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Empresas e consumidores estão menos endividados no ES

Empresas e consumidores estão menos endividados no ES

Pesquisa divulgada pelo Sistema Fecomércio aponta redução na inadimplência e perfil dos empreendedores e famílias capixabas para colocar as contas em dia

João Barbosa

Repórter / [email protected]

Publicado em 21 de outubro de 2025 às 14:32

As empresas do Espírito Santo são as melhores pagadoras de dívidas e as menos inadimplentes do Brasil. Estudos do programa Connect Fecomércio-ES revelam que os empreendedores do Estado têm reduzido dívidas em atraso e, ainda neste contexto, as famílias também estão reduzindo as contas no vermelho.

  • No Estado, a taxa de inadimplência das empresas é de 24,73%, com dívidas ligadas a fornecedores e logística, por exemplo. Essa é a menor taxa entre os Estados e o número está abaixo da média nacional, de 31,75%, e da Região Sudeste, que alcançou 31,27%.

O valor médio das dívidas empresariais é de R$ 14,6 mil e, no acumulado, de aproximadamente R$ 1,9 bilhão. Os números refletem uma queda em relação ao ano de 2024, quando a taxa de inadimplência era de 25,55%.

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Empresas e consumidores estão menos endividados no ES

Segundo dados revelados pelo Sistema Fecomércio nesta terça-feira (21), no estudo ‘Retrato da Inadimplência’, o acompanhamento dos indicadores — referentes ao mês de maio deste ano — é relevante para identificação de sinais de dificuldades no pagamento de dívidas que refletem diretamente no consumo, nos investimentos e na capacidade de crescimento do setor produtivo do Espírito Santo e do Brasil.

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Menos empresas e consumidores estão endividados no ES Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A melhora nos índices mostra um perfil de reorganização financeira das empresas, como avalia André Spalenza, coordenador do Observatório do Comércio do Connect Fecomércio-ES.

“As empresas estão diminuindo o tempo de suas dívidas e também as dívidas ativas. Estamos falando de organizações dos mais variados portes, desde o microempreendedor a companhias maiores”, observa.

A pesquisa ainda revela que, mesmo com juros altos — como a Taxa Selic em torno de 15% —, as empresas do Estado conseguiram reorganizar os compromissos financeiros.

➥ O cenário, revela o levantamento, representa um ambiente mais previsível e favorável ao planejamento de longo prazo.

“O estudo destaca que a baixa inadimplência empresarial proporciona maior liquidez e flexibilidade financeira, permitindo que as companhias adotem políticas de crédito mais flexíveis para seus clientes, ampliem prazos de pagamento e negociem melhor com fornecedores. Essa solidez se converte em vantagem competitiva, especialmente diante das vendas on-line de outros Estados, em períodos estratégicos do varejo como o Dia das Crianças, a Black Friday e o Natal”,  pontua o Sistema Fecomércio.

Famílias também estão com menos dívidas

O levantamento também mostra que as famílias capixabas estão mais educadas financeiramente. A inadimplência caiu para 33,3% em agosto de 2025, frente aos 35% no mesmo período de 2024.

R$ 5.904,37

Dívida média de pessoas físicas no Espírito Santo

Segundo a pesquisa, ainda que a redução tenha sido pequena, ela reforça a tendência de desaceleração do endividamento em atraso no Espírito Santo, o que sinaliza maior controle financeiro das famílias e cria um espaço maior para sustentar gastos essenciais e ampliar o consumo em determinados segmentos do comércio.

A melhora foi mais acentuada entre as famílias com renda de até 10 salários mínimos (R$ 15.180), cuja taxa de inadimplência caiu de 39,7% para 37,2%. Entretanto, os dados mostram que os grupos de renda mais baixa ainda concentram a maior parte da inadimplência.

Painel mostra os índices das dívidas das famílias do Espírito Santo
Painel mostra os índices das dívidas das famílias do Espírito Santo Crédito: Divulgação/Fecomércio

“Em agosto de 2025, 26,3% das famílias capixabas com até 3 salários mínimos não conseguiram pagar suas dívidas em atraso em 30 dias. Esse grupo segue como o de maior risco, com um patamar historicamente elevado desde 2022, mesmo após pequenas quedas recentes”, revela a pesquisa.

Para André Spalenza, as famílias seguem a tendência das empresas na reorganização das dívidas, mas existem algumas diferenças importantes no perfil econômico de quem está endividado.

“Quando falamos de inadimplência familiar, estamos falando de situações ligadas à renda. Neste sentido, existem questões de organização e de educação financeira, mas a queda na inadimplência pode ser explicada pelos baixos índices de desemprego no Estado”, exemplifica André.

Por outro lado, o levantamento aponta que as dívidas em atraso com mais de 90 dias seguem como o maior desafio, representando 55,3% do total entre as famílias de menor renda, até 10 salários mínimos (15.180), e 52,4% entre as de maior renda, o que eleva o custo do endividamento.

Ao mesmo tempo, foi registrado um leve avanço na capacidade de pagamento: 45,3% das famílias de menor renda dizem que conseguirão quitar total ou parcialmente suas dívidas em atraso no próximo mês, frente a 45% em julho.

Em síntese, destaca o estudo, a redução da inadimplência é positiva não apenas para as famílias, mas também para o comércio e o setor de serviços, que passam a contar com consumidores em melhores condições de honrar compromissos e retomar gastos.

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