Nossa vida é impactada diretamente pelos ambientes que vivemos. Seja nos nossos lares ou em ambientes de trabalho, os espaços têm o poder de nos despertar muitas sensações e emoções. Esse tema é tão pertinente que a psicologia ambiental possui estudos que analisam o impacto e como arquitetos podem contribuir para uma maior qualidade de vida das pessoas.
Como arquiteta venho acompanhando a evolução da construção dos espaços e observando como esta relação ambiente x indivíduo reflete nas pessoas. Analiso o que leva os espaços a serem ‘melhores’ e como oferecer mais qualidade de vida por meio de projetos mais personalizados e humanizados.
A psicologia tem um papel importante, pois ao analisar por meio de índices científicos o comportamento humano, permite oferecer ferramentas a arquitetos que identificam elementos que comunicam as sensações dentro dos ambientes. Se tornou uma aliada, o que reflete em criações com tipos, modos, formas e possibilidades de projetos de forma personalizada.
A personalização dos projetos de arquitetura é o primeiro passo para alcançar uma melhor qualidade de vida. A criação de espaços tem muitas etapas que passam do objetivo funcional da ocupação do ambiente, das habilidades que se pretende estimular ali dentro e até a sensação que se quer criar ao estar nele.
Para desenvolver cada etapa, a arquitetura recorre a vários pontos como iluminação, cores, formatos, mobiliários, vegetação e objetos de decoração. Cada item tem seu papel na criação do ambiente, e cada vez mais são utilizados de forma mais consciente na busca de espaços acolhedores e produtivos para as pessoas.
Hoje sabemos que é possível estimular pontos sensoriais nos indivíduos através dos elementos que colocamos nos projetos. É possível trazer conforto a partir de uma iluminação mais suave, ou estimular criatividade em ambientes profissionais com espaços com luz natural, vegetação e visão para o exterior. Também é possível criar ambientes acolhedores quando utilizamos decoração afetiva, elementos da memória, luz suave, criando assim verdadeiros ninhos dentro dos lares.
A arquitetura é produzida com olhares atentos à identidade das pessoas, considerando como gerar qualidade de vida, levando personalização para os ambientes, fazendo com que as pessoas se identifiquem com seu próprio lar.
Essa relação saudável com o espaço, a busca de pertencimento em seus lares e locais de trabalho, entre outros lugares, é uma busca de bem-estar que o ser humano faz frequentemente e nem se dá conta, de tão natural que é. Mas ao refletirmos por que certos lugares nos deixam relaxados, e outros mais ativos, certamente acharemos elementos dentro do espaço ou da arquitetura que nos dão essas sensações.
Nas últimas décadas, observo que a busca por pertencimento tem sido cada vez maior, e as pessoas querem ter o ‘seu’ espaço. E essa transformação vem sendo alcançada por meio da arquitetura de interiores, que consegue fazer uma leitura do espaço, do indivíduo e traduzir isso com muito respeito na forma de cores, disposição de mobiliário, iluminação, enfeites e outros elementos, sem fazer uma “grande reforma”. O retorno por projetos mais personalizados tem proporcionado maior satisfação e mais alegria às pessoas.
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