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Católicos são maioria no Espírito Santo: 53 a cada 100 habitantes

Católicos são maioria no Espírito Santo: 53 a cada 100 habitantes

Como seria se toda a população capixaba fosse representada em 100 pessoas? Especialistas avaliam que a tendência é que a população evangélica aumente nos próximos anos

Publicado em 11 de outubro de 2019 às 20:03

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População do Espírito Santo representada em 100 pessoas tem recorte de religião, baseado no Censo. (Reprodução/A Gazeta)

Constituído sob a coroa e sob a cruz da igreja, o Espírito Santo é predominantemente católico, conforme mostrou o Censo Demográfico de 2010. A cada 100 moradores, 53 se diziam ligados à Igreja Católica Apostólica Romana. Outros 33 pertenciam às diferentes denominações evangélicas. 

Esses números, embora antigos, são resultado do mais amplo levantamento do IBGE sobre as características da população brasileira e foram usados na projeção de como seria se todos os habitantes do Estado pudessem ser representados por 100 pessoas.

O trabalho, feito pelo G.Dados, o grupo de jornalismo de dados da Rede Gazeta, comparou proporções aproximadas de números oficiais sobre a sociedade capixaba. Veja o vídeo a seguir:

O predomínio dos católicos vem diminuindo. Ao menos essa é a tendência observada por novos estudos e pesquisadores. "Acredito que a tendência é cada vez um aumento da população evangélica, sem necessariamente um vínculo às igrejas originadas na reforma protestante. Observamos hoje um movimento de criação de novas comunidades cristãs evangélicas", analisou o professor Vitor Nunes Rosa, filósofo e teólogo.

Essa mudança, assinala o professor, tem relações com características deste tempo, da maneira como as pessoas se relacionam e até com as identidades das religiões. Há, por exemplo, uma tendência ao foco no individualismo, nas próprias aflições.

"E isso faz com que as pessoas levem isso para o campo do religioso. O individuo está em uma igreja, vai para outra. As pessoas buscam satisfação de suas necessidades específicas, e isso é visto também nas religiões. Novas igrejas cristãs vão sendo criadas", frisou Vitor.

Há que se falar até no conceito de modernidade líquida do sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Grosso modo, ele trata dos pilares frágeis sobre as quais as relações sociais e institucionais estão postas. Tudo é fluido, volátil, incerto.

"Autores têm apontado um processo de desinstitucionalização religiosa. Há um crescimento do vínculo religioso, mas sem uma religião institucionalizada. E falam na linha do Bauman, da liquidez também no campo religioso. Não há uma fidelidade total a uma tradição religiosa. Vai em culto católico e vai fazer prática budista. Vai no budismo e ao mesmo tempo vai à campanha da Universal, por exemplo. É uma múltipla pertença. A pessoa entende que pode transitar por várias práticas com naturalidade", explicou.

O fenômeno também passa por mudanças na Igreja Católica, frisou Vitor Nunes. Ele citou, por exemplo, a característica dos padres que se tornam celebridades e acabam por flexibilizar a identidade da religião milenar. 

"Alguns membros do próprio clero perdem a identidade como membros católico. Viram celebridades. E aqui no Estado temos visto isso. Perde-se a identidade católica e isso também contribui para que seja esvaziada a identidade católica", finalizou.

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É o grupo de jornalismo de dados da Rede Gazeta, que tem como objetivo qualificar e ampliar a produção de reportagens baseadas em dados na Redação A Gazeta/CBN. O jornalismo de dados é o processo de descobrimento, coleta, análise, filtragem e combinação de dados com o objetivo de construir histórias. É mais uma ferramenta para reforçar e embasar a produção de notícias.

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