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SOS praia: um guia de cuidados básicos com as crianças neste verão

SOS praia: um guia de cuidados básicos com as crianças neste verão

Tem que usar óculos de sol? Como passar o filtro solar? Qual a quantidade de exposição recomendada? Médicas dão dicas de como proteger os pequenos na estação mais quente do ano

Publicado em 2 de janeiro de 2020 às 17:14- Atualizado há 4 anos

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A servidora pública Lívia Peixoto com a filha Lara, de 3 anos: praia só bem protegidas do sol. (Ricardo Medeiros)

Dias de sol intenso, férias, crianças em casa, manhãs na praia, tardes na piscina... Uma combinação deliciosa e divertida para o verão! Mas todo cuidado é pouco com os pequenos para que a estação mais quente do ano só seja de boas recordações. 

Para te ajudar nesta missão, ouvimos médicas e montamos um guia completo com cuidados básicos para deixar seu filho protegido dos perigos nesta época de calorzão. São dicas que vão desde a quantidade certa de filtro solar para cada parte do corpo da criança até como se prevenir de incidentes mais graves, como afogamentos. 

Uma das principais dúvidas dos pais é sobre quanto de sol uma criança pode tomar e em que horários a exposição é mais segura. A pediatra Lívia Lopes explica que o ideal é aproveitar as primeiras horas da manhã para a criança brincar ao ar livre, incluindo praia e piscina. "Os raios UVA e UVB, que podem provocar queimaduras e câncer de pele, são mais intensos entre 10h e 15h". 

Mas e a vitamina D? Ela não é importante também? "A exposição solar ajuda na produção de vitamina D, que é necessária para que os ossos sejam saudáveis. Mas quando saímos no dia a dia já realizamos o tempo de exposição necessário para que isso ocorra, pois são suficientes apenas  15 minutos de sol por semana nos bebês e 15 minutos três vezes por semana nas crianças maiores de 2 anos,  com exposição de braços e pernas. Quando a exposição ao sol for excessiva, existe maior risco de queimaduras e câncer de pele", observa a pediatra.

O sol também pode ser nocivo para os olhos da criança, como lembra a oftalmologista pediátrica Hanna Teodoro. "É preciso ficar atento na hora de passar o protetor no rosto das crianças. Deve-se evitar a região dos olhos. O produto, em contato com a água, derrete e pode causar ardência e vermelhidão ocular. É importante também aconselhar as crianças a não coçar os olhos após entrar no mar, pois a areia que está no corpo pode machucar a superfície ocular durante o ato de esfregar as mãos nos olhos", cita a médica.

Segundo a oftalmologista infantil Iara Tavares,  na hora das brincadeiras, é preciso ter atenção com alguns brinquedos, como “armas” que espirram água, bolas de frescobol. “Se um jato forte de água atingir os olhos, por exemplo, vai equivaler a um soco e pode causar um trauma na retina”, alerta a especialista.

Com 3 aninhos, Lara já sabe se cuidar na praia. “Ela pede para colocar o chapéu. E adora passar o protetor solar. Passo até na cabecinha dela”, diz a mãe, a servidora pública Lívia Peixoto.

Criança se divertindo na praia: cuidados com os pequenos no verão. (Unsplash)

SOS verão com crianças: veja um guia com perguntas e respostas

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    Lívia Lopes, pediatra: "São comuns gastroenterites e conjuntivites. A forma de prevenção é sempre: higiene das mãos, evitar alimentos desconhecidos, dar preferência para alimentos frescos. Crianças pequenas são mais vulneráveis, portanto, não devem se expor em ambientes aglomerados, como praia e shopping".

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    "O ideal é que a criança não comesse nada comercializado na praia, pois não se sabe a procedência, a forma de preparo, o método de conserva. Leve de casa: frutas, água filtrada em isopor, biscoitos caseiros. Evite alimentos processados e com procedência desconhecida", orienta Lívia Lopes

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    Crianças de até 3 anos não devem ser expostas ao sol de forma contínua, somente por períodos curtos antes das 10h e depois das 16h. Segundo a pediatra, deve-se aproveitar as primeiras horas da manhã para a criança brincar ao ar livre, incluindo praia e piscina. Os raios UVA e UVB, que podem provocar queimaduras e câncer de pele, são mais intensos entre 10h e 15h.

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    "A exposição solar ajuda na produção de vitamina D, que é necessária para que os ossos sejam saudáveis, mas quando saímos no dia a dia já realizamos o tempo de exposição necessário para que isso ocorra, pois são suficientes apenas  15 minutos de sol por semana nos bebês e 15 minutos três vezes por semana nas crianças maiores de 2 anos com exposição de braços e pernas. Quando a exposição ao sol for excessiva, existe maior risco de queimaduras e câncer de pele", diz Lívia Lopes

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    "Vale sempre usar uma combinação de estratégias de proteção solar: uilizar roupas que cubram o máximo possível de pele exposta; colocar  chapéu que proteja o rosto, cabeça, pescoço e  orelhas; procurar manter-se na sombra; usar óculos de sol e verificar se eles atendem aos padrões de proteção UV;  aplicar protetor solar com fator mínimo de 30 e certificar-se que é resistente à água, além de aplicar 20 minutos antes de ir ao ar livre e, depois, a cada 2 horas - e reaplicar se entrada na água ou sudorese abundante", cita a pediatra.

