Publicado em 16 de dezembro de 2025 às 07:34
O desembargador capixaba Macário Júdice, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), foi preso na manhã desta terça-feira (16) durante a Operação Unha e Carne 2, da Polícia Federal. A ação acontece no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, onde Macário tem residência. A informação é do colunista Lauro Jardim, de O Globo. >
A operação foi deflagrada para investigar a atuação de agentes públicos no vazamento de informações sigilosas sobre operações policiais. Na primeira fase da operação foi preso o ex-presidente da Alerj, o deputado estadual Rodrigo Bacellar (União Brasil), que segundo as investigações da PF, teria alertado o ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, sobre uma ação que seria realizada pela PF na casa dele.>
Macário Júdice é o relator do caso de TH Joias, no Tribunal Regional Federal (TRF) 2. O site G1 apurou que Macário foi o magistrado que, em setembro, expediu o mandado de prisão do então deputado. Segundo a TV Globo, agentes cumpriram um mandado de prisão preventiva e dez mandados de busca e apreensão, expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).>
Macário era titular da 3ª Vara Federal de Vitória quando passou a ser suspeito de integrar um esquema de venda de sentenças, receber vantagens indevidas e utilizar o cargo para conceder liminares autorizando a importação de caça-níqueis.>
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O primeiro afastamento das funções foi determinado em 2005.>
O caso se arrastou na Justiça. Por fim, Macário foi absolvido das acusações de corrupção, formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro. Isso na esfera criminal.>
Restava o Processo Administrativo Disciplinar (PAD). Em 2015, ele chegou a ser punido com a aposentadoria compulsória, a pena máxima na esfera administrativa, pelo próprio TRF-2.>
Dois anos mais tarde, porém, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) anulou a decisão da Corte, uma vez que o julgamento não contou com a participação do número mínimo de magistrados.>
Um novo julgamento, então, teria que ser realizado. Mas, em 2022, o CNJ reconheceu a prescrição da pretensão punitiva, ou seja, passou tanto tempo que já não era possível analisar o caso.>
Macário seguiu afastado das funções por força de outra decisão, desta vez no âmbito de uma ação de improbidade administrativa proposta pelo Ministério Público Federal. Em janeiro de 2023, o TRF-2 manteve sentença de primeiro grau e rejeitou instaurar a ação.>
Em maio, a Corte determinou que o juiz voltasse a exercer a titularidade da 3ª Vara Federal Cível de Vitória. Assim, após 17 anos e meio sem assinar uma sentença ou presidir uma audiência, o magistrado teve caneta de volta à mão.>
Mas, mais que isso. Ao voltar, Macário Júdice passou a ser o juiz mais antigo em atividade na Justiça Federal do Espírito Santo e do Rio de Janeiro — o período de afastamento foi computado.>
E havia uma vaga de desembargador em aberto no TRF-2, justamente destinada ao magistrado com mais tempo de carreira. Assim, mal retornou ao cargo, ele foi promovido em 2023, assumindo o cargo de desembargador no TRF2.>
Com informações de Letícia Gonçalves>
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