Prima de Luiz, Alzerina Maria Verly Ferreira revelou que o garoto não gostava de ir para a escola há tempos. "Eu já tinha perguntado várias vezes do porquê de ele não querer ir, e ele falava que eles 'abusavam' dele. Ele tinha um olho menor do que o outro, foram relatadas várias vezes a questão do bullying e preconceito, e a escola nunca tomou providência nenhuma, que eu saiba", comentou, em entrevista à repórter Isabelle Oliveira, da TV Gazeta.
A mãe de Luiz, Adriana Augusta de Souza Verli, também falou sobre os apelidos que o filho tinha na escola: "Eles tinham o costume de fazer isso mesmo, chamavam de 'zoinho', cabeça do homem da lua, tudo isso falavam com ele".
"Menino doce"
A prima falou mais sobre como era o pequeno Luiz. "Era um menino doce, gostava de brincar, de soltar pipa. Brincava o dia inteiro com quem gostava dele. Estou sentindo uma tristeza enorme, todo mundo da cidade está revoltado pela situação e o que eu peço é justiça, porque infelizmente nada vai trazer ele de volta", desabafou.
Resumo do caso
Luiz Fernando chegou em casa, na última segunda-feira (9), reclamando de muitas dores. Ele disse que dois meninos o provocaram com xingamentos, no intervalo da escola, e depois o chutaram. Uma briga aconteceu em seguida.
A irmã de Luiz, de 8 anos, viu tudo. Ela disse ter chamado a direção, mas os pais não foram avisados, só souberam quando o garoto chegou em casa.
A mãe da criança afirmou que levou o menino duas vezes ao pronto-socorro do município. Nas duas ocasiões, eles passaram medicação e mandaram a família retornar para casa.
O menino passou a noite gritando de dor. No dia seguinte, eles voltaram ao pronto-socorro e a mãe exigiu que uma radiografia fosse feita, momento em que se descobriu que uma vértebra dele estava quebrada.
Luiz foi transferido para o Hospital Infantil, em Vitória. Segundo a família, a vértebra quebrada provocou uma infecção. Na quinta-feira (12) à noite, o menino não resistiu.
A família espera por justiça. Em nota, a prefeitura disse que "está empenhada em reunir todas as informações necessárias para apurar o caso envolvendo alunos da Escola Municipal de Tempo Integral Eunice Pereira Silveira. Reafirmamos nosso compromisso com a Justiça e asseguramos que todas as medidas cabíveis serão tomadas para que os fatos sejam esclarecidos".
Já a Polícia Civil informou que "a Delegacia Regional de Ibatiba iniciou as investigações após tomar conhecimento do fato pelas redes sociais. Não houve registro formal deste fato ou fato anterior de violência envolvendo a criança. Não há outros detalhes da investigação a serem divulgados, no momento".