Publicado em 18 de julho de 2025 às 13:40
Para se manter foragido durante os sete anos em que esteve no topo da lista dos mais procurados do Espírito Santo, Fernando Moraes Pereira Pimenta, o Marujo, precisou do apoio de muitos aliados. As investigações mostraram que existia uma verdadeira rede que dava suporte necessário para ele e para a facção que ele chefiava, o Primeiro Comando de Vitória (PCV). Esses criminosos foram alvos da Operação Marujada, ocorrida em abril deste ano, e os nomes deles foram divulgados nesta sexta-feira (18) pela Polícia Civil.>
Foi após a prisão de Marujo, em 8 de março do ano passado, que um inquérito policial foi instaurado para desvendar como funcionava a estrutura criminosa que dava apoio a ele. O objetivo era detalhar a atuação dos membros do grupo, que controla o tráfico de drogas e armas em diversos bairros do Espírito Santo. No fim, 20 suspeitos foram denunciados e já são réus.>
Gustavo Bueno Veloso de Oliveira, de 32 anos, conhecido como "GVT", era apontado como uma das lideranças do PCV e parceiro de Marujo. Ele estava na Rocinha, no Rio de Janeiro, e voltou para o Espírito Santo em dezembro do ano passado com armas, drogas e pessoas para auxiliar na tomada de territórios para o tráfico. >
"Gustavo foi preso no dia da operação (Marujada), no trevo de Guarapari, indo para o Rio de Janeiro com o carro cheio de malas. Ele e Marujo eram realmente muito ligados, conversavam o tempo todo", detalhou o delegado Alan Moreno de Andrade, do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat). >
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Felipe Dias do Espírito Santo, conhecido como "B2", de 22 anos, foi preso em outubro do ano passado. Na ocasião, ele chegou a morder o dedo de um dos policiais. Segundo as investigações, o acusado tinha uma alta posição dentro da hierarquia do PCV, e envolvimento direto em ataques a facções rivais. >
"Era o braço direito do Fernando, tudo o que o Fernando pedia, ele fazia; até mesmo se fosse para comprar algo na rua. Ele era o cara que recebia as ordens diretas para fazer o que o Fernando não podia, como, por exemplo, ficar andando pelo bairro", ressaltou o delegado Alan. >
Lutieley Costa Elesbão, conhecido como "PK ou Frango", de 37 anos, está foragido do sistema prisional. Ele é procurado desde 2021, e considerado uma das lideranças do PCV que permanece nas ruas. Segundo o delegado, ele tinha a missão de auxiliar Marujo na tomada de decisões e na gestão dos pontos de venda de drogas, transmitindo "catuques", que são os chamados bilhetes trocados entre presos e o lado externo.>
Afonso dos Santos Teixeira, o "Capitão ou Barriguinha", de 36 anos, está preso. Ele era responsável pelo suporte e logística. O acusado chegou a planejar um voo com drone sobre os presídios de Segurança Máxima em Viana, a mando de Marujo, para arremessar itens que poderiam ser celulares, por exemplo.
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Com passe livre nos presídios, o advogado Ederson Paiva Facini, de 41 anos, transmitia ordens de líderes da facção aos detentos. Atualmente, ele está preso. "Ele é denunciado por organização criminosa, mas foi preso em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) também por integrar facção criminosa", disse o delegado Alan. >
Jean Finamore Bento, de 25 anos, também conhecido como "Boca de Lata", foi uma prisão de destaque durante a Operação Marujada. "Após a prisão de Marujo, alguns indivíduos que estavam escondidos em comunidades na cidade do Rio de Janeiro foram convocados a retornar ao Espírito Santo para que auxiliassem a facção na retomada de territórios que estavam sob o controle da facção rival, o Terceiro Comando Puro (TCP). Dentre estes indivíduos, estão Tiago de Jesus Fernandes, o "Tiago Folha" (preso em fevereiro de 2025), e Jean Finamore. A missão destes era, num primeiro momento, efetuar a tomada de controle do tráfico de drogas no bairro Conquista, em Vitória", destacou o delegado Alan. >
As investigações ainda descobriram outros integrantes da facção, que não tinham uma posição de liderança, mas eram importantes para Marujo, com relevância no tráfico de drogas, na parte da comunicação ou na proteção de Fernando. São eles:>
O delegado Alan destacou a integração da Polícia Civil com a Subsecretaria de Inteligência (SEI) da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), Polícia Penal e Núcleo de Operações e Transporte Aéreo da Secretaria da Casa Militar (Notaer). "A gente percebeu que, quando as forças de Segurança trabalham juntas, a chance de sucesso é maior", ressaltou Alan.>
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