Publicado em 17 de fevereiro de 2020 às 20:54
O secretário especial de Desenvolvimento Social, Lelo Coimbra (MDB), cargo abrigado no Ministério da Cidadania, ganhou uma sobrevida no governo federal pelo menos até o carnaval. Ele foi nomeado na vaga em 2019 pelo ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB), que deixou a pasta e voltou para a Câmara dos Deputados. Nesta segunda-feira (17), Lelo, Osmar e o novo dirigente do ministério, Onyx Lorenzoni (DEM), se reuniram e o ex-deputado federal capixaba recebeu a garantia de que continua no cargo, pelo menos por enquanto. >
Segundo Lelo, o encontro serviu para mostrar a Onyx o andamento dos projetos que estão sendo tocados no Ministério da Cidadania. A secretaria que o capixaba ocupa é a que cuida do Bolsa Família, que passa por reformulação. O novo ministro, que toma posse nesta terça-feira (18), disse na reunião que ainda não definiu sua nova equipe. Para Lelo, este processo de transição é natural e que Onyx demonstrou que vai trazer pessoas novas, mas que vai manter alguns nomes. >
"Até a semana depois do carnaval, a gente vai seguir trabalhando, ouvindo o novo ministro, as estratégias e as proposições que vão ser trabalhadas no momento em que ele assumir. Não tem prazo estabelecido (para a transição). Onyx já demonstrou que terá alguns nomes para o setor executivo do ministério, mas que também que vai querer manter algumas pessoas, que já estão agregando. Ele disse que quer oxigenar o Bolsa Família, modernizá-lo, para que ele priorize sempre os mais pobres", explica o ex-parlamentar.>
Onyx Lorenzoni assume o Ministério da Cidadania depois de ter sido fragilizado à frente da Casa Civil, que já havia perdido funções e protagonismo. O demista, no entanto, é um aliado de primeira hora de Bolsonaro e, assim, não ficou sem abrigo.>
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Os motivos da saída de Osmar Terra do ministério ainda não foram divulgados pelo governo federal. Sua retirada acontece após denúncias de que a pasta teria contratado uma empresa de Tecnologia da Informação suspeita de ter sido usada como fachada para desviar R$ 50 milhões durante o governo Temer. A informação foi revelada pelo jornal "O Estado de São Paulo".>
Contudo, Lelo ressalta que a relação entre o MDB e o governo federal ainda é boa. "O governo federal não trabalha com indicações de partido, ainda que tenha alguns nomes de caciques partidários ocupando cargos importantes. O MDB tem votado com o governo, acredita nas iniciativas das reformas econômicas, primeiro com a Previdência e agora com a tributária. No mandato passado (com Temer), nós tentamos fazer algumas delas, mas, por ser um mandato tampão, nos tiraram a capacidade de tomar grandes decisões. Esse é o projeto único, virou uma agenda suprapartidária, e o MDB se encaixa neste desenho", afirma.>
O cargo que ocupa no ministério dá direito a Lelo a uma remuneração, de acordo com o Portal da Transparência da União, de R$ 47.211,27. O salário ainda sofre um abate-teto, ou seja, um desconto, de R$ 7.919,94. Após todos os descontos, recebe R$ 32.433,88 (líquidos). A cifra é resultado não apenas do salário do cargo comissionado, mas da aposentadoria. A soma das remunerações, segundo Lelo, ultrapassaria o teto do funcionalismo. Por isso, "toda a diferença é glosada. O cargo não me agrega remuneração, pois fica no abate-teto", respondeu.>
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