Empresas e pequenos negócios liderados por mulheres têm crescido no Brasil e no Espírito Santo. O empreendedorismo feminino desempenha papel fundamental para reduzir a desigualdade de gênero e incentivar a diversidade no mercado de trabalho, além de contribuir para a autonomia financeira delas.
Dados do Sebrae apontam que empresas lideradas por mulheres respondem por 75% das vendas do e-commerce, feitas por redes sociais, aplicativos ou pela web de modo geral.
E, para celebrar o potencial feminino para negócios, um grupo de 40 empreendedoras vai apresentar seus produtos na 2ª Feira Ecológica de Mulheres Empreendedoras (Feme), que será realizada neste sábado (2), das 10h às 22h, e domingo (3), das 12h às 21h, no pátio do Shopping Mestre Álvaro, na Serra.
O evento vai contar com oficinas ecológicas, entretenimento cultural para toda a família, além de mais de 40 estandes com uma grande variedade de produtos, a maioria feito à mão, como peças de vestuário, bolsas, crochê, doces, geleias, óleos essenciais, brechó e produtos em papel reciclado — desde tags, crachás, até agendas, convites, entre outros itens.
Também haverá cosméticos com pegada cruelty-free (que não foram testados em animais durante o processo de desenvolvimento e fabricação), com embalagens recicláveis feitas de PEAD (polietileno de alta densidade), artesanato em cimento reciclado, calçados feitos a partir de pneus reciclados e muito mais.
A organizadora da feira, Crystal Araújo Vasconcellos, uma engenheira de produção que se reinventou durante a pandemia e a maternidade, se uniu com outras mulheres com os mesmos objetivos de empreender e deu vida à iniciativa.
“O projeto tem um papel fundamental de fomentar a economia solidária, impulsionando a produção de pequenas empreendedoras, e essa edição ganhou um importante apoio de Jacqueline Moraes, secretária Estadual de Políticas para as Mulheres, contribuindo com os recursos necessários para dar vida ao evento, ajudando a promover a consciência ecológica e a mais mulheres a exporem seus trabalhos”, explica Crystal.
Há mais de 20 anos no mercado, Emanuelle Nunes Righetti criou a empresa Papel Recriado (@papelrecriado), que produz papel reciclado de fibra e de sementes, tudo feito à mão. São fibras de ciclo renovável, como a de bananeira, de taboa e de palha de café, insumos que seriam descartados, mas são reutilizados sem agredir o meio ambiente. “Até a água que a gente usa é reaproveitada, só trabalho com mão de obra local e já trabalhei e ensinei tudo que sei para mais de 20 mulheres”, explica a microempreendedora.
Hoje, a empresária tem quatro mulheres contratadas, que recebem por produção, pois, além de fazerem papel, são lavradoras. Duas em Vila Velha, na Prainha, e outras duas na Região do Caparaó, onde Emanuelle adquiriu uma área de reserva desde 2009 e faz a produção dos papéis.
“O empreendedorismo feminino foi uma forma que eu tive para ficar mais perto das minhas filhas e de um assunto que eu me interesso, que é a reciclagem, a proteção à natureza", declara Emanuelle.
A empresária acrescenta que aprendeu a fazer papel reciclado em Salvador, na Bahia, onde fez um curso no Museu de Arte Moderna para criar embalagens para as bijuterias que vendia. “Quando tive minha primeira filha, o que era para ser um simples álbum de fotos para ela, de papel reciclado, se tornou uma carreira de sucesso com mais de 20 anos, com uma variedade de artigos”, diz.
A Trancozo Shoes é uma marca de calçados, fundada em 2020 pela microempresária Gabriela Trancozo, que ajuda a dar uma alternativa de descarte sustentável aos pneus usados e garrafas pets, utilizando o que seria lixo como matéria-prima.
“Desde minha infância, o empreendedorismo sempre fez parte da minha vida. Comecei vendendo miçangas para guardar um dinheiro, mas foi em 2020, durante a pandemia, que realmente mergulhei no mundo do empreendedorismo. Esse foi um momento desafiador para todos, mas vi nele a oportunidade de me reinventar e dar 100% do meu tempo ao meu próprio negócio", afirma Gabriela.
As irmãs e sócias Raffaella e Sara Garrido começaram a empreender a partir do desejo de ter o próprio negócio e se especializaram no nicho de autocuidado com a pele, através de sabonetes vegetais, e assim nasceu a Cumaru Saboaria em 2021.
“Nossa participação em feiras de empreendedorismo feminino tem uma experiência muito enriquecedora, pois temos a oportunidade de conhecer mulheres talentosas, de fazer muitos contatos, conhecer produtos locais de excelente qualidade, apreciar todo o processo criativo e o talento de outras mulheres empreendedoras”, afirma Raffaella Garrido.
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