Publicado em 23 de agosto de 2024 às 13:59
A Intruder foi a denominação de uma série de motocicletas cruiser produzidas pela Suzuki de 1985 a 2005, embora o nome ainda continue sendo utilizado em alguns modelos na Europa. Todas as motos com o “carimbo” “Intruder” tiveram ou têm motores GV-Twin de quatro tempos. Depois de 2005, a Intruder foi substituída pela Boulevard na marca japonesa. >
Apesar de a Suzuki ser oriental, a Intruder deu início a sua jornada nos Estados Unidos, com as Intruder 700 e 1400. A de menos cilindradas foi idealizada para ser pequena o suficiente para escapar da tarifa de 45% nos Estados Unidos para motos importadas, enquanto a de 1400 cc veio para brigar com a Harley-Davidson Evolution 1340 e a Vulcan 1500 da Kawasaki. >
Ao mercado brasileiro, coube à chamada “Suzukinha” Intruder 125, comercializada no país de 2002 a 2016 com enorme sucesso, principalmente como moto dos Correios – quem nunca viu o modelo todo amarelinho, inclusive com a grande caixa de carga disposta sobre a parte do carona também amarela? >
A Intruder comercializada no Brasil tinha um motor de 125 cilindradas, quatro tempos e cárter seco, com 12 cavalos de potência a nove mil rotações por minuto, 0,98 kgfm de torque a 7 mil giros, partida elétrica, câmbio de 5 marchas e sistema de transmissão por corrente. >
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A moto contava no início com 1,94 metro de comprimento, 81,5 centímetros de largura, 1,11 metro de altura, 1,28 metro de entre-eixos e 17,5 centímetros de altura em relação ao solo, com a altura do banco a 73,5 centímetros. Os freios tinham disco na frente e tambor atrás, com 113 quilos de peso (sem o piloto) e tanque de combustível de 10,3 litros. Em um dos melhores anos de vendas, a Intruder 125 teve 6,8 mil unidades emplacadas, em 2012.>
Lançada em 2002, a Intruder 125 foi a menor motocicleta street da Suzuki no Brasil e a mais acessível. A marca japonesa ainda trouxe para o mercado brasileiro os modelos de 250, 800 e 1.400 cilindradas, mas apenas a 125 teve sucesso. Mais fracas que suas principais concorrentes – a Honda CG 125 e a Yamaha YBR 125 –, a moto da Suzuki se destacava pelo seu belo visual, inspirado em modelos estradeiros de maior porte da fabricante oriental. >
Na comparação com suas rivais, a Intruder 125 chegava à final de 110 km/h, ante 120 km/h da CG 125 e 115 km/h da YBR 125. Na potência, a Intruder e a CG empatavam, com 12,5 cavalos, enquanto que na YBR era de 11,2 cavalos. >
No consumo médio urbano, a moto da Yamaha ficava atrás, com 35 km/l para um tanque de 13 litros, a Intruder vinha na segunda posição, com 36,7 km/l e a CG precursora das atuais CG 160 fazia 40 quilômetros com um litro de gasolina, com tanque de 13,5 litros. >
Para tentar conquistar os brasileiros e “roubar” uma fatia de mercado da concorrência, o marketing da Suzuki entrou em ação com tudo. Mesmo antes da estreia da Intruder 125 por aqui – e também para justificar o nome ligado a célebres modelos estradeiros e de maior porte da marca japonesa –, a Suzuki alardeou que sua 125 se tratava de uma moto custom, pelo estilo mais clássico e conforto com a agilidade de uma street. >
E parece que “colou”! O conjunto mecânico da Intruder 125 nacional incluía sistemas de lubrificação com cárter seco, ignição eletrônica CDI e partida elétrica, com transmissão de 5 marchas com embreagem multidisco banhada a óleo. O chassi era do tipo Diamond, com suspensão dianteira com garfo telescópico e traseira com balança articulada. >
O primeiro pacote oferecido para os brasileiros custava em torno de R$ 4,5 mil e tinha as sóbrias cores azul, preto e vermelho. De cara, o modelo não agradou, porque os motociclistas achavam seu estilo mais ligado ao “velho” do que ao clássico. >
A maré começou a mudar pra valer a favor da Intruder 125 quando o mercado brasileiro teve um grande crescimento a partir de 2007, ao lado das primeiras grandes alterações no próprio modelo da motocicleta da Suzuki, que começavam a levá-lo para os lados dos Correios. >
Com isso, a Intruder 125 ganhou aprimoramentos no conjunto mecânico para deixá-la mais potente – com um cavalo a mais – e eficiente, com opções de cores mais atraentes. Vieram novas borboletas e calibragem do carburador e introdução do sistema de redução na emissão de poluentes, passando a “Suzukinha” para 11,5 cavalos e o torque finalmente superando um quilo, mais precisamente, 1,19 kgfm a 8 mil giros. >
Na prática, a moto ficou com uma ciclística melhor, mais dócil de ser pilotada, com retomadas de velocidades mais vigorosas e uma leve redução no consumo de combustível. >
Em 2012, a Intruder 125 recebeu outras mudanças mecânicas para se adaptar ao Promot 3 – Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Similares –, que estabelecia normas mais rigorosas quanto aos níveis de poluição emitidos por esses veículos. >
Ela ganhou ainda um novo carburador Mikuni BS25 com TPS (sensor de posição da borboleta) e sistema de escape com catalisador, reduzindo novamente a potência e o torque. A Suzuki Intruder 125 foi descontinuada em maio de 2017. >
Foi substituída no Brasil pela Chopper Road 150, uma versão mais moderna e uma evolução da famosa moto dos Correios, feita a partir de uma parceria da Suzuki com a chinesa Haojue. >
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