Estagiária / nicoly.sales@redegazeta.com.br
Publicado em 28 de julho de 2025 às 12:16
As confeitarias do Espírito Santo estão lucrando com o alto fluxo de procura pelo famoso “morango do amor”. Há empreendedoras que chegam a arrecadar até R$ 12,8 mil por dia com a venda exclusiva do doce. Mas, mais do que comemorar os lucros, o momento é visto por especialistas como ideal para se organizar financeiramente, fidelizar clientes e estruturar o negócio em um mercado cada vez mais competitivo.
A consultora de confeitaria Jucy Freitas explica que, embora o morango coberto com calda não seja uma novidade, foi o poder das redes sociais, aliado à estética do doce, que impulsionou a atual febre. “As caldas brilhantes, os vídeos virais no TikTok e o efeito replicador da internet transformaram algo tradicional em um fenômeno”, afirma.
Segundo a mentora, o fenômeno lembra o que aconteceu com o pistache há alguns anos. Um ingrediente antes pouco popular que se tornou símbolo de sofisticação e hoje é presença constante nos cardápios de confeitarias. “Tenho alunas que estão juntando o pistache com o morango, criando versões únicas do bombom. Essa diversificação é necessária para potencializar a marca”, destaca.
Além de fortalecer o negócio, o sucesso do morango também tem despertado o interesse de novas empreendedoras. “A onda do brigadeiro gourmet, por exemplo, também revelou muita gente. O mesmo pode acontecer agora. O morango do amor está abrindo portas para quem está começando e precisa de uma chance”, diz Jucy.
Apesar do entusiasmo, a consultora alerta que o momento exige cautela e estratégia, especialmente quando se trata de precificação. “Pelo que analisei aqui, desde que começou, a margem de lucro é muito boa, entre 40% e 60%. Mas a confeitaria tem que estar muito atenta. Não ir pela cabeça dos outros. Precisa ter certeza do próprio preço”, explica.
Outro ponto essencial é aproveitar o momento de alta para se organizar. “Essa é a hora de fazer caixa, separar investimento e começar a estruturar o negócio para o futuro”, orienta.
A recomendação é que a confeiteira pense além do viral: usar os lucros para investir em capacitação, melhorar a estrutura da cozinha, adquirir embalagens mais baratas e planejar ações para datas como Dia dos Professores, Black Friday e Natal.
Jucy destaca também a importância de adaptar o produto para ampliar as margens. “Em vez de vender só a unidade grande, por que não criar uma caixa presenteável com versões menores? Isso permite aproveitar até os morangos que seriam descartados por serem pequenos e ainda atrai diferentes públicos com preços variados”, sugere.
O interesse pelo tema já tem gerado uma nova procura por consultorias. A própria mentora, que atua com alunas em todo o país, relata que a demanda por orientações em gestão cresceu desde que o doce viralizou. “Muita gente está ganhando dinheiro, mas agora quer saber o que fazer com ele. A confeitaria deixou de ser só receita, virou negócio”, disse.
Entre as estratégias apontadas pela especialista e confeiteiras entrevistadas pela reportagem, estão ações simples que fazem diferença no caixa e na gestão:
Exemplo disso é a confeiteira Laís Lara Lemes, de Vila Velha, que chegou a vender 200 unidades por dia e já planeja abrir seu primeiro ponto físico. “Estou separando o dinheiro para investir na minha cozinha e aumentar a produção”, conta.
Já Elizabeth Almeida, de Cariacica, usa parte do lucro para manter um fundo de investimento e já lançou uma versão com maracujá. “Isso mantém o cliente interessado e o fluxo constante”, afirma.
Para mulheres que pretendem aproveitar o momento para ingressar em uma nova carreira, o 2º Colmeia Weekend, idealizado pela consultora Jucy, será realizado em Vitória entre os dias 22 e 24 de agosto. O evento é voltado para mulheres que empreendem na confeitaria e têm como objetivo capacitá-las para a gestão do próprio negócio. Os ingressos variam entre R$ 697 e R$ 1.797, conforme a programação escolhida.
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