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Golpe da selfie: como evitar que golpistas abram contas e peguem empréstimos no seu nome

Golpe da selfie: como evitar que golpistas abram contas e peguem empréstimos no seu nome

Para enganar a vítima, estelionatários prometem benefícios ou brindes e pede, em troca, a captura do retrato; foto é usada para autorizar transações bancárias

Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 10:55

Pessoas desconhecidas pedem selfies para cometer golpes
Pessoas desconhecidas pedem selfies para cometer golpes Crédito: Annika Wischnewsky/Unsplash

Basta uma selfie, e criminosos abrem uma conta laranja em nome da vítima, capaz de responsabilizá-la por empréstimos e até por crimes como lavagem de dinheiro.

A abordagem constitui um novo golpe, divulgado em alerta da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), nesta quarta-feira (22). "O público idoso é um dos alvos preferenciais, devido à falta de familiaridade com a tecnologia", disse a entidade.

Para enganar o interlocutor, o estelionatário promete benefícios ou brindes e pede, em troca, a captura do retrato. A gratificação, oferecida em uma mensagem ou ligação fraudulenta, seria formalizada com uma visita presencial. "Um dos artifícios mais usados atualmente é a doação de uma cesta básica mensal, outro é um benefício extra previdenciário que, na verdade, não existe", afirmou a Febraban.

O pedido da fotografia ao vivo é um método de verificação de identidade a partir da biometria facial, usado em vários procedimentos do sistema bancário, incluindo a abertura de contas. Além de conferir quem é a pessoa, a tecnologia atesta que ela está viva.

"Isso faz com que seja impossível que o bandido pegue uma foto da vítima da rede social para a aplicação de um golpe no sistema bancário", disse a federação.

Os criminosos também visam alvos que já tiveram dados vazados na internet, uma vez que o cadastro em uma instituição financeira requer informações como CPF, endereço e telefone. Dados pessoais são vendidos em pacotes em endereços na deep web.

As quadrilhas ainda podem obter as informações usando sites e emails falsos, nos quais pedem dados, sob a promessa de entregar benefícios.

O estelionatário, após abrir a conta em nome da vítima, pode pedir cartões de crédito ou empréstimos, contraindo dívidas em nome da pessoa lesada.

O crime organizado também usa contas laranjas para pulverizar quantias obtidas em outras fraudes e sobrecarregar o sistema de segurança do Pix. A rastreabilidade das transferências é interrompida após um determinado número de transações (isso varia de banco a banco) devido a limitações computacionais.

Por isso, a vítima pode acabar envolvida em casos criminais sem saber da atividade ilegal em seu nome.

"Os estelionatários se aproveitam da boa-fé da população para obter vantagens financeiras", afirmou a Febraban.

A biometria facial é um dado sensível, de acordo com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Por isso, a ANPD recomenda que se evite compartilhar essa informação, sem saber a finalidade do uso.

Veja dicas para evitar o golpe

  • Nunca aceite supostos presentes e brindes inesperados sem conferir quem mandou
  • Não forneça dados pessoais em links enviados pela internet de supostas promoções e tenha muito cuidado ao preencher cadastros na internet
  • Jamais aceite tirar fotos ou selfies para receber brindes ou em qualquer outro pedido de desconhecidos

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