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O relato da jovem que escapou de ser morta e esquartejada em Ibatiba

O relato da jovem que escapou de ser morta e esquartejada em Ibatiba

Juliana Aparecida da Silva contou os momentos de terror que viveu nesta quarta-feira (21); o companheiro dela foi preso após agredi-la e ameaçar matá-la e esconder corpo em uma mala

Publicado em 22 de setembro de 2022 às 13:27

Juliana Aparecida da Silva relembrou os momentos de agressão sofrida pelo companheiro
Mulher relembra momentos de agressão sofrida pelo companheiro Crédito: Thomaz Albano

Vítima de agressões físicas e ameaças de morte do companheiro durante horas, Juliana Aparecida da Silva, de 28 anos, contou os momentos de terror que viveu nesta quarta-feira (21) em Ibatiba, na Região do Caparaó. Agredida com socos no rosto e quase enforcada com um fio de ferro, a jovem escapou de ser esquartejada. Ela disse que seu companheiro – Raphael Oliveira Assunção de Castro, de 26 anos – relatou que, após matá-la, esconderia o corpo dela dentro de uma mala.

Foi um bilhete com um pedido de socorro a uma vizinha que fez com que a Polícia Militar chegasse a tempo de evitar a tragédia. Em entrevista ao repórter Thomaz Albano, da TV Gazeta Sul, Juliana contou que havia descoberto uma possível traição do companheiro e disse que iria embora de casa para voltar a morar com os pais.

Raphael não aceitou quando ela disse que terminaria o relacionamento e a impediu de sair. 

" Ele me deu esse soco no rosto (mostrou o hematoma no olho). Quando corri para ver se eu conseguia chamar a vizinha, ele já me pegou e foi me enforcando ali no quarto. Eu fui acordando toda hora e apagando, acordava e apagava. Teve uma hora que eu acordei e ele, com o fio do ferro, tentou me enforcar"

Juliana Aparecida da Silva

Jovem de 28 anos vítima de agressões

O casal viveu junto por cerca de sete meses. Juliana conta que não foi a primeira agressão que ela sofreu do agora ex-companheiro. “Nosso relacionamento já estava desgastado há muito tempo. Sempre que eu arrumava a minha mala, que foi até a mala que os policiais levaram, ele não deixava e me agredia”, recorda.

A vítima disse que, durante as agressões, Raphael pediu a senha do telefone dela e, caso alguém próximo perguntasse sobre a jovem, ele se passaria pela mulher e responderia por mensagem que tudo estava bem.

"Ele disse: 'Acho que a única solução é matar você. Me passa a senha do seu telefone e, quem perguntar de você, se seu pai ligar, qualquer pessoa, ou um amigo perguntar, vou falar que está tudo bem, vou responder como se fosse você'""

Juliana Aparecida da Silva

Jovem de 28 anos vítima de agressões

Juliana contou que havia recebido uma herança de R$ 30 mil da família e queria abrir um restaurante, mas o companheiro pegou o dinheiro da mulher.

A jovem contou que as ameaças contra ela continuaram. O suspeito chegou a colocá-la amarrada em um carro e circulou com ela pela região. “Ele pegou faca e corda, sentou na minha frente e falou que quando desse um tiro na minha cabeça iria precisar de sacola, para o sangue não vazar muito. Pediu para eu entrar na mala para ver se eu caberia lá. Disse que ia me cortar depois, jogar fora ou me enterrar”, recorda Juliana.

PRISÃO DO SUSPEITO

Na casa onde o crime aconteceu, a Polícia Militar apreendeu duas armas de fogo, além de munições. A Polícia Civil informou que o suspeito de 26 anos foi conduzido à delegacia de Venda Nova do Imigrante. Raphael Oliveira Assunção de Castro, de 26 anos, foi autuado em flagrante por cárcere privado, posse ilegal de arma de fogo e tentativa de homicídio qualificada por motivo fútil, por meio cruel, motivada por razões da condição de sexo feminino – tentativa de feminicídio – em descumprimento de medida protetiva de urgência.

Ele foi encaminhado ao presídio e as armas apreendidas durante a ocorrência serão encaminhadas para o setor do Departamento de Criminalística - Balística, juntamente com as munições.

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