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Publicado em 25 de dezembro de 2025 às 08:40
Então é Natal! E o que você fez? No Espírito Santo, o ano termina e muitos aproveitam a data festiva para lucrar. Desde novembro, microempreendedores de áreas como artesanato, crochê, confeitaria e decoração passaram a viver o período mais intenso de vendas, considerado até o mais vantajoso do ano. >
O fenômeno já aparece em números nacionais. A Pesquisa de Intenção de Compras para o Natal 2025, da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com o SPC Brasil, aponta que a data deve movimentar R$ 84,9 bilhões no país, com mais de 124 milhões de consumidores indo às compras. Entre eles, cresce o interesse por produtos personalizados, experiências e itens artesanais — tendência que se confirma no mercado capixaba.>
Na confeitaria artesanal, segundo a consultora e mentora de confeitaria Jucy Freitas, dezembro é “a maior vitrine do ano”. Para ela, o período é estratégico não apenas pelo aumento nas vendas, mas pela possibilidade de fidelizar novos clientes que chegam pelo Natal. “A confeiteira bem preparada usa dezembro para faturar e também para transformar esse cliente pontual em comprador constante”, afirma.>
A confeiteira Rosamaria Borges, da Consem Açúcar, confirma o movimento. Ela trabalha com doces inclusivos — zero açúcar, zero glúten e zero lactose — e criou para este ano um cardápio especial pensado tanto para sobremesas quanto para presentes. As embalagens são parte essencial da estratégia.>
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Rosamaria Borges
EmpreendedoraEla relata que o faturamento de dezembro costuma dobrar, impulsionado por itens sazonais, como panetones artesanais — que seguem a tendência por sabor mais fresco, menor uso de conservantes e estética mais “caseira”.>
A confeiteira Mariani Togo, da Mari Togo Confeitaria, também percebe a mudança no comportamento dos consumidores. Segundo ela, o movimento das festas a leva a vender de duas a três vezes mais que nos outros meses. “As pessoas gostam de presentear com algo escolhido com carinho. O artesanal transmite isso”, afirma. A lata de biscoito é seu produto mais procurado — ano passado, vendeu cerca de 50 unidades apenas em dezembro e até pessoas que não moram na Grande Vitória a procuram para presentear à distância.>
No artesanato, a preparação começa ainda mais cedo. A crocheteira Luciene Matos, da Lu Louca por Crochê, iniciou sua produção em setembro, para dar conta das encomendas de trilhos de mesa, sousplat e itens de mesa posta. De acordo com ela, as pessoas querem montar uma ceia bonita e, como o crochê está em alta, muita gente compra para presentear. Luciene destaca também o crescimento das feiras e dos grupos de artesãos, que fortalecem o setor e ampliam o alcance dos produtos personalizados. >
Em Jardim da Penha, o coletivo Casa Criativa reúne mais de 60 artesãos de diferentes cidades e funciona como vitrine semanal para produtos exclusivos. Cerâmica, crochê, acessórios, pintura e itens de decoração ganham destaque entre consumidores que buscam originalidade e sustentabilidade. Segundo Flávia Maria Ladeira de Souza, uma das fundadoras, a procura por presentes afetivos se intensifica no Natal. “Quem não gosta de ganhar algo exclusivo, que ninguém mais tem?”, diz. >
Os artesãos destacam uma vantagem do setor: não há perda de estoque. Diferente da confeitaria, produtos não vendidos em uma feira podem ser comercializados na semana seguinte, o que ajuda no planejamento e reduz prejuízos.>
Mesmo com alta na demanda, o período traz desafios — especialmente para a confeitaria. A volatilidade nos preços de insumos, como chocolate, leite condensado e frutas secas, exige preparação antecipada. Então, para Jucy, a palavra-chave é planejamento.>
A consultora Jucy reforça que antecipar compras é fundamental e resume o sucesso da precificação em quatro pilares:
Mesmo com alta na demanda, o período traz desafios — especialmente para a confeitaria. A volatilidade nos preços de insumos, como chocolate, leite condensado e frutas secas, exige preparação antecipada. Então, para Jucy, a palavra-chave é planejamento. >
Embora dezembro seja aquecido, janeiro costuma registrar queda significativa nas vendas. Viagens, férias escolares e reajustes de gastos fazem parte do cenário. Por isso, muitas empreendedoras tratam o faturamento extra de dezembro como reserva para manter a operação no início do ano. “Dezembro é o pulmão financeiro para janeiro e fevereiro”, afirma Rosamaria.>
Seja um panetone artesanal com recheio farto, uma lata de biscoitos decorada, um trilho de mesa de crochê ou um ornamento de cerâmica, os empreendedores capixabas concordam em um ponto: o que impulsiona as vendas é o afeto. “O Natal é memória. É a chance de mostrar qualidade, reforçar marca e criar relacionamento”, resume Jucy.>
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