Publicado em 11 de dezembro de 2019 às 17:03
O projeto que reestrutura os cargos dos servidores do Tribunal de Contas do Estado (TCES), remanejando os cargos comissionados e criando funções gratificadas, foi aprovado nesta terça-feira (10) pela Assembleia Legislativa, com 24 votos favoráveis e dois contrários, dos deputados Sergio Majeski (PSB) e Capitão Assumção (PSL). >
O texto prevê que a Corte de Contas se manterá com o total de 240 cargos comissionados hoje existentes, mas diminuirá aqueles que atuam em funções de chefia e os de gabinetes, e aumentará aqueles de assessoramento. Os cargos de chefia passarão dos atuais 26 para 19. Já os cargos de assessoramento, hoje 137, subirão para 151. E os em comissão de gabinete vão dos atuais 77 para 70.>
Outra alteração é no aumento do número de funções gratificadas, benefício pago aos servidores efetivos para que executem atividades específicas por tempo determinado e não cumulativas como direção e chefia, por exemplo, recebendo um acréscimo ao salário. Esses benefícios vão passar de 47 para 74, e os recursos utilizados serão aqueles remanejados devido à aposentadoria de 19 servidores nos últimos dois anos, que não terão os cargos repostos. De acordo com o TCES, o órgão também não fará concursos nos próximos três anos. O objetivo principal das mudanças é reforçar áreas consideradas mais estratégicas, como a de tecnologia da informação.>
O impacto anual do projeto é de R$ 89 mil ao ano e, de acordo com o TCES, não haverá reflexos para o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).>
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Um dos pontos do projeto que gerou polêmica junto à classe dos auditores de controle externo foi o que dizia que com a reorganização dos cargos, os assessores de controle externo, que são comissionados, passariam a incorporar atribuições de auditor, que é uma carreira de Estado. Para impedir que isto ocorra, foi acatada uma emenda de Lorenzo Pazolini (sem partido), alterando uma parte da redação do projeto. >
Pelo texto do projeto do TCES, a função do assessor de controle externo é de "assessorar autoridades e servidores do Tribunal elaborando e analisando manifestações, despachos, relatórios e documentos, desenvolvendo análises, estudos e pesquisas necessárias ao desempenho das atividades que lhes forem determinadas". O deputado acrescentou o seguinte trecho: "ressalvadas, em qualquer caso, as atribuições exclusivas da carreira de auditor de controle externo.">
Sérgio Majeski, que foi um dos parlamentares que votou contra o projeto, fez críticas ao fato desta reestruturação não prever um aumento de efetivos na Corte. "Órgãos de controle deveriam dar exemplo e promover acesso a cargos técnicos via concurso público. Hoje, há 240 cargos de livre nomeação, o que corresponderia à metade ou mais do total de funcionários", disse.>
Pazolini saiu em defesa do projeto. "Eu fui auditor de controle externo do Tribunal de Contas do Estado durante mais de dois anos. E, com a emenda, há a ressalva de todas as funções de fiscalização, de auditoria, para os auditores de controle externo, para servidores efetivos. Não há criação de cargo em comissão e não há nenhum tipo de gratificação para servidores comissionados. O que há são funções gratificadas para os efetivos, reconhecendo aqueles que estão tendo um ônus, condição de trabalho um pouco maior, e que efetivamente merecem ser reconhecidos para a administração. O projeto faz justiça, porque traz um plus salarial para aquele servidor que tem responsabilidade maior", declarou.>
Vandinho Leite (PSDB) complementou, frisando que a Constituição não permite a criação de gratificação para comissionados e dizendo que o comentário de Majeski estava "equivocado" tecnicamente. "Fui secretário de Estado duas vezes e isso não existe. Vamos colocar um debate desses em cima de um projeto do Tribunal de Contas? Dúvida sobre a qualidade técnica e a responsabilidade do Tribunal? Essa gratificação é principalmente para os auditores do Tribunal que hoje, como possuem corpo técnico menor, vão receber o benefício por produtividade e merecimento", disse. >
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