
De acordo com o presidente do sindicato, isso seria mais um impacto financeiro negativo em um cenário em que os clubes já tiveram grandes perdas em suas receitas.>
Segundo levantamento do Sindi Clube feito entre 25 e 26 de maio, 98% dos clubes do estado mantiveram a cobrança de mensalidade, mas 94% apontam inadimplência.>
A pesquisa ouviu 83 clubes de 45 cidades de São Paulo, e 70% deles também apontaram ter oferecido algum tipo de desconto nas mensalidades.>
"Com certeza a contribuição social é a maior arrecadação dos clubes. Ela representa hoje, em alguns deles, entre 80% e 90% da folha de pagamento", conta o presidente do sindicato.>
Em relação ao grupo de funcionários, 72% dizem ter reduzido jornada e salário. Na capital, o número sobe para 82%. Já demissões foram apontadas em 28% deles no estado.>
"Acho que a retomada é gradual, lenta, os orçamentos deverão ser refeitos e isso poderá gerar uma série de corte de eventos sociais, culturais. Para este ano, acredito que, se tiver alguma coisa [relacionada a evento] será numa proporção muito pequena. Então acredito mais em outra conquista: a de reconquistar o sócio que saiu. É uma busca que todos os clubes terão que fazer", afirma.>
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