Publicado em 8 de maio de 2025 às 14:50
Quatro pessoas estão presas por envolvimento na morte de Welington de Souza Lima, de 47 anos, ocorrida no dia 6 de março de 2024, no bairro Parque Residencial Laranjeiras, na Serra. Um suspeito está foragido e o motorista do carro em que estavam os criminosos ainda não foi identificado. Segundo a Polícia Civil, foram 79 disparos de arma de fogo contra o veículo em que estava a vítima, sendo que 27 atingiram o homem.
A polícia disse que, no dia do crime, Welington estava de saída temporária da cadeia e pediu para que um motorista de aplicativo de sua confiança fosse buscá-lo. O que a vítima não sabia era que o condutor havia recebido R$ 35 mil para levá-lo até o local onde seria morto.
Segundo o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, a ordem para a execução foi dada por videochamada realizada dentro da Penitenciária Gabriel Ferreira de Castilho, em Bangu 3, no Rio de Janeiro. O mandante, Tobias Claudino Nascimento, viu na morte do rival uma oportunidade de vingança e demonstração de poder.
Polícia apontou que os envolvidos são:
O chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, explicou que Welington e Tobias iniciaram juntos no tráfico de drogas no bairro Serra Dourada 2, no começo dos anos 2000. Em 2006, os dois tiveram uma briga, e a vítima foi para o tráfico de Serra Dourada 3. Existe uma rixa entre as duas regiões.
Em 2018, Welington tomou o controle do crime da Rua Gardênia, que fica em Serra Dourada 2, o que intensificou a briga entre eles. No final de 2019, a vítima, que tinha condenações por homicídio, tráfico de drogas, roubo a banco e porte ilegal de arma de fogo, foi presa.
Mesmo com o então chefe do tráfico de Serra Dourada 3 na cadeia, a guerra entre os bairros seguiu. Até que Tobias foi procurado por um ex-aliado de Welington: Ruan de Freitas Camargo Cruz.
Expulso de Serra Dourada 3, o homem procurou o Tobias, que já estava preso em Bangu 3, no Rio de Janeiro, pedindo ajuda para tomar o tráfico do bairro. Tobias então pediu uma “demonstração de lealdade”. Juan teria que planejar e executar o antigo chefe.
Para planejar a execução de Welington, Juan contou com Luiz Felipe, o motorista de aplicativo que também fazia corridas particulares para traficantes. A vítima já conhecia e confiava no motorista, pois, em sua primeira 'saidinha' do presídio — em dezembro de 2023 — foi o homem que o buscou, com uma escolta, na Casa de Custódia de Vila Velha, e uma relação de confiança foi estabelecida entre os dois.
Na segunda 'saidinha', no dia do crime, Luiz Felipe foi sozinho buscar Welington, que questionou o porquê de não ter escolta.
Rodrigo Sandi Mori
Delegado e chefe da DHPP de SerraParticiparam da execução Diogo Amaral — homem de confiança de Tobias e braço armado do tráfico, Lucas e o próprio Juan. O motorista do carro que levou os criminosos não foi identificado.
Na manhã do dia do crime, os quatro — Diogo, Lucas, Juan e o motorista ainda não identificado — saíram de Serra Dourada e foram em direção ao Parque Residencial Laranjeiras. As investigações apontaram que eles ficaram esperando o momento em que o carro de Welington passaria, e já tinha a informação de que a vítima estava a caminho da casa da ex-esposa para visitar o filho.
Conforme imagens que registraram o assassinato, quando o veículo chega à Rua Miguel Ângelo, por volta das 11h55 de 6 de março do ano passado, o Toyota em que estavam os criminosos fecha o Renault Sandero que levava Welington. Juan desce do carro, vai em direção ao banco do carona, onde dispara contra a vítima.
Em seguida, os outros executores também descem. Simultaneamente, o motorista de aplicativo sai do carro e foge. “Tanto o planejamento e a execução, o contato com o motorista, foi o Juan que fez. Ele que planejou e executou tudo. O Juan é o primeiro que desce do carona do veículo. Nas imagens ele já desce atirando direto no carona, porque ele sabia onde a vítima encontrava-se naquele veículo”, explicou o delegado.
Foram 79 disparos, sendo que 27 tiros atingiram a vítima. “Nós conseguimos obter imagens ainda no local do crime, que nos ajudaram a identificar (suspeitos). Colhemos vários depoimentos, denúncias, foi um inquérito muito extenso. Depois dessas prisões também sanou a guerra do tráfico em Serra Dourada 2 e 3”, informou o delegado Rodrigo Sandi Mori.
Os quatro envolvidos no crime já presos foram indiciados por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e com emprego de arma de fogo de uso restrito.
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