Publicado em 27 de maio de 2024 às 09:00
Durante o outono, aumenta o número de doenças respiratórias. Diante dos sintomas semelhantes, muitas pessoas têm dúvidas para identificar quando se trata apenas de um resfriado ou de uma sinusite, situação que requer mais cuidados. >
O otorrinolaringologista Giulliano Ruschi e Luchi, da Unimed Vitória, explica as principais diferenças entre as duas doenças. Segundo ele, a sinusite é uma condição inflamatória infecciosa da fossa nasal e dos seios da face, em que costuma ocorrer inchaço da mucosa e secreção. Alguns casos desenvolvem infecção bacteriana e precisam ser tratados com antibióticos. >
"Normalmente é uma situação que vai demandar um tratamento um pouco mais prolongado para se resolver. Alguns pacientes que têm alterações anatômicas, de formato e de estrutura, que atrapalham o bom funcionamento, podem precisar até fazer cirurgia para tratar a sinusite", detalha. >
Já o resfriado é uma condição viral na maioria das vezes e com sintomas leves, sendo uma doença autolimitada, com duração de cinco a 10 dias. Os sintomas são obstrução nasal, secreção nasal (geralmente clara e fluida), dor na garganta, falta de disposição para atividades do dia a dia, dor no corpo, dor de cabeça e febre baixa.>
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"A tendência é os sintomas irem diminuindo à medida que vão se passando os dias dentro desse prazo de uma semana. As medicações são usadas apenas para dar conforto ao paciente nesse período", diz. >
Conforme explica o médico, embora os sintomas de ambas as condições sejam semelhantes, o que muda é a intensidade deles. >
Giulliano Ruschi e Luchi
OtorrinolaringologistaO diagnóstico diferencial da sinusite do resfriado deve ser feito a partir de uma avaliação médica. "Existem dados objetivos que a gente busca e define por um diagnóstico ou outro, pois as condutas são diferentes. Então, a orientação sempre é buscar ajuda médica no começo dos sintomas para ter um diagnóstico detalhado e uma conduta adequada", reforça o especialista. >
Giulliano também explica porque essa época do ano é mais propícia para infecções respiratórias. "As duas doenças são mais comuns nessa época mais fria do ano, em que as pessoas estão mais aglomeradas em ambientes fechados e há mais proliferação no ar de alérgenos. O resfriado, principalmente, é uma doença viral contagiosa. Então, ele vai se proliferando pela família, entre o ciclo de amigos e colegas de trabalho".>
O tratamento da sinusite segue um protocolo bem específico que deve ser feito com orientação médica, englobando medicações sintomáticas, anti-inflamatórios, fluidificantes, medicações para desobstrução nasal e, nos casos infecciosos, antibióticos. >
"Alguns pacientes com doenças refratárias que não melhoram com os tratamentos iniciais precisam de tratamentos mais prolongados, às vezes com troca de antibiótico. Alguns casos também progridem para tratamento cirúrgico. É uma doença que deve ser tratada pelo médico especialista porque tem potencial de complicações graves. Uma sinusite que não responde bem ao tratamento pode trazer sequelas graves para o paciente", alerta Giulliano. >
No caso do resfriado, é preciso evitar compartilhar toalhas, talheres, copos e usar máscara. "O paciente que está resfriado deve usar a máscara para evitar a disseminação pela família ou pelo ciclo de amigos, lavar as mãos com frequência, ingerir bastante líquido e tratar com sintomáticos, como um analgésico e um antitérmico. Uma conduta inicial mais específica pode ser tomada pelo médico utilizando medicações sintomáticas que vão dar mais conforto, vão permitir ao paciente continuar a sua rotina de trabalho, de estudo e ter menos impacto da doença".>
O médico também afirma que o tratamento mais especializado nos primeiros momentos do resfriado também impede que esse desequilíbrio da imunidade origine uma sinusite, já que o resfriado pode ser a porta de entrada para ela. >
"O resfriado que não melhora com uma semana pode dar origem a uma sinusite. Então, uma conduta mais especializada no resfriado diminui a possibilidade dele progredir para uma sinusite e diminuir o impacto da doença na vida do paciente", finaliza.>
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