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Entenda o que é a dieta cetogênica e quais alimentos são permitidos

Entenda o que é a dieta cetogênica e quais alimentos são permitidos

Estratégia alimentar promete resultados rápidos de emagrecimento através da redução drástica de carboidratos, mas não é indicada para todos

Isadora Lima

Reporter / [email protected]

Publicado em 7 de agosto de 2025 às 10:00

Dieta cetogênica: vale a pena? Entenda prós e contras, e se ela é para você
A dieta cetogênica pode ser resumida em alta ingestação de gorduras, moderada de proteína e pouca de carboidratos Crédito: Shutterstock

A dieta cetogênica, ou “keto”, como também é conhecida, tem conquistado espaço entre os adeptos da alimentação restritiva e da busca por emagrecimento rápido. Baseada na redução drástica de carboidratos, o famoso "low carb", e no aumento do consumo de gorduras, essa estratégia alimentar ainda levanta questionamentos importantes sobre sua eficácia e segurança.

A dieta cetogênica é composta de 65 a 75% de gorduras, que devem vir de fontes saudáveis, como oleaginosas, óleo de coco e azeite de oliva, por exemplo. Os poucos carboidratos consumidos podem vir de fontes como mandioca, batata-doce, aveia, frutas e massas 100% integrais, por exemplo, e devem totalizar no máximo 10% da ingestão calórica total/dia. Famosos como Fábio Assunção, Sasha Meneghel e Giovana Antonelli também já aderiram a dieta para emagrecer.

A nutricionista Juliana Tinelli explica que a dieta cetogênica é caracterizada por uma ingestão alta de gorduras, moderada de proteínas e baixa de carboidratos. “O objetivo é induzir um estado metabólico chamado cetose, onde o corpo passa a utilizar gordura como principal fonte de energia, em vez da glicose”, explica.

Julia Tinelli
Juliana Tinelli explica o que é a dieta cetogênica Crédito: Reprodução @Juliatinelli

A estratégia é popular por promover a perda de peso rápida, já que força o corpo a queimar gordura como combustível

Juliana Tinelli

Nutricionista

Benefícios:

Além disso, a dieta pode trazer benefícios específicos:

 - Controle de convulsões, especialmente em casos de epilepsia infantil; 

 - Melhora no controle glicêmico em diabéticos tipo 2; 

 - Potenciais ganhos em doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson; 

-  Relatos de melhora no humor e cognição.

A nutricionista Emilly Franciele reforça que além da perda de peso, a dieta pode aumentar a saciedade e melhorar a energia mental. "É uma estratégia que, bem planejada, pode funcionar para algumas pessoas.”

Apesar dos benefícios, os efeitos colaterais e riscos chamam a atenção. Sintomas como fadiga, náuseas, dor de cabeça e mau hálito são comuns no início da adaptação à cetose. Problemas gastrointestinais como prisão de ventre também são recorrentes, devido à baixa ingestão de fibras.

Ela também pode trazer riscos mais sérios como deficiências nutricionais; cetoacidose em diabéticos mal acompanhados, uma condição grave que pode levar à desidratação ou até à morte; elevação do colesterol LDL (“ruim”) em alguns casos e dificuldade de adesão no longo prazo, o que pode levar a compulsão alimentar e reganho de peso.

dieta cetogênica, apesar de popular para perda de peso, apresenta riscos e pode ser perigosa. A nutricionista Fran Menezes é mais é enfática. “Eu não indicaria a dieta cetogênica para nenhum indivíduo saudável. O carboidrato é nossa principal fonte de energia”. 

Fran Menezes Dieta cetogênica
Fran Menezes diz que o carboidrato é nossa principal fonte de energia Crédito: Acervo pessoal

Restrições podem causar culpa, frustração e até transtornos alimentares

Fran Menezes

Nutricionista

O que pode e o que não pode?

Na prática, quem segue a dieta cetogênica deve evitar alimentos ricos em carboidratos como pães, arroz, massas, batatas; açúcares e doces; e frutas com alto teor de açúcar, como banana, manga e uva.

Em contrapartida, são liberados alimentos como carnes, ovos, peixes, queijos, azeite, abacate, coco, oleaginosas;  legumes de baixo amido, como couve-flor, brócolis e abobrinha; e frutas com baixo teor de açúcar, como morango, framboesa, amora e limão — sempre com moderação.

A dieta cetogênica não é indicada para todas as pessoas. Juliana e Emilly reforçam que ela deve ser evitada por gestantes, lactantes, pessoas com doenças nos rins ou fígado, diabéticos que usam medicamentos, e indivíduos com histórico de transtornos alimentares.

“É fundamental que qualquer pessoa que deseje iniciar a dieta cetogênica consulte um médico ou nutricionista. A estratégia precisa ser adaptada às necessidades de cada um”, ressalta Juliana. A prática de exercícios é recomendada durante a dieta, mas requer cuidados.

Atividade física: adaptar é essencial

Emily Francielle
Emily Francielle explica os cuidados necessários da dieta Crédito: Reprodução @emilly_nut

No início, pode haver uma queda de desempenho e energia. O ideal é começar com atividades leves e aumentar aos poucos, respeitando os sinais do corpo

Emily Francielle

Nutricionista

Uma visão mais ampla sobre alimentação

Diferente das abordagens centradas em cardápios rígidos, Fran Menezes defende uma visão mais comportamental e personalizada. “Antes de pensar em dieta, o ideal é olhar para hábitos de como o sono, a atividade física e a saúde mental. A boa relação com a comida é mais importante do que o número de calorias”. Ela conclui: “Mudanças sustentáveis vêm de autoconhecimento e orientação, não de restrições severas”.

É importante lembrar que a dieta cetogênica deve ser acompanhada por um profissional de saúde para garantir que seja feita de forma segura e eficaz, evitando riscos e deficiências nutricionais.

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