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Publicado em 24 de julho de 2025 às 09:00
Mordida cruzada, maxila estreita, apinhamento dentário e respiração bucal são problemas ortodônticos comuns na infância que muitas vezes passam despercebidos, porém, se não forem tratados na fase correta, podem causar prejuízos duradouros à saúde das crianças. >
Neste mês, a campanha Julho Laranja alerta sobre a conscientização e sensibilização para a importância da ortodontia preventiva em crianças. Julho foi o mês escolhido por ser o período de férias escolares, onde é possível destinar uma maior atenção aos cuidados pessoais, e a cor laranja representa a alegria das crianças. Vale ressaltar que o ortodontista é o dentista especializado na posição dos dentes e no crescimento ósseo. >
O ortodontista Victor Schuina diz que é importante que as crianças sejam acompanhadas por um profissional a partir do seis anos, quando elas começam a trocar os primeiros dentes e é possível identificar precocemente alterações no crescimento. "Existem problemas que podem ser identificados cedo, como alterações no crescimento da criança ou a troca dentária que não está acontecendo da forma correta, e isso evita que, no futuro, a gente precise realizar extrações e de tratamentos mais complexos, cirúrgicos". >
Victor Schuina
OrtodontistaAlém disso, crianças que chupam chupeta ou utilizam mamadeira precisam de uma atenção maior. Esse é um hábito de sucção, mas não é natural, ainda mais se for estendido, depois dos três ou quatro anos. "Isso causa problema no tônus da musculatura da língua, influência na deglutição, na fala e na mastigação. Um problema desencadeia o outro", reforça o ortodontista.>
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É na infância que o dentista consegue identificar alterações no crescimento ósseo da face, falta de espaço para os dentes e hábitos como chupar dedo ou roer unhas. Por isso, é importante que os pais fiquem atentos a todos os sinais, como mordida mais aberta, profunda ou torta, além de projeções dos dentes para frente e desvios na mastigação. >
Sinais que os pais podem observar
Qualquer alteração na dentição da criança. Se ela tem a mordida torta, se os dentes estão muito tortos, apinhados ou fora de posição.
Se a criança morde e não mostra os dentes de baixo. Ou se a criança morde e os dentes da frente continuam abertos sem se tocar.
Se os dentes são muito projetados para frente, especialmente se a criança já começa a ganhar apelidos por causa disso.
Quando o riso da criança é torto em relação ao rosto dela, ela tem um desvio na mastigação.
Observar comportamentos como o ronco ou sono muito agitado.
Dores no rosto ou na articulação, estalos na articulação da criança.
E hábitos prejudiciais como roer unhas, morder objetos, chupar dedo ou chupeta e o ranger de dentes, são sinais que os pais podem ficar atentos de que a criança provavelmente precisa de um acompanhamento.
O ortodontista diz que crianças que chupam chupeta ou mamadeira devem ter uma atenção maior. "A partir dos três e quatro anos, o uso delas faz com que a criança tenha problemas no desenvolvimento do tônus, da musculatura da língua. A criança fica com a musculatura da língua ou dos lábios mais flácida. Isso influencia muito na deglutição, na fala, na respiração e na mastigação do pequeno", explica Victor Schuina. >
Victor também ressalta que, com a consulta precoce, é possível melhorar a autoestima da criança, através o sorriso, num período em que ela também está criando a sua identidade e relação com o mundo. "Fazer com que a criança tenha uma boa autoestima, facilita na etapa em que ela está desenvolvendo, crescendo... O emocional é muito importante para um desenvolvimento saudável", ressalta. >
Incentivar a escovação dos dentes, o consumo controlado de açúcar e evitar o uso de chupetas, por exemplo, são outras atitudes que os responsáveis podem inserir na rotina das crianças. "A escovação correta e o uso do fio dental desde cedo ajudam a prevenir cáries e inflamações que podem comprometer o desenvolvimento bucal", diz a cirurgiã-dentista Claudia Consalter. >
A profissional ainda faz um alerta: "há uma crença de que a ortodontia deve ser iniciada apenas depois que a troca dos dentes acontecer por completo, então essa campanha é uma oportunidade de informar a população de que é possível interceptar problemas que poderiam se tornar complicados logo na fase de dentição decídua, por volta dos seis anos". >
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