Publicado em 8 de outubro de 2020 às 22:52
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mudou o discurso de que não iria se envolver nas eleições municipais e disse nesta quinta-feira (8) que anunciará quem são seus candidatos duas semanas antes do primeiro turno. >
"Quando faltarem duas quintas-feiras para as eleições, vou fazer campanha para alguns candidatos no Brasil", disse Bolsonaro em sua live semanal, desta vez, à bordo de um navio da Marinha no Pará.>
Antes do início da campanha eleitoral, Bolsonaro chegou a dizer que manteria neutralidade no primeiro turno da campanha eleitoral. Ele, no entanto, mudou de posição em cidades nas quais considera que há chances reais de aliados seus serem eleitos.>
Em uma live no final de setembro, o presidente disse que poderia atuar para influenciar nas disputas em três cidades: São Paulo, Santos e Manaus, mas não quis dar nomes.>
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Porém, na capital paulista, ele tem posado ao lado do deputado federal Celso Russomanno (Republicanos), que lidera as pesquisas eleitorais.>
Na porta do Palácio da Alvorada, Bolsonaro também mencionou o nome de um candidato, Coronel Menezes (Patriota), a simpatizantes de Manaus. No Palácio do Planalto, ele recebeu o desembargador Ivan Sartori (PSD), candidato em Santos (SP).>
Na live desta quinta, ele fez referências a candidatos em Belo Horizonte e Fortaleza. Sem dizer os nomes, deu informações suficientes para identificar Bruno Engler (PRTB-MG) e Capitão Wagner (PROS-CE).>
Fez o mesmo com a Coronel Fernanda (Patriota), candidata ao Senado na eleição suplementar que acontecerá em Mato Grosso.>
O objetivo de Bolsonaro ao mudar de postura é, de acordo com assessores, garantir que sua campanha à reeleição em 2022 conte com apoios regionais de peso.>
O presidente disse ter gravado vídeo para duas candidatas a vereadora de São Paulo, mas não as identificou.>
No Rio, disse ter um candidato a vereador que "o pessoal deve saber quem é". Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho de Bolsonaro, é candidato à reeleição.>
Pressionado por sua base ideológica, o presidente Jair Bolsonaro usou a live também para tentar se explicar em relação à indicação do desembargador Kassio Nunes Marques ao STF (Supremo Tribunal Federal) e à declaração que deu na quarta-feira (7) sobre a Lava Jato ter acabado em seu governo.>
Visivelmente irritado, falando palavrões em série, Bolsonaro reagiu ao fogo amigo de que tem sido alvo desde a semana passada.>
"Não é infiltrado da esquerda, como o pessoal diz aqui nas mídias sociais, não. Não é petista. É gente da direita mesmo, essa direita burra. É moleque fedelho, cheirando ainda a fralda, tem fralda ainda, que quando eu participei da luta armada no Vale do Ribeira, do lado do Exército brasileiro, o pai de vocês nem tinha nascido ainda. E o pessoal agora se vê no direito de criticar com baixaria", disse Bolsonaro ao comentar as críticas sobre a indicação ao STF.>
Ele também tentou explicar o discurso feito na quarta-feira em um evento no Palácio do Planalto, quando disse que "eu acabei com a Lava Jato porque não tem mais corrupção no governo".>
"Pro meu governo não tem mais Lava Jato. Não temos uma notícia de corrupção. Então, para nós, a Lava Jato não tem finalidade, graças a Deus. Agora, para os demais órgãos do Brasil, alguns estados, alguns municípios, vai continuar funcionando normalmente", disse na noite desta quinta.>
Bolsonaro afirmou que quem diz que ele está acabando com a Lava Jato "ou é desinformado ou está de má fé ou estar com dor de cotovelo".>
"Questão Lava Jato está entendido ou eu já acabei com a Lava Jato? Isso é para pessoas realmente que, como eu disse, não conseguem acompanhar o raciocínio, uma figura de linguagem até que a gente usa, ou está de má fé", afirmou.>
Ainda sobre as críticas que têm recebido, fez alusão à Argentina, que elegeu o kirchnerista Alberto Fernández em substituição a Maurício Macri.>
"O Macri se elegeu na Argentina há cinco anos, discurso parecido com o meu. Um dos primeiros países que conseguiram se ver livres da turminha do Foro de São Paulo. Era a turminha da Cristina Kirchner, da Dilma. [Macri] Não conseguiu fazer tudo que queria, tinha problemas. Que que o pessoal fez com o Macri? Porrada nele o dia todo, inclusive chamando de abortista", afirmou Bolsonaro.>
"O que aconteceu? Voltou a 'esquerdalha' da Cristina Kirchner. Tome conhecimento o que está acontecendo na Argentina. E detalhe: vi na imprensa hoje que o presidente vai legalizar o aborto na Argentina. Tá aí, povo argentino, lamento, é o que vocês merecem", disse o presidente.>
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