Estagiário do Estúdio Gazeta / [email protected]
Publicado em 4 de maio de 2021 às 16:09
Um aspecto que deve ser levado em conta na hora de comprar um imóvel é a taxa de condomínio. Esse valor pode variar muito, de acordo com o padrão e a estrutura do empreendimento, e precisa ser avaliado atentamente, já que terá de ser pago todo mês e pode pesar no bolso. O fato é que muitos moradores não compreendem a cobrança e o valor da taxa, e esse se torna um dos principais motivos de discussão em assembleias e reuniões de condomínio.>
Uma das dúvidas frequentes é o fato de alguns residenciais, mesmo não oferecendo estrutura de lazer e segurança, terem a taxa condominial mais alta que em locais que oferecem ampla área de lazer e porteiro 24 horas, por exemplo. Nesse momento, surge o questionamento: o que mais causa impacto no aumento e o que pode ser feito para reduzir esse valor?>
Para compreender o porquê dessa taxa e o que a diferencia de um condomínio para o outro, é necessário entender o fluxo de atividades que o empreendimento possui. Em alguns casos, residenciais recém-inaugurados possuem uma taxa condominial menor do que edifícios com mais tempo de construção, conforme explica o presidente do Sindicato Patronal de Condomínios e Empresas de Administração de Condomínios do Espírito Santo (Sipces), Gedaias Freire da Costa. >
Ele ressalta que essas taxas são regulamentadas por uma legislação específica e variam de acordo com as dependências do condomínio. “A taxa condominial consiste no valor que os moradores devem pagar todo mês, definida em forma de rateio, que é usada para cobrir as despesas e benfeitorias do condomínio. Dentro dessa taxa encontram-se despesas como luz, água, pagamento de funcionários, manutenções, equipamentos de segurança, fundo de reserva e outras ações, visando o bem-estar dos condôminos”, destaca.>
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Por se tratar de uma divisão, o valor é diretamente influenciado pelo número de unidades e pelo volume de despesas. Gedaias avalia que edifícios mais antigos e com poucas unidades em funcionamento podem acabar tendo uma taxa de condomínio mais alta, como acontece, por exemplo, com alguns empreendimentos no Centro de Vitória. >
“Ocorre que, na maioria das vezes, os condomínios do Centro de Vitória necessitam de mais funcionários. Muitos não usam novas tecnologias, como portaria eletrônica. É necessária a contratação de funcionários para realizar diversos serviços de manutenção e outras funcionalidades. Quando se tem um número elevado de funcionários e poucas unidades, na hora da divisão torna-se mais alta a taxa condominial”, afirma o presidente. >
Segundo o contador, administrador e advogado Claudinor Brandão, caso seja de interesse comum dos condôminos, é possível contratar os serviços de uma administradora que atuará como um suporte ao síndico, realizando uma série de atividades e orientando sobre formas de otimizar esses custos. >
“Em termos de despesas, a folha de pagamento dos colaboradores costuma ser o item que mais pesa, chegando a responder por até 50% do total de gastos do condomínio. Condomínios menores e com um quadro de funcionários contratados acabam tendo um valor mais elevado da taxa condominial”, explica ele, que é fundador da Cecad Adminstração Condominial.>
Para o administrador João Goulart, 28 anos, que mora em um condomínio no Centro de Vitória, a educação é uma das formas mais importantes para controlar os gastos do condomínio e diminuir as taxas mensais. Pensando nisso, ele reuniu alguns amigos do prédio e, juntos, criaram uma cartilha contendo informações gerais sobre a organização e orientações sobre possibilidades de redução dessa despesa.>
“Em nosso condomínio não temos área de lazer, então fizemos um modelo de cartilha com orientações básicas para que o morador possa economizar nas despesas e, assim, diminuir a sua taxa condominial. Mas nem todos são adeptos. Coisas simples, como fechar a torneira de água, apagar a luz quando sair do apartamento, não deixar o elevador parado com as portas abertas”, explica.>
Economize energia elétrica
De acordo com João Goulart, é mais indicado o uso de lâmpadas de LED, que são 80% mais econômicas do que as lâmpadas comuns. “As lâmpadas de LED tornam o ambiente mais claro e ajudam nessa redução de custos”, afirma. Segundo especialistas, é importante que os moradores contribuam para a redução da conta de energia do condomínio, não deixando lâmpadas e ar-condicionado de ambientes comuns, como academias e salão de festas, ligados sem ninguém no local, por exemplo.
Terceirização de serviços
Segundo Claudionor Brandão, a contratação de uma empresa administradora de condomínios pode representa uma economia significativa nas despesas da taxa de condomínio, com a terceirização dos funcionários, por exemplo. Em um condomínio, 50% da folha de pagamento é relacionada ao quadro de funcionários.
Implantação de novas tecnologias
Gedaias Freire afirma que o uso de novas tecnologias favorece a redução de gastos. “O uso de portarias eletrônicas, sensores de presença, energia solar e outros mecanismos, podem sim ajudar no corte de gastos do condomínio”, aponta.
Economize água
Para manter a limpeza nas calçadas, garagens e manutenção dos jardins, por exemplo, João Goulart sugere que seja usado um reservatório de água da chuva, se possível. Ou que a limpeza seja feita apenas uma vez por semana com água.
Manutenção em dia
A manutenção frequente do condomínio pode parecer algo que aumenta o custo, mas é justamente o contrário. Quando ela está em dia, evita-se gastos repentinos e cotas extras por causa de obras que não estão no orçamento do condomínio.
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