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    "Para aplicar a quantidade ideal de protetor solar, utiliza-se a regra da "colher de chá" ou dos "dois dedos". Preconiza-se uma colher de chá ou uma quantidade suficiente para cobrir o segundo e terceiro dedos de filtro solar, conforme a figura abaixo, do Guia de Fotoproteção na Criança e Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria", aponta a pediatra. 

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A quantidade de filtro solar para cada parte do corpo da criança. (Divulgação)

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    Segundo Lívia Lopes, é importante molhar a criança sempre que ela sentir calor: "Assim, você evita o risco de brotoejas e da perda excessiva de calor, que pode fazer a criança desidratar mais fácil"

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    "É recomendado levar toalha e roupão para quando a criança sentir frio. Levar uma roupa seca para trocar quando ela não for voltar para a água. Se estiver um dia muito frio, a criança pode adoecer sim, principalmente se tiver alguma força de base, como asma", lembra Lívia Lopes

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    Segundo Lívia Lopes, a insolação é causada pela presença de temperaturas externas elevadas ou exaustão física. Entre os fatores de risco estão o  calor excessivo, ambientes de elevada umidade e alguns medicamentos ( como os diuréticos, betabloqueadores). Os sintomas são: hipertermia (temperatura corporal elevada), pele vermelha,  dores de cabeça e tonturas, até confusão mental. Os sinais podem ser de início súbito ou gradual.  "Há maior risco nos extremos etários, portanto bebês pequenos precisam de maior atenção, além de pessoas problemas de saúde crônicos. Entre as medidas de prevenção estão a ingestão de líquidos na quantidade recomendada e evitar a exposição ao calor excessivo. A condição é uma emergência médica que requer transporte imediato para o hospital".

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    "Nunca se deve deixar uma criança em praia ou piscina sem a supervisão de um adulto", alerta a pediatra. Caso tenha piscina casa, cercar com grades. Na praia: buscar sempre tomar banho próximo a um posto de salva-vidas. "Crianças pequenas se afogam com um palmo de água: retirar baldes do chão, por exemplo. Nunca deixar água em  banheiras. Evitar praias muito movimentadas e que tenham ondas fortes. Procure águas mais calmas. Evite cachoeiras".

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    "Coloque pulseiras de identificação com o nome da criança e o telefone de um responsável. Crianças maiores devem ser orientadas a procurar o salva-vidas ou um policial caso percebam que estão perdidas. Uma técnica que tem funcionado já nas praias aqui do Sul do Estado e já fiz isso duas vezes em menos de uma semana: começar a bater palma quando o salva-vidas levanta no ombro a criança perdida. Isso chama a atenção de quem está procurando por ela", sugere a pediatra

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    Hanna Teodoro, oftalmologista pediátrica: "É preciso ficar atento na hora de passar o protetor no rosto das crianças. Deve-se evitar a região dos olhos. O produto, em contato com a água, derrete e pode causar ardência e vermelhidão ocular.  Nenhum protetor pode cair no olho. Caso caia, o ideal é, imediatamente, lavar com água filtrara ou soro fisiológico e, caso persistam os sintomas, procurar o oftalmologista"

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    Segundo Hanna Teodoro, vale aconselhar seus pequenos a não coçar os olhos após entrar no mar, pois a areia que está no corpo pode machucar a superfície ocular durante o ato de esfregar as mãos nos olhos. "Caso aconteça algum acidente com seus filhos ou com você, não deixe de procurar algum serviço que esteja funcionando atendimento de Emergência Oftalmológica! Não deixe piorar!"

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    "Sim. Neste período, não podemos deixar de lado os cuidados com a nossa saúde ocular, bem como a dos nossos pequenos. E precisamos proteger os nossos olhos dos raios ultravioletas. Redobre a atenção na hora da compra! Evite comprar óculos de sol falsificados! Estima-se que quase 30% dos óculos produzidos no país durante o ano sejam piratas ou ilegais, e esses produtos não protegem os olhos contra a exposição às radiações, o que pode causar ceratite (lesão na córnea), acelerar o aparecimento da catarata e intensificar a degeneração macular - doença que prejudica a visão central (comum em idosos). Além disso, o sol pode causar dores de cabeça, desconforto e cansaço na visão. Lembrando que crianças que possuem olhos mais claros ficam mais sensíveis à exposição da luz solar por terem menos pigmento protetor na íris (parte colorida do olho) e na retina. Caso tenha dúvida quanto ao tipo de lente que deve comprar, consulte seu oftalmologista e procure utilizar somente lentes apropriadas e com proteção contra os raios solares, principalmente nos óculos de seus filhos", explica Hanna Teodoro

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    Iara Tavares, oftalmologista infantil: "É preciso ter atenção com alguns brinquedos, como 'armas' que espirram água, bolas de frescobol. Se um jato forte de água atingir os olhos, por exemplo, vai equivaler a um soco e pode causar um trauma na retina"

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    “Nesses casos, que são bem comuns no verão, a recomendação é usar um colírio lubrificante sem conservante, que irá amenizar os sintomas. A vermelhidão e a ardência são causadas, geralmente, por mergulhos com olhos abertos, mas não apresentam gravidade”, informou Iara Tavares.

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