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“A pena é ínfima", diz advogada sobre condenação de acusado de espancar mulher no ES

“A pena é ínfima", diz advogada sobre condenação de acusado de espancar mulher no ES

O crime ocorreu há quatro anos. Na última sexta-feira (2), Magnun Buzatto Marques de Almeida foi absolvido da tentativa de homicídio com a qualificadora de feminicídio e condenado por lesão corporal grave

Publicado em 4 de julho de 2021 às 11:53

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Mônica Peccini Mardegan, de 37 anos, após ser vítima das agresssões
Mônica Peccini Mardegan, de 37 anos, após ser vítima das agresssões. (Divulgação )

Para a advogada Luciana Ferrareis Roli, a condenação de Magnun Buzatto Marques de Almeida, acusado de espancar a então namorada, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, é bem menor do que a defesa esperava. O julgamento que resultou na condenação por lesão corporal grave ocorreu nesta sexta-feira (2). Magnun vai responder em liberdade.

“A pena é ínfima diante do que aconteceu, mas é a nossa lei. O crime que estava em júri era uma tentativa de homicídio com a qualificadora de feminicídio. Infelizmente não tivemos a resposta que a Mônica (vítima) buscou por quatro anos”, disse Luciana, que atua na defesa de Mônica Peccini Mardegan, de 36 anos, agredida em 2017.

Ainda de acordo com a advogada, a procuradoria irá recorrer da decisão para que Magnun seja condenado à lesão corporal gravíssima. “O Ministério Público irá recorrer, pois ele foi condenado em lesão corporal grave e acreditamos que o correto seria a gravíssima”, completou Luciana.

O júri popular foi no Fórum Desembargador Horta de Araújo, em Cachoeiro, e após voto do júri em vários quesitos, o juiz da 1ª Vara Criminal, Bernardo Fajardo Lima, absolveu o réu da tentativa de homicídio e o condenou ao crime de lesão corporal grave. Magnun seguirá em liberdade, e terá que responder a medidas restritivas. A reportagem demandou o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) para confirmar se o órgão vai recorrer da decisão. Assim que houver retorno, este texto será atualizado.

Na manhã desta sexta-feira (2), representantes da União Cachoeirense de Mulheres (UCM), manifestaram na porta do Fórum em apoio à vítima. A coordenadora da UCM, Jéssica Grilo, foi uma das que participaram do protesto. “Infelizmente ele responderá apenas por lesão corporal e será regime aberto. Isso aconteceu há quatro anos e ele conseguiu ter uma vida normal, mas ela teve a vida devastada", afirmou.

O julgamento de Magnun Buzatto Marques de Almeida começou na manhã desta sexta-feira (2). O crime aconteceu em junho de 2017
Começa júri popular de acusado de espancar namorada em Cachoeiro. (Divulgação/UCM)

No fim do julgamento, a defesa de Magnun Buzatto Marques de Almeida, representada pelas advogadas Arlete Barreto de Araújo Silveira e Márcia Pruccoli Gazoni, informou que estão felizes com o sucesso da tese defensiva que foi lesão corporal de natureza grave. “Os jurados entenderam e fizeram a justiça esperada e pleiteada em nosso trabalho. Magnum seguirá a vida, cumprirá a pena em regime aberto, o que, sem dúvida, é a resposta justa para o delito de lesões corporais”, disse.

O CRIME

A vítima Mônica Peccini Mardegan, de 36 anos, teve os dentes quebrados, uma fratura no nariz e ficou oito dias sem conseguir abrir os olhos devido aos hematomas. Ela foi agredida por Magnun Buzatto Marques de Almeida no dia 17 de junho de 2017, depois de uma festa de aniversário, no distrito de Burarama, interior do município de Cachoeiro. Eles tiveram um relacionamento de nove meses. “Fomos a um aniversário do avô dele. Eu dancei com o tio dele e ele com uma tia. Depois disso, ele me chamou para ir embora. No caminho, parou o carro e começou a me dar socos no rosto, até me mordeu. Eu pedia para ele parar, mas ele me jogou para fora do carro, no asfalto, e tentou me esganar. Pensei naquela hora que iria morrer”, relembra a vítima.

Depois de agredi-la, Magnun a teria colocado novamente no carro e a ameaçado, dizendo que a jogaria em um açude da região. No trajeto, ele teve que passar por uma praça, onde Mônica abriu a porta do veículo para pedir ajuda e, vendo seu estado, moradores conseguiram parar o agressor e socorrê-la. Dois meses após o fato, o acusado chegou a ser preso por 14 dias.

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