Publicado em 20 de março de 2025 às 18:49
- Atualizado há um mês
O ano de 2025 será marcado por mais uma crescente no número de lançamentos imobiliários no Espírito Santo. De acordo com a pesquisa Previsão de Lançamentos Imobiliários do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon-ES), lançada nesta quinta-feira (20), a previsão de lançamentos de residenciais para este ano é de 6.951 unidades - dessas, 3.306 são do Minha Casa, Minha Vida, valor que expressa 48% do total. >
O maior número de lançamentos de empreendimentos do tipo foi registrado em 2018, com 5.106 unidades residenciais. Após uma sequência de anos em queda, com o menor número sendo atingido em 2023 com 956 unidades, o Minha Casa, Minha Vida voltou a apresentar uma curva de crescimento.>
Para Leandro Lorenzon, vice-presidente da entidade, a curva de crescimento no número de lançamentos do Minha Casa, Minha Vida nos últimos anos é impulsionada por fatores econômicos que impactam negativamente nos segmentos de alto e médio padrão, como a alta da Selic, taxa de juros básica da economia que foi elevada nesta quarta-feira (19) para 14,25%; e aumento nas taxas de juros dos financiamentos imobiliários.>
"Mesmo que o mercado imobiliário esteja mais cauteloso, o que se vê é que essa expectativa de lançamentos está elevada, porque o Minha Casa, Minha Vida cresce. Mesmo que ele também sofra com a inflação e aumento de juros, parte disso é amenizada pelo subsídio do programa federal, que é de fato um programa de sucesso e recebe muito apoio do governo", comenta. >
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Lorenzon também destaca que o mercado de empreendimentos dessa tipologia, mesmo que ainda não tenha grande participação no mercado, destaca-se, principalmente, na Serra, município que receberá 2.538 lançamentos residenciais. "O share do Minha Casa, Minha Vida no ES ainda é baixo em relação à média nacional por diversos fatores como, por exemplo, o fato de Vitória enquanto capital, não viabilizar projetos desse tipo, mas o que falta de terreno nessa cidade, na Serra, onde esses empreendimentos têm um maior apelo, sobra", finaliza.>
Outro fator de atenção relatado na pesquisa do Sinduscon-ES foi o relatório com os principais motivos que estão levando as construtoras a não planejarem lançamentos em cada um dos municípios da Grande Vitória. Na capital, a escassez de terrenos foi definida como o principal impeditivo, seguido pelo fato do Plano Diretor Municipal (PDM) ser muito restritivo.>
"A limitação de altura, exigências de afastamento muito grandes entre os empreendimentos e a dificuldade na compra de terrenos são motivos que afastam o empresário do ramo. Na Praia do Canto, região em que essas normas não são tão rígidas, o número de lançamentos é muito maior, diferentemente de bairros como Jardim da Penha" relata o diretor de Economia e Estatística do Sinduscon-ES, Eduardo Borges. >
Enquanto isso, em Vila Velha, a instabilidade econômica do país lidera entre os motivos para não aumenta a quantidade de lançamentos, de acordo com os empresários, mas outros três fatores também se destacam: a burocracia dos cartórios de registros de imóveis, as altas despesas com os mesmos cartórios e a dificuldade de mão de obra. >
"Tipicamente, o operário da construção civil, ele é, historicamente, um entrante na classe trabalhadora e hoje, muitas vezes, ele nem chega. Primeiro, porque aqui no Estado o café está muito mais valorizado e grande parte dessa mão de obra não quer deixar a colheita. Além disso, o jovem não tem mais essa ambição da construção civil, porque ele já tem alternativas muito mais rentáveis e de menor esforço", explica Leandro Lorenzon sobre essa crise. >
Em Serra, Cariacica, Viana, Guarapari e Fundão, outros municípios que constituem a Grande Vitória, as construtoras afirmam que não realizam os lançamentos apenas por opção empresarial e também uma demanda insatisfatória, que não justifica novos ou mais lançamentos. >
O Sinduscon-ES também apresentou a 44ª edição do Censo Imobiliário. A exemplo das edições anteriores, Vila Velha permanece como a cidade com a maior quantidade de lançamentos (10 residenciais e 7 comerciais) e empreendimentos em produção (64 residenciais e 30 comerciais). O município acumula 7.255 unidades em andamento, o que corresponde a 48,% das 14.885 unidades em construção atualmente. >
“Vila Velha é o maior canteiro de obras do Estado. Praticamente metade das unidades em construção estão lá. Mas quando falamos em quantidade de lançamentos, vemos que Vitória tem se aproximado [são 8 lançamentos residenciais e 5 comerciais]”, avalia o diretor de Economia e Estatística do Sinduscon-ES, Eduardo Borges.>
Ele também chamou a atenção sobre o Índice de Velocidade de Vendas (IVV) que permanece em um patamar um pouco menor do que o índice anterior, mas afirmou que isso não significa que o mercado esteja mais lento. >
“O teto do índice de vendas em produção [74,3%] está dentro do teto da nossa média histórica. Atualmente, o mercado tem 15 meses de estoque de unidades de médio e alto padrão e cerca de 12 meses no caso dos empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida”, complementa.>
Com relação ao preço médio do metro quadrado de imóveis novos, Vitória continua na dianteira: R$ 16.168 para imóveis de 1 quarto, R$ 14.760 para 2 quartos, R$ 15.493 para 3 quartos e R$ 21.114 pra 4 dormitórios. Segundo Borges, isso acontece porque, diferentemente de municípios como Vila Velha e Serra, não há empreendimentos do padrão Minha Casa, Minha Vida em Vitória.>
Vila Velha fica em segundo lugar, com o preço médio do metro quadrado para imóveis novos: R$ 14.371 para unidades de 1 quarto (lembrando que quase não existem unidades de 1 dormitório nos lançamentos econômicos); R$ 11.096 para 2 quartos; R$ 12.308 para unidades de 3 quartos e R$ 15.296 para apartamentos de 4 quartos. Na Serra, o valor médio é de R$ 6.418 para 2 quartos e R$ 9.339 para 3 dormitórios.>
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