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É deputado federal, coordenador da bancada capixaba em Brasília e presidente estadual do Progressistas

Tolerância zero contra criminosos: nossas famílias já não aguentam mais

Como cabo da PM, eu fiz muito pela segurança de uma trincheira na ponta da linha, mas entendi que como parlamentar eu poderia ajudar muito mais

  • Da Vitória É deputado federal, coordenador da bancada capixaba em Brasília e presidente estadual do Progressistas
Publicado em 16/09/2025 às 10h30

Uma disputa entre facções tirou, de forma covarde, a vida da pequena Bianca, de 6 anos, e junto com ela levou todos os seus sonhos. Um ataque a tiros interrompeu o curso das histórias da adolescente Sophia Vial e da manicure Andrezza Conceição. O empresário Wallace Lovato foi assassinado à queima roupa e sob o sol, no meio da rua, em um movimento premeditado.

Todos esses e um sem-número de outros crimes violentos foram registrados recentemente no Espírito Santo. Apesar de algumas salutares conquistas no campo da segurança pública, a violência em nosso Estado ainda assusta e ocupa tristes espaços em rankings tenebrosos.

Basta andar e conversar um pouco com as comunidades, como faço com regularidade desde que assumi meu primeiro mandato como deputado há quase 20 anos, para entender que a segurança pública está no topo das prioridades das famílias e dos pequenos aos grandes empresários.

Sou policial militar há quase 35 anos, já vi cenas das mais diversas, de partir o coração, entre elas as histórias de famílias inteiras despedaçadas por causa da guerra do tráfico e da incontinência da violência. Nesses e em tantos outros casos, a indignação verdadeira é o melhor detergente para limpar a criminalidade. Como cabo da PM, eu fiz muito pela segurança de uma trincheira na ponta da linha, mas entendi que como parlamentar eu poderia ajudar muito mais.

Por isso, apresentei recentemente, na Câmara dos Deputados, quatro projetos que preveem tolerância zero contra os criminosos. Eles obrigam que os condenados por crimes hediondos cumpram integralmente suas penas e que não sejam libertados na audiência de custódia. Propus também o fim do auxílio-reclusão, que bonifica marginais. E defendi, ainda, uma emenda à Constituição para destinar 5% do orçamento público no combate à violência.

Nos meus primeiros mandatos, ainda como deputado estadual, trouxe para o Espírito Santo a tornozeleira eletrônica, uma ideia ainda desconhecida do grande público, mas que funcionava em Pernambuco. Hoje, ela ajuda a desafogar o sistema penitenciário em todo o país e mantém sob intensa e rigorosa vigilância aqueles que estão à margem da lei.

Mas prender, só, não resolve. As políticas sociais são importantes. E foi pensando assim que, em 2008, me tornei padrinho do Proerd, um programa lindo, feito nas escolas e que ensina crianças e adolescentes sobre os malefícios das drogas e alerta para os perigos do tráfico, principal duto por onde corre a violência.

O endurecimento das leis e das medidas contra os criminosos já revela satisfatórios resultados nos Estados de gestores públicos que compartilham desse meu mesmo pensamento. Em Goiás, o governador Ronaldo Caiado conseguiu reduzir em 12% os homicídios, somente no ano passado. Também houve diminuição significativa de feminicídios e estupros no primeiro semestre de 2025, e 128 municípios daquele Estado estão sem registro de assassinatos.

PM anuncia reforço no policiamento durante combate ao novo coronavírus
Policiamento nas ruas. Crédito: Divulgação/PMES

No Paraná do governador Ratinho Júnior os números são ainda melhores. O Estado tem a quarta menor taxa de roubos de veículos do Brasil, com mais de 200 municípios sem registrar homicídios e 45% das cidades sem casos de roubo no primeiro trimestre de 2025. Além disso, houve um aumento de 49,7% na recuperação de celulares e a maior apreensão de drogas da história do estado

Aplacar o crescimento da criminalidade não resolve o problema; apenas o atrasa. Ter vontade é importante, mas ter visão de segurança pública é ainda melhor, e isso as mais de três décadas de Polícia Militar me deram.

Criar uma legislação que seja firme contra a criminalidade cabe ao Congresso Nacional. Na Câmara dos Deputados tenho feito meu papel, que pode ser lastreado para o Senado ou para o Governo do Estado. Quem tem boas relações em Brasilia e visão menos romântica dos criminosos consegue construir um ambiente mais seguro para nossas famílias e que beneficie também os patrimônios público e privado de cada um de nós.

Em qualquer posição que eu estiver, estarei trabalhando para que os tristes índices de violência sejam cada vez menores: hoje, estou na Câmara; amanhã estarei onde o cidadão capixaba quiser, para defender seus interesses. O meu compromisso continuará sendo o mesmo: defender nossas famílias e nosso comércio das investidas da criminalidade.

É associando políticas públicas preventivas com a tolerância zero contra quem já comete crimes que vamos avançar para um futuro sem violência. Um sonho? Talvez. Mas desde quando sonhos são impossíveis? Eles são o primeiro passo para realizarmos. Quero invocar um trecho da inspiradora música “Imagine”, de John Lennon: “Imagine todas pessoas vivendo o presente/ Imagine todas as pessoas vivendo em paz/ Você pode me dizer que sou um sonhador/ mas eu não sou o único”.

Se a gente pode sonhar, a gente pode realizar.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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