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Chefe do meio ambiente no MPES coloca cargo à disposição

Chefe do meio ambiente no MPES coloca cargo à disposição

Promotor enviou carta à procuradora-geral de Justiça, Luciana Andrade, na última terça-feira (14) comunicando a atitude

Publicado em 16 de novembro de 2023 às 11:48- Atualizado há 6 meses

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Promotor Marcelo Lemos do Ministério Público do Espírito Santo (MPES)
Promotor Marcelo Lemos. (Reprodução/Instagram)

O promotor Marcelo Lemos, que dirige o Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (Caoa) do Ministério Público do Espírito Santo, colocou o cargo à disposição. Em ofício endereçado à procuradora-geral de Justiça, Luciana Andrade, ele diz estar com a "consciência tranquila" e ressalta que "não mediu esforços" na função. O documento foi protocolado na manhã da última terça-feira (14).

Não é possível saber pelo texto qual foi a motivação do promotor ao tomar essa atitude. Ele diz apenas que seria "em virtude dos últimos acontecimentos". Marcelo Lemos é conhecido em todo o Estado por sua atuação em temáticas relacionadas ao meio ambiente, notadamente a questão da poluição do ar na Grande Vitória. 

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Ofício enviado pelo promotor Marcelo Lemos, diretor do Caoa, à procuradora-geral de Justiça, Luciana Andrade

Comunicado do promotor explicando a atitude foi protocolado na manhã da última terça-feira (14)

Tamanho de arquivo: 134kb

Ele foi um dos promotores a elaborar o Termo de Compromisso Ambiental (TCA) com as empresas do Complexo Portuário de Tubarão em 2018, que previu 191 ações para redução da poluição atmosférica na Região Metropolitana de Vitória.

Recentemente, Marcelo Lemos também protagonizou polêmicas quando enviou uma nota recomendatória à Prefeitura de Vitória requisitando o cancelamento dos últimos blocos do carnaval da Capital. A justificativa era a poluição causada pelo lixo e o prejuízo aos idosos que vivem no Centro de Vitória. 

Lemos foi procurado por A Gazeta para comentar a decisão, mas ainda não se manifestou. O Ministério Público Estadual também foi questionado sobre a situação do promotor e sobre quem a PGJ pretende colocar no posto, mas disse que não comentaria o fato por se tratar de assunto interno da instituição. 

A Gazeta apurou que a atitude do chefe do meio ambiente do MPES estaria ligada a dois fatores. O primeiro envolve uma coletiva de imprensa marcada para a última segunda-feira (13) sobre o monitoramento da qualidade do ar da Grande Vitória, tema de reportagem de A Gazeta

No primeiro aviso de coletiva, enviado pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), estava prevista a participação do Ministério Público Estadual e Federal na coletiva, cujo objetivo era apresentar dados relativos às emissões de pó preto. O evento, inclusive, estava marcado para acontecer na sede do Caoa, núcleo dirigido por Marcelo Lemos.

Menos de duas horas depois, porém, foi emitido um novo aviso de coletiva, já sem a informação da presença do Ministério Público, e com alteração de local, que foi para o auditório do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), autarquia do Estado. 

O segundo motivo para essa atitude de Lemos teria um viés político, envolvendo a próxima eleição para procurador-geral do Ministério Público. O dirigente do Caoa faria parte de um grupo "dissidente" da atual administração.  

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