Publicado em 6 de abril de 2020 às 15:06
A saída das quarentenas deve ser feita com planejamento e acompanhamento científico e não seguirá a mesma receita para todos os países, afirmou nesta segunda (6) Michael Ryan, diretor-executivo do programa de emergências sanitárias da OMS (Organização Mundial de Saúde). >
Ryan disse que as restrições à mobilidade têm sido efetivas para controlar a transmissão do coronavírus, mas cobram um preço alto da atividade econômica: "Principalmente em países em desenvolvimento, é preciso combater a pandemia com o mínimo de dano à economia, e para isso os governos terão que calibrar seus passos".>
O diretor afirmou que o termo lockdown tem sido usado para medidas amplas e adotadas de forma desigual pelo mundo -suspensão de aulas, fechamento de lojas, paralisação de empresas, restrição a movimento-, e que o planejamento para a retomada depende não só do grau das restrições mas também da capacidade de testagem e de atendimento nos hospitais.>
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"Se as medidas de restrições forem levantadas, é fundamental que haja ferramentas para segurar a transmissão", disse o diretor da OMS. Entre elas estão testes para detectar contaminados, isolamento dos doentes, monitoramento de quem tenha tido contato com pessoas infectadas e capacidade de manter distância entre as pessoas nas comunidades.>
O sistema de saúde pública também precisa estar fortalecido, disse Ryan, pois um relaxamento de medidas pode provocar um repique de casos.>
Entre os parâmetros que é preciso analisar para calibrar o grau de restrições ou relaxamento está a ocupação dos leitos hospitalares. "É preciso haver um colchão de segurança. Se a ocupação estiver chegando perto da capacidade, isolamentos mais drásticos são necessários".>
Outros dados necessários são o número de dias em que os casos dobram em cada localidade, a porcentagem de testes que dá resultado positivo e a taxa de transmissão (para quantas pessoas cada infectado transmite o vírus).>
Voltar à atividade econômica sem pôr em risco a vida das pessoas depende, portanto, da capacidade de acompanhar a evolução da doença.>
"Não há números exatos que definam qual é o momento certo de abrir ou fechar. O que podemos dizer é que é preciso acompanhar o passo da pandemia. Relaxar, medir, esperar, analisar e dar um passo de cada vez", afirmou o diretor da OMS.>
Durante a coletiva, a cantora e compositora americana Lady Gaga anunciou a transmissão de um megashow global, One World: Together At Home (um mundo, juntos em casa) para mobilizar pessoas e recursos no combate à a pandemia de coronavírus.>
O evento é uma parceria da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da Global Citizen, ONG de combate à pobreza.>
O show será no dia 18 de abril e terá a participação de Alanis Morissette, Andrea Bocelli, Billie Eilish, Chris Martin, Elton John, Paul McCartney e Stevie Wonder, entre outros artistas. Haverá transmissão ao vivo a partir das 9h do dia 18 (horário do Brasil).>
Será apresentado por Jimmy Fallon, do "The Tonight Show", Jimmy Kimmel, do "Jimmy Kimmel Live", Stephen Colbert, de "The Late Show with Stephen Colbert", e bonecos da Vila Sésamo.>
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