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Casagrande e primeira-dama não tomaram cloroquina, diz governo do ES

Casagrande e primeira-dama não tomaram cloroquina, diz governo do ES

Esposa do governador do ES foi internada em hospital particular de Vitória, mas já teve alta. Unimed informou que "adota os protocolos cientificamente comprovados no tratamento à Covid-19"

Publicado em 8 de junho de 2020 às 15:34

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Renato Casagrande participa de reunião sobre o socorro aos Estados com o presidente Jair Bolsonaro, outros governadores e os presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre
Renato Casagrande já está recuperado da Covid-19. (Helio Filho/Secom-ES)

O governador Renato Casagrande (PSB) não fez uso de nenhum medicamento após ter sido diagnosticado com Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A informação é da assessoria de imprensa do governador. Casagrande passou todo o tratamento em isolamento social, na Residência Oficial da Praia da Costa, em Vila Velha, e já está recuperado.

Ainda segundo a assessoria, a primeira-dama, Maria Virgínia Casagrande, e a mãe do governador, Anna Venturim Casagrande, que também tiveram a doença e chegaram a ser internadas no CIAS Unimed, um hospital particular de Vitória, não fizeram o uso da cloroquina.

A primeira-dama, de acordo com o que a reportagem de A Gazeta apurou, teve que fazer uso de máscara de oxigênio, mas não precisou de respirador, nem tampouco foi levada para a UTI. A primeira-dama já recebeu alta. A mãe do governador, também.

Já Casagrande, que não chegou a deixar o comando do governo, apenas afastou-se de algumas agendas, disse na última sexta-feira (05) já estar recuperado.

"MOMENTO DE MUITA DUREZA", DIZ GOVERNADOR

Nesta segunda-feira (08), em entrevista ao ESTV, da TV Gazeta, Casagrande afirmou que, apesar de não ter apresentado muitos sintomas da doença, os dias em que esteve contaminado foram de forte desgaste psicológico.

"Estou bem, graças a Deus. Passei bem os 14 dias, com poucos sintomas. Mas a doença provoca um efeito psicológico muito forte, até por que eu fui contagiado pela minha esposa. Ela já estava antes com o vírus. Fui contagiado e também tive a tristeza de ver minha mãe contagiada. Foi um momento de muita dureza para gente ter equilíbrio psicológico numa fase dessas. Muita gente tem medo, a gente tem muito medo desse vírus. Foi um momento em que eu passei bem, mas de muito estresse. Graças a Deus minha esposa e minha mãe foram internadas, mas não precisaram ir para a UTI", contou.

O governador ainda fez questão de ressaltar a importância de seguir as recomendações dos órgãos de saúde e de se manter o isolamento social para evitar a propagação da doença.  

"Quem passa por essa doença, como eu passei, sabe que tem um efeito no organismo e também no nosso psicológico. É muito importante que a gente siga as recomendações dos profissionais de saúde para que a gente não tenha que passar por isso e para que a gente contribua para não pressionar o serviço de saúde do Estado", concluiu.

O anúncio de que Casagrande e sua esposa, Maria Virgínia, foram contaminados pelo coronavírus foi feito no dia 25 de maio. Dona Virgínia começou a sentir sintomas após ser internada no Hospital Meridional, em Cariacica, para tratar de um pequeno acidente vascular cerebral (AVC), e Casagrande apresentou sintomas desde o dia 22. Não é possível afirmar se a contaminação ocorreu na unidade hospitalar.

Nessa semana, o governador deve passar por um exame sorológico para testar se já está com anticorpos para o novo coronavírus.

CLOROQUINA

O uso da cloroquina, um remédio utilizado, por exemplo, no tratamento de doenças como lúpus e malária, tem sido impulsionado pelo presidente Jair Bolsonaro, que copia o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Pesquisas científicas realizadas sobre o medicamento, no entanto, apontam que não há efeitos significativos do medicamento no combate à Covid-19. Um estudo, publicado na renomada revista "The Lancet", chegou a associar a cloroquina ao risco de morte. Esse estudo, no entanto, depois foi retirado do ar pela publicação.

A pressão feita por Bolsonaro para que o Ministério da Saúde recomendasse o uso do remédio foi um dos fatores que levaram à saída de dois titulares da pasta em meio à pandemia do novo coronavírus.

UNIMED DIZ QUE ADOTA PROTOCOLOS CIENTIFICAMENTE COMPROVADOS

Por meio de nota, a Unimed Vitória informou à reportagem de A Gazeta que adota "protocolos cientificamente comprovados no tratamento à Covid-19".

A informação de que a primeira-dama foi tratada com cloroquina circulou em grupos de WhatsApp e redes sociais. Um suposto "protocolo Unimed" é apresentado e inclui o medicamento. 

A publicação foi analisada pela Agência Lupa e é falsa. Em nota enviada à Lupa, a assessoria de imprensa da instituição disse que a “postagem é uma fake news” e que a instituição adota protocolos cientificamente comprovados, seguindo as determinações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS). “A Unimed Vitória lamenta sobre esse tipo de montagem, que tem o objetivo de confundir a população e levar a interpretações equivocadas sobre um tratamento tão sério, como é o da Covid-19”, diz.

Leia na íntegra a nota da Unimed para A Gazeta:

"A Unimed Vitória informa que adota os protocolos cientificamente comprovados no tratamento à Covid-19 estabelecidos pelos órgãos de saúde. A cooperativa está atenta a todas as discussões nacionais e internacionais sobre o assunto, garantindo um atendimento de máxima eficiência aos seus pacientes.

Esclarece ainda que segue permanentemente atenta às determinações das autoridades de Saúde, acompanhando a evolução da pandemia não só no Espírito Santo como em todo território nacional, avaliando e atualizando as suas ações internas e protocolos de atendimento.

Também afirma que dados de pacientes e protocolos de atendimento são divulgados para a Secretaria Estadual de Saúde, órgão oficialmente responsável por repassar as informações relevantes sobre a pandemia."

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