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Onda de calor: saiba o que é e como evitar a hipertermia

Onda de calor: saiba o que é e como evitar a hipertermia

Especialista explica a condição que compromete a saúde quando o corpo atinge temperaturas superiores aos 40°C e aponta quem são as pessoas que estão no grupo de risco quando o problema acontece por conta do calor externo

Publicado em 8 de outubro de 2020 às 17:34

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Mulher com calor em frente ao ventilador
É preciso ficar de olho na hidratação e estar atento aos sintomas. (shutterstock)

Além do incômodo provocado pelo calor vivido em vários estados do país nos últimos dias, as altas temperaturas também podem colocar a saúde em risco. Na última terça-feira (6), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de “grande perigo”, com “risco de morte”, em razão da onda de calor. Isso porque, com as temperaturas atingindo mais de 40º C, o organismo pode sofrer o processo inverso de uma hipotermia, a chamada hipertermia.

Em entrevista ao portal G1, o meteorologista do Inmet Olivio Bahia explica que, mesmo para um país tropical, o risco não deve ser ignorado. “No Brasil não é comum, mas sabemos que o corpo humano sente. Mortes provocadas pelas ondas de calor são mais frequentes na Europa”, explicou.

Dyanne Moyses Dalcomune atua nas áreas de clínica médica e pneumologia, além de ser professora do curso de Medicina da Universidade de Vila Velha (UVV). Ela explica que a hipertermia, conceitualmente, é o aumento da temperatura corporal acima de 40 graus, o que pode o que pode comprometer a saúde, causar alterações no estado mental ou até mesmo levar à morte. A grande vilã é a consequência dessa condição: a desidratação. “Essa preocupação agora é devido a onda de calor que está acometendo o Brasil, mas existem outras causas de hipertermia como as associadas a doenças propriamente ditas e associadas a medicações, com outras consequências”, afirma.

“Quando nós falamos dessa hipertermia gerada por onda de calor, nós nos preocupamos porque o organismo utiliza mecanismos de termorregulação para manter a temperatura corporal dentro de uma faixa fisiológica na normalidade. Um desses mecanismos é a sudorese: aquele paciente que fica suado, acelera a respiração e isso provoca a desidratação. Então esse é o grande perigo. O que não é um feito direto da hipertermia, mas a consequência que ela provoca”, completa a médica.

Sintomas

A médica salienta ainda que a pessoa que sofre essa desidratação pode ter desorientação, queda da pressão, pode se manifestar como sonolência no idoso e a criança, por exemplo, pode ficar mais apática. “Então são vários sinais que essa desidratação com a diminuição do volume sanguíneo circulante esteja acontecendo”, diz a profissional.

Já nas hipertermias provocadas por medicamentos ou outras doenças mais graves, Dyanne ressalta que os sintomas são outros. “Podem gerar arritmia (palpitação), edema cerebral - acúmulo excessivo de água nos espaços intracelular e/ou extracelular do cérebro - e até convulsões, ou seja, uma série de sintomas mais graves. Mas na faixa inicial, a primeira manifestação já requer cuidados”.

Grupos com maior risco

A médica coloca que, quando trata-se especificamente do calor, os grupos mais expostos são os extremos de idade: as crianças e os idosos. Isso acontece porque, frequentemente, esses grupos são aqueles que dependem de cuidados externos. “Por exemplo, a criança depende de que alguém a oferte água,  de que uma pessoa coloque roupas frescas e confortáveis e a mantenha em um lugar arejado. Assim como alguns idosos também não têm total autonomia. Eles também precisam receber água e estar em ambientes frescos e arejados”, pontua.

“Então esses são os mais sensíveis, por conta da falta de acesso aos recursos necessários para manter-se longe do perigo da desidratação e também pela fragilidade inerente a esses grupos de indivíduos”, complementa.

Como prevenir

Mulher praticando exercícios físicos ouvindo música no celular
Exercícios com exposição ao sol merecem atenção redobrada. (shutterstock)

Dyanne explica que o ideal é ser muito rigoroso e manter o grau de hidratação, consumir e oferecer às pessoas dos grupos de risco muita água, sucos, água de coco. No caso das crianças de amamentação exclusiva, é recomendável oferecer mais mama para os bebês. “Nada de enfeitar muito as crianças com roupas fechadas que não permitem a sudorese, o suor. Optar sempre por ambientes bem arejados, além de evitar muitas cobertas, muitos lençóis, para que o organismo realmente consiga exercer o seu papel na termorregulação”, destaca a médica.

Além disso, os exercícios físicos devem ter atenção redobrada, que demandam ainda mais cuidados e ingestão de líquidos, principalmente neste momento em que a maioria das atividades está sendo realizada ao ar livre e as pessoas estão se expondo ao sol. “Já está quente, você ainda está exposto ao sol, provocando ainda mais esse suor. Essa é uma possibilidade de desidratação que pode levar a quadros graves”, alerta.

É importante escolher preferencialmente o início da manhã ou o final da tarde, levar um kit de hidratação com muita água para reposição. “Vai ser mais seguro, mais confortável e mais prazeroso realizar esse exercício”, finaliza.

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