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Marcelo Santos critica secretários do ES por suposto uso da máquina pública

Marcelo Santos critica secretários do ES por suposto uso da máquina pública

A postura dos chefes das pastas, conforme presidente da Assembleia, poderia até comprometer a lisura do pleito eleitoral do próximo ano; secretário da Casa Civil nega e diz que, no governo, não se discute eleição ainda

Publicado em 2 de julho de 2025 às 18:02

Marcelo Santos, presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo
Marcelo Santos, presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo Crédito: Lucas S. Costa/Ales

 Durante discurso na sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) desta quarta-feira (2), o presidente da Casa de Leis, Marcelo Santos (União), criticou a suposta atuação eleitoreira de secretários do governo de Renato Casagrande (PSB) em alguns municípios capixabas.

A postura dos chefes das pastas, conforme Marcelo Santos, poderia até comprometer a lisura do pleito eleitoral do próximo ano, em que, no Espírito Santo, serão disputadas vagas para o governo, o Senado, a Câmara dos Deputados e para a própria Ales.

"Nós teremos eleições no próximo ano. Uma eleição em que vai ser colocado a população para escolher o próximo presidente da República e duas vagas de Senado. No caso do Espírito Santo, dez vagas de deputado federal e 30 vagas de deputado estadual. Mas o que tem ocorrido com alguns secretários de Estado, que estão colocando nome para a disputa eleitoral, é que estão confundindo a Secretaria de Estado com palanque eleitoral e isso não é bom para o governador Renato Casagrande", iniciou Marcelo em seu discurso.

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Marcelo Santos critica secretários do ES por suposto uso da máquina pública

Sentado em seu lugar na Mesa Diretora da Ales, rodeado pelos deputados Danilo Bahiense (PL), Vandinho Leite (PSDB) – líder do governo na Assembleia – e Capitão Assumção (PL), Marcelo Santos continuou sua fala afirmando que há casos de secretários casagrandistas que, "ao dialogar com dito prefeito, presidente de Câmara ou cidadão comum, ele pergunta primeiro qual a opção dele de voto para deputado federal, deputado estadual". Veja o vídeo abaixo:

"Se por um acaso esse cidadão disser o sentimento dele por outro deputado, o cidadão jamais será atendido, porque ele (o secretário) vai ficar de cara feia e usar a política eleitoral para não atender o cidadão. Então, isso, eu tenho pleno convicção de que o governador Renato Casagrande não concorda. Mas é um alerta que eu faço ao secretário de Estado que tem pretensão de disputar uma eleição: primeiro cumpra o seu papel designado pelo governador, para cumprir a missão de promover o desenvolvimento social e econômico do Espírito Santo. Não confunda eleição com gestão", enfatiza Marcelo em outro trecho de seu discurso.

Por fim, o presidente da Ales, cujo discurso foi corroborado por outros deputados que também se manifestaram sobre o tema em plenário, ressaltou o papel que o Legislativo estadual tem de fiscalizar as práticas denunciadas por ele.

"Por enquanto, estamos fazendo ouvido de mercador e estamos com os olhos fechados. Mas vamos começar a abrir os olhos e ficar mais antenados, para que não ocorra nenhum crime eleitoral, porque o que está acontecendo com algumas pastas é vergonhoso", concluiu Marcelo Santos, sem citar, em sua fala, quem seriam os secretários que estariam usando a máquina pública para fins eleitorais.

'Não existe isso no governo Casagrande', diz secretário 

A reportagem de A Gazeta procurou o governo do Estado para comentar as falas feitas pelo presidente da Ales e por outros deputados da Casa de Leis nesta quarta-feira (2). O Executivo estadual designou o secretário da Casa Civil, Junior Abreu, para repercutir o assunto.

Conforme o secretário, a alegação dos deputados não corresponde ao que de fato, segundo ele, ocorre na gestão socialista, no que se refere à atuação do secretariado de Casagrande.

"Isso não está acontecendo dentro do governo porque a orientação, desde sempre, é de manter os esforços visando às entregas à população. A determinação do governo é que o foco total seja no trabalho para os capixabas. Não se discute eleição ainda. Quem for disputar eleição só vai pensar nisso em abril (quando quem tem pretensão em concorrer a cargos eletivos deverá deixar o cargo, em atendimento às regras eleitorais), porque, agora, a concentração é no trabalho para realizarmos as entregas para a população", sustenta Júnior Abreu.

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