Publicado em 8 de janeiro de 2020 às 16:37
Verão é sinônimo de praia, água de coco e exercícios ao ar livre. Entretanto, também é uma época em que os pais precisam ficar atentos ao comportamento das crianças, uma vez que as altas temperaturas podem contribuir para o aumento do número de casos de infecção urinária. >
Conforme alertam os nefrologistas, nos períodos mais quentes é mais comum haver desidratação em razão da perda de líquidos pelo suor e respiração. Se os líquidos não forem repostos, por meio da ingestão de água e sucos, por exemplo, há uma menor diluição de urina e aumento de sua concentração.>
Também é comum o aumento da umidade nas áreas íntimas, justamente pela transpiração, e consequentemente aumento na população de germes e bactérias que podem causar infecções, principalmente nas mulheres, que têm o canal da uretra mais curto.>
"O verão pode causar aumento dos casos de infecção urinária em quaisquer pessoas. Entretanto, nas crianças isso é mais latente, pois é uma época do ano em que elas ficam mais expostas ao sol, por estarem de férias; transpiram mais e ainda têm tendência de beber menos água e ir menos ao banheiro para não perderem nenhum momento de diversão", alerta a fisioterapeuta pélvica infantil Bianca Abdalla, sócia-proprietária da Pelvicenter de Guarapari.>
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Segundo Bianca, os pais também costumam estar mais distraídos nesta época com seus próprios programas de diversão e acabam esquecendo de oferecer a quantidade ideal de líquidos para as crianças, que precisam de mais água do que os adultos, ou de prestar atenção se elas estão indo ao banheiro adequadamente.>
Bianca Abdalla
Fisioterapeuta pélvica infantil"Quando estão com infecção urinária, as crianças podem apresentar sintomas como dor ou ardência ao urinar, dor no baixo ventre e aumento da frequência da urina, que pode apresentar coloração mais escura e odor fétido. Entretanto, algumas das vezes esse problema se manifesta de forma silenciosa nas crianças e aí que mora o perigo, pois ela pode subir para os rins, causando a pielonefrite e evoluir para infecção generalizada e até mesmo para óbito", enfatiza a especialista.>
Para evitar o problema, Abdalla recomenda aumento da ingestão de água, ir ao banheiro sempre que sentir necessidade e, em caso de suspeita de infecção, procurar um uropediatra ou um nefropediatra.>
"Se a infecção for recorrente, é importante também buscar um fisioterapeuta pélvico para uma avaliação. Porque quando as crianças têm infecção, elas costumam sentir dor ao urinar e isso pode desencadear nelas uma incoordenação na musculatura do assoalho pélvico, quando ela passa a hesitar a ir ao banheiro ao se lembrar que doeu quando esteve doente. Com isso, na hora da micção, ela contrai os músculos quando deveria relaxá-los e corre o risco de desenvolver disfunção miccional", finaliza.>
Adultos também podem ter complicações como as infecções nesta época do ano. Sobretudo as mulheres, como observa o ginecologista e obstetra da Medquimheo, Cleverson Gomes do Carmo Júnior. "O transtorno é muito comum em mulheres porque a uretra feminina é mais curta e mais exposta às bactérias. Durante o verão ocorre um aumento notório no número de casos. Algumas peculiaridades da estação predispõem a isso, como o uso prolongado de roupas molhadas. Não importa o material. O problema está na umidade. Falta de hidratação adequada e maus hábitos de higiene também podem impulsionar o seu surgimento, explica.>
O especialista esclarece que a infecção urinária é a presença de bactérias na uretra, bexiga ou rins, causando sintomas como ardência ao urinar, dor e desconforto local e, em casos mais graves, febre. >
Para aproveitar o que o verão oferece de melhor sem sofrer com esse desconforto, algumas práticas são valiosas, segundo o ginecologista. "Secar-se bem após sair da água, trocar o biquíni molhado por uma peça de roupa seca; evitar o uso de lingeries de tecidos sintéticos; hidratar-se bem; evitar consumo em excesso de bebidas alcoólicas e uso de roupas justas demais, que dificultam a ventilação da região genital; urinar logo após relações sexuais e não 'prender' a urina quando surgir a vontade de urinar são algumas medidas que ajudam. Caso haja algum sintoma de infecção urinária ou outra infecção vaginal, é necessário procurar imediatamente um ginecologista, pontua Cleverson Gomes. >
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