> >
Polícia soluciona assassinato que teve 79 tiros disparados na Serra; vídeo

Polícia soluciona assassinato que teve 79 tiros disparados na Serra; vídeo

Welington de Souza Lima foi morto com 27 tiros após ter o carro alvejado por quase 80 disparos; quatro suspeitos do crime estão presos e um está foragido

Publicado em 8 de maio de 2025 às 14:50

A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, prendeu quatro pessoas investigadas no inquérito policial que apurou o homicídio de Welington de Souza Lima, de 47 anos, ocorrido no dia 06 de março de 2024 no bairro Parque Residencial Laranjeiras, na Serra.

Quatro pessoas estão presas por envolvimento na morte de Welington de Souza Lima, de 47 anos, ocorrida no dia 6 de março de 2024, no bairro Parque Residencial Laranjeiras, na Serra. Um suspeito está foragido e o motorista do carro em que estavam os criminosos ainda não foi identificado. Segundo a Polícia Civil, foram 79 disparos de arma de fogo contra o veículo em que estava a vítima, sendo que 27 atingiram o homem.

A polícia disse que, no dia do crime, Welington estava de saída temporária da cadeia e pediu para que um motorista de aplicativo de sua confiança fosse buscá-lo. O que a vítima não sabia era que o condutor havia recebido R$ 35 mil para levá-lo até o local onde seria morto. 

Segundo o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, a ordem para a execução foi dada por videochamada realizada dentro da Penitenciária Gabriel Ferreira de Castilho, em Bangu 3, no Rio de Janeiro. O mandante, Tobias Claudino Nascimento, viu na morte do rival uma oportunidade de vingança e demonstração de poder.  

Polícia apontou que os envolvidos são:

  • Tobias Claudino Nascimento - é o mandante do crime. Está preso na Penitenciária Gabriel Ferreira de Castilho, em Bangu 3, no Rio de Janeiro, e têm passagens por homicídio, porte ilegal de arma de fogo, tráfico e associação ao tráfico de drogas.
  • Ruan de Freitas Camargo Cruz (executor) - tem passagens por tentativa de homicídio, tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo. Preso em agosto de 2024.
  • Diogo Amaral (executor) - tem passagens por tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo. Preso em dezembro de 2024.
  • Luís Felipe Souza Machado (motorista de aplicativo) - É membro do Primeiro Comando da Capital (PCC) de São Paulo. Já foi preso por tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo. Veio para o Espírito Santo e começou a trabalhar como motorista particular e realizar viagens para traficantes da Serra. Recebeu R$ 35 mil pelo crime. Ele foi preso no dia 21 de março em São José de Campos, município paulista.
  • Lucas Ribeiro Laubach (executor) - Está foragido. Tem dois mandados de prisão em aberto por homicídios na Serra.
  • Motorista do carro dos criminoso - ainda não identificado. 
Lucas Ribeiro Laubach (foragido), Luís Felipe Souza Machado, Diogo Amaral, Ruan de Freitas Camargo Cruz e Tobias Claudino Nascimento
Lucas Ribeiro Laubach (foragido), Luís Felipe Souza Machado, Diogo Amaral, Ruan de Freitas Camargo Cruz e Tobias Claudino Nascimento Crédito: Divulgação | Polícia Civil

Briga e morte

O chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, explicou que Welington e Tobias iniciaram juntos no tráfico de drogas no bairro Serra Dourada 2, no começo dos anos 2000. Em 2006, os dois tiveram uma briga, e a vítima foi para o tráfico de Serra Dourada 3. Existe uma rixa entre as duas regiões.

Em 2018, Welington tomou o controle do crime da Rua Gardênia, que fica em Serra Dourada 2, o que intensificou a briga entre eles. No final de 2019, a vítima, que tinha condenações por homicídio, tráfico de drogas, roubo a banco e porte ilegal de arma de fogo, foi presa.

Welington de Souza Lima, de 47 anos Crédito: Divulgação | Polícia Civil

Mesmo com o então chefe do tráfico de Serra Dourada 3 na cadeia, a guerra entre os bairros seguiu. Até que Tobias foi procurado por um ex-aliado de Welington: Ruan de Freitas Camargo Cruz.

Expulso de Serra Dourada 3, o homem procurou o Tobias, que já estava preso em Bangu 3, no Rio de Janeiro, pedindo ajuda para tomar o tráfico do bairro. Tobias então pediu uma “demonstração de lealdade”. Juan teria que planejar e executar o antigo chefe.

Planejamento

Homem é morto a tiros na Serra Crédito: Leitor A Gazeta

Para planejar a execução de Welington, Juan contou com Luiz Felipe, o motorista de aplicativo que também fazia corridas particulares para traficantes. A vítima já conhecia e confiava no motorista, pois, em sua primeira 'saidinha' do presídio — em dezembro de 2023 — foi o homem que o buscou, com uma escolta, na Casa de Custódia de Vila Velha, e uma relação de confiança foi estabelecida entre os dois.

Na  segunda 'saidinha', no dia do crime, Luiz Felipe foi sozinho buscar Welington, que questionou o porquê de não ter escolta.

Luiz Felipe disse para ele (Welington) que teria ido por conta própria, que ninguém estava sabendo, que não resolveram mandar escolta para ele. E como ele confiava muito no Luiz Felipe, aceitou a corrida

Rodrigo Sandi Mori

Delegado e chefe da DHPP de Serra

Participaram da execução Diogo Amaral — homem de confiança de Tobias e braço armado do tráfico, Lucas e o próprio Juan. O motorista do carro que levou os criminosos não foi identificado.

Na manhã do dia do crime, os quatro — Diogo, Lucas, Juan e o motorista ainda não identificado — saíram de Serra Dourada e foram em direção ao Parque Residencial Laranjeiras. As investigações apontaram que eles ficaram esperando o momento em que o carro de Welington passaria, e já tinha a informação de que a vítima estava a caminho da casa da ex-esposa para visitar o filho.

Conforme imagens que registraram o assassinato, quando o veículo chega à Rua Miguel Ângelo, por volta das 11h55 de 6 de março do ano passado, o Toyota em que estavam os criminosos fecha o Renault Sandero que levava Welington. Juan desce do carro, vai em direção ao banco do carona, onde dispara contra a vítima.

Em seguida, os outros executores também descem. Simultaneamente, o motorista de aplicativo sai do carro e foge. “Tanto o planejamento e a execução, o contato com o motorista, foi o Juan que fez. Ele que planejou e executou tudo. O Juan é o primeiro que desce do carona do veículo. Nas imagens ele já desce atirando direto no carona, porque ele sabia onde a vítima encontrava-se naquele veículo”, explicou o delegado.

Foram 79 disparos, sendo que 27 tiros atingiram a vítima. “Nós conseguimos obter imagens ainda no local do crime, que nos ajudaram a identificar (suspeitos). Colhemos vários depoimentos, denúncias, foi um inquérito muito extenso. Depois dessas prisões também sanou a guerra do tráfico em Serra Dourada 2 e 3”, informou o delegado Rodrigo Sandi Mori.

Os quatro envolvidos no crime já presos foram indiciados por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e com emprego de arma de fogo de uso restrito.

  • Viu algum erro?
  • Fale com a redação

Tópicos Relacionados

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais