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Fabrício é mestre em administração, com especialidade em RH e diretor administrativo e financeiro do Instituto Conhecer pela Educação e Cultura (ICPEC). Enildo é mestre em Gestão Portuária - pela Escola Náutica Infante D. Henrique - Lisboa - Portugal, com especialidade em operações portuárias. Aposentado da Codesa

Portos do ES: futuro do setor é promissor

Mas depende (e muito) da capacidade de adaptar-se às demandas do mercado global e garantir profissionais qualificados e preparados para enfrentar os desafios que surgirem

  • Fabrício B. Diniz e Enildo M. Ferreira Fabrício é mestre em administração, com especialidade em RH e diretor administrativo e financeiro do Instituto Conhecer pela Educação e Cultura (ICPEC). Enildo é mestre em Gestão Portuária - pela Escola Náutica Infante D. Henrique - Lisboa - Portugal, com especialidade em operações portuárias. Aposentado da Codesa
Publicado em 05/09/2023 às 13h13
Carregamento do lítio verde da Sigma, na Vports, novo Porto de Vitória
Carregamento do lítio verde da Sigma, na Vports, novo Porto de Vitória. Crédito: Letícia Orlandi

O Espírito Santo tem se posicionado como um polo econômico relevante, impulsionado por diversos setores. Dentre eles, tem destaque o portuário, segmento de vital importância na economia nacional, influenciando o crescimento e a geração de empregos e de renda.

No país, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em março de 2023, mostram que o saldo comercial da atividade portuária atingiu US$ 11 bilhões, com exportações de US$ 33 bilhões e importações de US$ 22 bilhões, numa clara evidência da sua importância para o desenvolvimento econômico nacional.

O nosso Estado tem feito sua parte. Temos registrado aumento significativo nas exportações e importações, contribuindo para um saldo comercial favorável. Mais do que possibilitar fluxo eficiente de mercadorias, a atividade tem gerado milhares de empregos diretos e indiretos. Um exemplo relevante está no município de Aracruz, que viu a criação de 3.656 postos de trabalho formais em 2022, numa proporção de 36,12 vagas para cada mil habitantes.

Destacam-se, em terras capixabas, projetos como Porto Central e empresas como Portocel, Imetame e Jurong, dentre outras, que têm sido catalisadores do crescimento econômico e da empregabilidade. Tanto que o Estado está, atualmente, na 6ª posição no ranking nacional de geração de empregos, segundo levantamento do Observatório Portuário do Maranhão, que utilizou dados do Caged, para apresentar a dimensão do mercado de trabalho neste ano de 2023.

Também temos tido bons dados quando se trata de Produto Interno Bruto. Segundo estudo do Instituto Jones dos Santos Neves, o PIB do Espírito Santo registrou crescimento de 4,5% nos três primeiros meses deste ano, num resultado maior que o dobro do apresentado pelo Brasil, que ficou em +1,9%. A atividade portuária tem papel fundamental também nesse resultado.

Apesar dos avanços, entretanto, a empregabilidade no setor portuário enfrenta desafios e a busca por mão de obra qualificada é essencial para garantir que a expansão do setor seja sustentável. A capacitação dos profissionais se torna uma necessidade premente, considerando as demandas específicas das operações portuárias. Vale destacar que, apenas em maio deste ano, o saldo positivo do setor portuário foi de 620 vínculos de emprego no país, evidenciando a dinâmica do mercado.

E, assim como em todo o Brasil, para otimizar o crescimento do mercado portuário, aqui no Estado, é crucial a colaboração entre empresas, governo, prefeituras e instituições de capacitação. Políticas governamentais eficazes, como incentivos tributários para investimento em qualificação, são essenciais. A criação de centros de capacitação e bancos de talentos específicos para o setor podem ser ações estratégicas para fortalecer a empregabilidade e impulsionar o desenvolvimento sustentável.

O futuro do setor portuário no Espírito Santo é promissor. Mas depende (e muito) da capacidade de adaptar-se às demandas do mercado global e garantir profissionais qualificados e preparados para enfrentar os desafios que surgirem.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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