Publicado em 18 de junho de 2020 às 16:09
O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira (18) a demissão de Abraham Weintraub do Ministério da Educação. A queda foi confirmada em um vídeo publicado em rede social em que os dois comunicam a exoneração.>
Na gravação, Weintraub disse que "desta vez é verdade" a sua saída. "Não quero discutir os motivos de minha saída", afirmou. Ele disse recebido um convite para ser diretor do Banco Mundial.>
Weintraub cai após um longo desgaste político com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), agravado com o episódio do último domingo (14) em que compareceu a um protesto em Brasília de apoiadores do governo.>
No vídeo de despedida, Weintraub agradeceu ao apoio e carinho que ele e a família estão recebendo. >
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"Nesse momento, não quero discutir os motivos de minha saída, não cabe, o importante é dizer que eu recebi o convite para ser diretor de um banco - já fui diretor de um banco no passado - volto ao mesmo cargo, porém no Banco Mundial. O presidente já referendou, e com isso eu, minha esposa, meus filhos e até minha cachorrinha Capitu vai poder ter a segurança que hoje, está me deixando muito preocupado", disse.>
"Estou fechando um ciclo e começando outro. E é claro que sigo apoiando o senhor, como fiz nos últimos três anos que a gente se conheceu. Nesse período, vi um patriota, que defende os mesmos valores que sempre acreditei: família, liberdade, honestidade, franqueza, patriotismo e que tem Deus no coração", acrescentou. >
"Agradeço a honra que foi participar do seu governo, presidente, e desejo toda sorte e sucesso que o senhor merece nesse desafio gigante, que é tentar salvar o Brasil. Continuarei lutando pela liberdade, só que continuarei lutando de outra forma", concluiu.>
Em seguida, Bolsonaro respondeu. "É um momento difícil, todos os meus compromissos de campanha continuam em pé, e busco implementá-lo da melhor maneira possível. A confiança você não compra, adquire. Todos que estão nos ouvindo agora são maiores de idade e sabem o que o Brasil está passando. O momento é de confiança. Jamais deixaremos de lutar pela liberdade. Eu faço o que o povo quiser", declarou o presidente.>
Bolsonaro estuda nomear o secretário nacional de Alfabetização, Carlos Nadalim, para o lugar de Abraham Weintraub no comando do Ministério da Educação. A exemplo de Weintraub, Nadalim é seguidor do guru bolsonarista Olavo de Carvalho e defensor do homeschooling - a educação domiciliar, sem precisar necessariamente da escola regular. >
A solução caseira atenderia ao desejo da ala ideológica do governo em ter um substituto que agrade a base bolsonarista. Uma das possibilidades aventadas no Palácio do Planalto é Nadalim assumir de forma interina, dando tempo para que Bolsonaro encontre um nome para comandar a pasta de forma definitiva no futuro. Assim, o presidente repetiria o que fez no Ministério da Saúde, onde nomeou o general Eduardo Pazuello, até então secretário executivo, após a demissão de dois ministros.>
Abraham Weintraub
Nadalim foi apontado com um dos articuladores para a demissão de Ricardo Velez, antecessor de Weintraub. Na época, militares e olavistas disputavam cargos importantes na pasta. Com a chegada de Weintraub, os ideológicos ganharam poder.>
Filhos do presidente e "olavistas" do governo defendem um substituto à altura e com o mesmo perfil de Weintraub para agradar à base bolsonarista. Políticos e militares, que querem um desfecho até o final desta semana, tentam convencer Bolsonaro de que é preciso encontrar um nome que blinde a Presidência das polêmicas. (com informações do Estadão e Folha de S. Paulo)>
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