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Mercado pet no ES investe em serviços como babá, creche e pilates

Mercado pet no ES investe em serviços como babá, creche e pilates

O setor no Brasil ocupa, em faturamento, a terceira posição, sendo que 16,3% são direcionados a serviços

Publicado em 13 de março de 2020 às 19:19

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 Pet Fit, uma creche e hotel para cães. (Ricardo Medeiros)

Há 16 anos, Daniela Cruz de Oliveira Vaichert ganhou o primeiro cachorro de sua vida. E foi ali, neste momento, que começou a entender o que era ser “mãe” de um “filho de quatro patas”. E, também, a se compadecer com a situação dos animais abandonados pelas ruas, passando fome e frio. E assim entrou para mundo dos resgates e lar temporário. “O problema é que a gente vai resgatando, mas muitos acabam ficando em casa, não são adotados. Por isso, hoje, tenho 10 cachorros e 15 gatos. E sou apaixonada por cada um deles. E foi esse amor incondicional que me fez querer trabalhar, definitivamente, com animais”.

Após definir a profissão, partiu, então, em busca de especialização e começou a fazer vários cursos sobre cuidados com animais. E decidiu investir na carreira de pet sitter, uma espécie de babá de cães e gatos. Hoje, Daniela já é bem conhecida e solicitada no mercado. “Mas tudo começou com o boca a boca. Essa profissão requer muita confiança, porque atendemos o animal na própria casa onde ele vive, normalmente quando os donos estão fora. Por exemplo, viajando”. A maior parte de seus clientes são gatos (80%), mas ela atende, também, cachorros, pássaros e roedores. “A responsabilidade é grande, por isso os cursos são muito importantes, principalmente os que tratam de linguagem corporal e análise comportamental dos animais”.

O trabalho de uma pet sitter começa com o agendamento de uma visita à casa onde o animal vive. “Isso é essencial para pegar todas as informações, conhecer a sua história, a sua rotina. Tudo é coletado através de um questionário. Esse encontro também serve para que possamos ter o primeiro contato com o bichinho e o seu dono. Os dois precisam ter confiança no profissional. Enfim, se o contrato for firmado, definimos os dias, eu pego as chaves e tranquilizo a pessoa, dizendo que pode viajar sossegada, que seus ‘filhos’ serão bem cuidados”.

Quem define quantas vezes ao dia a pet sitter vai visitar o animal é o dono. “Mas, geralmente, varia de uma a duas vezes ao dia. O pacote inclui limpar as ‘cacas’ do animal e abastecer o local com ração e água suficiente até o próximo dia. No caso dos cachorros, entra o passeio. E se precisar de administrar medicações, também faço. Além disso, entro em contato diariamente com os donos através do zap, em tempo real, para que possam ver como está a sua mascote. Tiro fotos, faço vídeos”.

Larissa Boechat Peisino, da Reabilitar. (Carlos Alberto Silva)

O serviço de pet sitter, segundo Daniela, oferece mais comodidade aos animais, que não gostam de sair de seus ambientes, de sua rotina. Principalmente os gatos ficam muito estressados com isso. “A gente possibilita essa facilidade, de cuidar deles em suas próprias casas, com todo o carinho que merecem e com as referências de seus donos”.

Serviços em alta

O serviço de pet sitter é apenas um, entre vários, direcionados a esse mercado, que atualmente, em faturamento, ocupa o terceiro lugar no Brasil e só tende a crescer. A dog walker (passeadora de cães) e adestradora Rosane Timeli Paiva também resolveu investir nesse nicho há dois anos. “Tudo começou quando o meu pai apareceu com uma yorkshire em casa, de quatro meses. Ela se apegou muito a mim, mas tinha problemas comportamentais, quando saia na rua avançava nos cães machos. Fiquei intrigada com isso e comecei a fazer cursos de adestramento, me apaixonei e resolvi trabalhar no setor”.

“Eu gosto de passear com um cachorro por vez. Antes de começar, faço uma visita ao dono para conhecer o animal e saber sobre sua rotina. A gente define os dias e os horários dos passeios e assim começa o meu trabalho. Sempre prefiro levá-los a lugares tranquilos, onde possam se exercitar. Aproveito, também, para ensinar alguns comandos a eles, melhorando, com isso, a relação dos dois”.

Rosane é uma dog walker. (Divulgação)

Segundo Rosane, a principal característica de um dog walker é a paciência. Alguns animais têm problemas comportamentais, mas nada que não possa ser superado. “Devagar e com muito carinho e amor tudo é passível de solução”.

Pets também têm creche

Outro serviço muito utilizado pelos donos de animais, hoje em dia, são as creches. Sim, animais de estimação também têm creches disponíveis para eles passarem o dia, enquanto os “pais” trabalham. Juliana Carmo Ceolin e seu marido, Renan Delpupo Moyses, resolveram empreender nesse negócio e há três anos são donos da Pet Fit – Creche e Hotel para Cães.

A creche funciona de 7 às 19 horas, de segunda à sexta-feira. “Aqui, nós criamos uma rotina diária para os animais, tem hora para gastar energia, para comer, para dormir, entre outras coisas. O objetivo é o enriquecimento ambiental, estimular o olfato, o tato e a visão. Já está comprovado cientificamente que os cães precisam viver em matilha, até para o seu próprio bem-estar em casa. Aqui eles socializam”.

Os animais começam a chegar na creche de 7 às 9 horas. A partir daí, iniciam-se as recreações, brincadeiras com bolas ou bolinhas de sabão, banho de piscina ou de mangueira, entre outras. De 12 às 14 horas eles descansam. As refeições são realizadas em horários determinados, com as rações enviadas pelos donos. E, depois, mais atividades. Das 17 às 19 horas, todos começam a se preparar para voltar para casa. Para se “matricular”, os animais precisam estar com as vacinas, com a vermifugação e com a parasitologia em dia. Além disso, as fêmeas que não forem castradas, quando entrarem no cio, não podem frequentar a creche.

Massagem relaxante

Esse mercado é tão amplo que inclui - quem diria? - até sessões de massagem de relaxamento para pets. A médica veterinária e fisioterapeuta animal Larissa Boechat Peisino investiu em uma clínica, a Reabilitar, que oferece, além desse serviço, vários outros com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos animais.

Apesar de muitos animais chegarem ali por recomendação médica, vários donos a procuram só mesmo para que seus “filhos” possam praticar alguma atividade, melhorando, assim, o seu bem-estar. “Às vezes, o veterinário sugere uma cirurgia ortopédica, por exemplo, mas o dono prefere tentar um tratamento mais alternativo, como os que nós oferecemos. E nos procura”.

A clínica oferece aulas de alongamento, exercícios com bola de pilates, esteiras aquáticas, natação, entre outros. “Cada um tem uma função, como liberar a musculatura, aliviar a dor, o fortalecimento da musculatura, a melhora da circulação, a perda de peso, o preparo cardiorrespiratório, a consolidação óssea, tudo supervisionado por veterinários e fisioterapeutas.

“E a gente não atende só cachorros e gatos. Somos especializados em pássaros, roedores, já tratamos até de um macaquinho. O objetivo é sempre melhorar a qualidade de vida dos bichinhos, proporcionando bem-estar a eles”.

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