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Capixaba vai disputar torneio de handebol de praia nas Olimpíadas de Paris

Capixaba vai disputar torneio de handebol de praia nas Olimpíadas de Paris

Patrícia Scheppa vai disputar a competição pelo esporte que ainda não compõe o programa oficial das Olimpíadas, mas que terá um campeonato de exibição que visa pleitear um lugar definitivo no calendário olímpico

Publicado em 3 de abril de 2024 às 14:11

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Vitor Antunes
Reporter / [email protected]

Um jogo dinâmico, com jogadas ligeiras e espetaculares, em que o objetivo é o gol. Esta seria uma das formas de definir o handebol de praia, esporte que é jovem - teve seu primeiro regulamento mais oficial em 2000, na Itália - e neste ano será exibido de forma demonstrativa nos Jogos Olímpicos de Paris. Um dos principais nomes da modalidade é Patrícia Scheppa, capixaba natural de Santa Teresa, que foi convocada para a disputa.

O Brasil, ainda que seja número um no ranking mundial, tanto no feminino quanto no masculino, e tenha um dos melhores jogadores do mundo, não terá a sua Seleção presente na disputa. O único país a ter a sua mantida na íntegra é a França. "Foram montadas três seleções de atletas escolhidos pela Federação Internacional de Handbol (IHF), com oito atletas em cada seleção, formando o All Star Team. Essa estratégia é justamente para abrilhantar essa exibição", revelou Patrícia.

A expectativa da capixaba é de que o esporte entre para o programa oficial das Olimpíadas numa das próximas edições. "Estamos dando passos importantes para que a modalidade se torne oficialmente olímpica. Esse projeto iniciou em 2015, com uma exibição para o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), na Suíça, também no formato de All Star Team, e tivemos um retorno muito positivo dele. Outro passo importante foi ele haver se tornado um esporte oficial no Programa Olímpico da Juventude e agora o esporte estará em exibição em Paris. As expectativas são as melhores possíveis e queremos garantir uma exibição espetacular, com jogadas plásticas maravilhosas que possam encantar todos que estejam acompanhando essa exibição e que possam representar de maneira gigantesca e brilhante a modalidade. A gente acredita muito nisso", pontuou.

Para Patrícia Scheppa, o handebol de praia vem numa ascendente e com chance de entrar para o calendário oficial
Para Patrícia Scheppa, o handebol de praia vem numa ascendente e com chance de entrar para o calendário oficial. (Acervo Pessoal)

A atleta e o panorama atual do esporte

Nascida em Santa teresa, Patrícia tem um currículo grandioso na modalidade. Já foi eleita a jogadora mais valiosa do mundo, por duas vezes foi escolhida a melhor jogadora do mundo, foi artilheira de competições internacionais, foi tetracampanha mundial, escolhida e homenageada pela Federação Internacional de Handebol (IHF), como uma das lendas da modalidade - honraria que apenas 12 pessoas no mundo receberam. Ela está no All-Star Team há muitos anos. Contudo, ainda assim há muitas batalhas a percorrer.

"A gente ainda encontra muitas dificuldades, especialmente pelo fato de a modalidade ainda não constar no programa oficial das olimpíadas. A gente acredita que o melhor caminho é realmente a fomentação, fomentar a modalidade de mais praticantes, tornar cada vez mais popular e aproveitar que nós somos o número 1 no ranking Mundial. O Brasil é o país que tem mais títulos internacionais. E isso está sendo levado como uma ferramenta para que a gente possa cada vez mais conquistar praticantes da modalidade, investidores, um olhar profissional e tudo que a gente possa alcançar".

Patrícia ressalta que há hoje incentivos em várias esferas - tanto municipais, como estaduais e federais, além do Bolsa Atleta, que dá um incentivo para atletas da modalidade do handebol de praia. Mas, para o esporte ganhar ainda mais projeção, segundo ela, é importante ter visibilidade de ser um esporte olímpico. "Estão sendo criados vários projetos para fomentar a modalidade através do surgimento de categorias de base, onde a gente possa levar o handebol de praia a mais pessoas e profissionalizá-lo. Também lançar mão de eventos em formatos de show, de eventos. Há uma movimentação da IHF em promover um evento da Liga Mundial, o Global Tour, com o intuito de que seja propagado em vários continentes". Em 2026 haverá os Jogos da Juventude, onde o handebol de praia estará presente. Para Patrícia já se trata de um reforço positivo. 

Diferenças entre o handebol de praia e o de quadra

Na prática, o handebol de praia e o de quadra guardam poucas semelhanças. De acordo com Scheppa, num plano geral, o que as torna similar é o fato de que "o passe e o arremesso é realizado com a mão". Do restante, há uma a diferença de tamanho do espaço de jogo - a quadra oficial mede 40x20m e a de praia 27x12m; na quantidade de jogadores, já que a quadra exige 7 atletas e a praia, 4; o tempo de jogo é menor no esporte praiano, já que são dois tempos de 10 minutos, diferentemente do tradicional, de 30 minutos. Difere também o fato de o gol poder valer um ou dois pontos, na nova modalidade em vez da tradicional em que cada gol vale apenas um.

"No handebol de praia não existe empate nunca, independente da fase da competição que tiver. É um jogo totalmente dinâmico, plástico, que favorece realmente o espetáculo. E dentro dessas características da modalidade, o Fair Play, ele é muito forte, é uma filosofia da modalidade. Fora essa questão espetacular, o jogo bem dinâmico e rápido", destacou a atleta.

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