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Homicídios e superlotação carcerária são preocupações constantes no ES

Homicídios e superlotação carcerária são preocupações constantes no ES

O Espírito Santo ainda contabiliza nove mil detentos acima da capacidade prisional segundo balanço divulgado pelo Governo nesta sexta-feira (03)

Publicado em 3 de janeiro de 2020 às 18:57

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O governador Renato Casagrande apresentou os números da criminalidade no Estado em 2019 nesta sexta-feira (03), no Palácio Anchieta . (Hélio Filho/Secom)

O Espírito Santo encerrou o ano de 2019 com menos de mil assassinatos. De primeiro de janeiro até 31 de dezembro, 978 pessoas foram mortas em todo o Estado, situação que não acontecia desde 1993. Em 2018 foram registrados 1.109 assassinatos. Na visão do governador Renato Casagrande (PSB), essa diminuição indica uma precisão na atuação da segurança pública no combate à violência.

Ainda assim, o governador reforçou que o trabalho de enfrentamento desenvolvido por meio do programa Estado Presente tem grandes desafios para 2020. Na visão do chefe do executivo, a criminalidade e também a superlotação carcerária estadual são motivos de preocupação constantes. O Espírito Santo contabiliza quase nove mil detentos além da capacidade máxima dos presídios estaduais, que é de 13.923 mil vagas. Em dezembro de 2019, 22.744 presos estavam encarcerados no Estado.

"Vejo ainda como um grande problema, porque por mais que tenhamos avançado com o uso das tornozeleiras eletrônicas e a integração dos sistemas de justiça, conseguimos reduzir o percentual e o ritmo de crescimento de prisões. Foram 358 presos a mais em 2019. A média antes era de quase 1,5 mil novos presos por ano. Estamos fazendo novos investimentos, mas ainda é um assunto que vai ter um acompanhamento detalhado em meu governo, é uma preocupação. Quando se tem nove mil detentos a mais do que o sistema comporta, é lógico que isso é uma preocupação constante", disse Casagrande em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (03), no Palácio Anchieta, em Vitória. 

O Governador ainda exaltou o número de armas apreendidas no Estado em 2019. As polícias capixabas apreenderam 3.327 armas contra 3.005 em 2018. Essa redução de 11% tem ligação direta com a diminuição no número de homicídios. Além de reconhecer essa relação, Casagrande mostrou preocupação com o lobby armamentista existente no país, o que facilita o acesso às armas por parte dos criminosos.

"Temos visto uma indução às armas e quando isso acontece, mais armas se oferta aos bandidos. Montamos uma delegacia especializada em armas e munições com o desafio de tirar esses itens das mãos dos criminosos e já obtivemos resultados positivos", destacou.

O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Roberto Sá, ressaltou a importância dos resultados conquistados pelo trabalho das forças de segurança. "Mesmo com o efetivo reduzido nas forças de segurança, conseguimos alcançar um resultado histórico no ano de 2019. Conseguimos fechar com menos de 1 mil homicídios, são 14 municípios sem mortes e 44 com menos de 10 homicídios. Temos que valorizar esse resultado e seguir o caminho de melhora", disse o secretário sem especificar as cidades que não registraram esse tipo de crime.

No comparativo entre 2018 e 2019, 131 vidas foram poupadas no Espírito Santo. A Grande Vitória apresentou a maior redução com 522 casos registrados em 2019, o que representa 15% a menos que no ano anterior. Esse foi o menor número de homicídios na região desde 1996.

IASES

Outro ponto destacado na coletiva foi a redução no número de menores encarcerados no Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo, o Iases. Em 2019, 654 adolescentes estavam sob o poder do Estado nas unidades espalhadas pelo Espírito Santo. Segundo o diretor-presidente do órgão, Bruno Pereira Nascimento, essa diminuição mostra o resultado positivo das ações integradas realizadas no ano passado.

"Encerramos o ano passado com 654 adolescentes, duzentos a menos do que em dezembro de 2018. Esta conquista é resultado do trabalho do Iases junto ao Sistema de Justiça, que demonstrou confiança na política socioeducativa executada pelo Governo do Estado. Chegamos a ter 1.200 menores e encerramos o ano com essa redução significativa", disse o diretor.

FEMINICÍDIO

O número de mortes de mulheres no Estado apresentou redução em relação a 2018, com cinco casos a menos. Foram 94 mortes em 2018 contra 89 registradas no ano passado. O Estado também fechou o período com um caso a menos de feminicídio em relação ao ano anterior. Foram 33 casos em 2019.

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Outra importante redução de criminalidade apresentada no Espírito Santo aconteceu em relação aos latrocínios, que são os assaltos que resultam em morte. O dado apresentou decréscimo de 26% no comparativo entre 2018 e 2019. Foram 25 casos registrados no ano passado, contra 34 contabilizados no ano retrasado.

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