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Publicado em 7 de novembro de 2025 às 09:07
- Atualizado há um mês
Os três policiais civis afastados por tráfico de drogas — um deles, preso — desviavam entorpecentes apreendidos para criminosos da facção que atua na Ilha do Príncipe, em Vitória. A afirmação é da Polícia Federal, que, junto ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), realizou a Operação Turquia, nesta sexta-feira (7) para afastar os agentes de segurança investigados, prender um deles e outro alvo, e fazer buscas na Capital, em Vila Velha e na Serra. >
Os nomes dos policiais não foram divulgados, mas A Gazeta apurou que o preso é Eduardo Tadeu Ribeiro Batista da Cunha e os afastados são Eduardo Aznar Bichara e Erildo Rosa Junior. O Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol-ES) informou que está dando apoio jurídico aos policiais Erildo e Bichara. Já Cunha estaria com um advogado particular, o qual a reportagem tenta localizar. O espaço segue aberto para manifestação.>
As investigações começaram após a prisão em flagrante de um dos principais líderes do tráfico de drogas na Ilha do Príncipe, em fevereiro de 2024. Depois disso, com o aprofundamento das apurações, foram verificados fortes indícios de que o preso e servidores públicos do Departamento Especializado de Narcóticos (Denarc) mantinham relação, indicado uma possível cooperação ilícita durante diligências policiais.>
Os levantamentos apontaram que parte das drogas apreendidas em ações oficiais poderia estar sendo desviada para a própria organização criminosa. O esquema funcionava assim: uma fração do entorpecente não era registrada nos boletins de ocorrência e acabava sendo repassada a intermediários indicados pelo grupo.>
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O nome da ação, “Turquia”, faz referência ao codinome “Turco”, utilizado pelo líder criminoso para se referir a um dos policiais investigados. A denominação simboliza a relação de proximidade estabelecida entre o servidor e o integrante da facção, evidenciada nas comunicações interceptadas ao longo da investigação.>
O que diz a Polícia Civil
"A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) informa que, por meio da Corregedoria Geral da Polícia Civil (CGPC), prestou apoio à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES) em operação destinada ao cumprimento de mandados de busca e apreensão e um de prisão em desfavor de três Oficiais Investigadores de Polícia (OIP) lotados no Departamento Especializado em Narcóticos (Denarc). O servidor detido foi encaminhado ao Alfa 10 (presídio de policiais civis).
A PCES reforça que não compactua com qualquer prática ilícita e que todas as condutas de seus integrantes serão rigorosamente apuradas. A Corregedoria Geral instaurará os devidos procedimentos administrativos internos para verificar eventuais responsabilidades disciplinares dos servidores envolvidos."
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