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Droga K: peritos confirmam maior apreensão de maconha sintética do ES

Droga K: peritos confirmam maior apreensão de maconha sintética do ES

Análise confirma que material apreendido em 2024, em Nova Venécia, é a maior de canabinoide sintético já registrada no Espírito Santo. Investigação começou após apreensão de outro lote em 2023

Bruno Nézio

Reporter / [email protected]

Publicado em 7 de maio de 2025 às 18:13

Drogas K: imitam efeitos da maconha e são muito mais potentes e perigosas
Drogas K: imitam efeitos da maconha e são muito mais potentes e perigosas Crédito: Divulgação | Polícia Científica do Espírito Santo

A Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES) confirmou a maior apreensão de canabinoide sintético já registrada no Estado, dez meses após a droga ter sido encontrada em Nova Venécia, no Noroeste capixaba, em julho de 2024. Embora os materiais tenham sido recolhidos no ano passado, somente nesta quarta-feira (7), após análise técnica do Laboratório de Química Forense (LABQUIM), foi possível identificar a substância como MDMB-4EN-PINACA — uma das chamadas “drogas K”, conhecidas por imitarem os efeitos da maconha com intensidade muito maior e risco elevado de toxicidade.

A descoberta faz parte de uma investigação que começou ainda em 2023, quando a Polícia Científica analisou, pela primeira vez, amostras contendo canabinoides sintéticos no Espírito Santo. O caso ocorreu em Itaguaçu, também no interior do Estado, com a apreensão de seis pinos contendo material vegetal. A ocorrência foi considerada um alerta para a introdução de um novo tipo de entorpecente no território capixaba, e desde então os peritos do LABQUIM passaram a monitorar esse tipo de substância em suas análises.

Um ano depois, em julho de 2024, o laboratório recebeu uma quantidade expressiva do mesmo tipo de material: 536 pinos com material vegetal recolhidos em Nova Venécia. Os exames confirmaram a presença de MDMB-4EN-PINACA, droga do grupo dos canabinoides sintéticos desenvolvidos ilegalmente para simular os efeitos terapêuticos do tetrahidrocanabinol (THC), composto ativo da maconha. Apesar da semelhança nos efeitos iniciais, os riscos são muito maiores.

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Droga K: peritos confirmam maior apreensão de maconha sintética do ES

“Os efeitos adversos são gravíssimos, potencializando comportamento agressivo, psicose e paranoia. A toxicidade neurológica pode causar convulsões e problemas cardiovasculares sérios, como hemorragias cerebrais e interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro, culminando em falhas respiratórias”, explicou o perito criminal Victor da Rocha Fonseca, em nota disponibilizada pela corporação.

O perito também alertou para os danos físicos irreversíveis. “Há também relatos de rabdomiólise, degradação das fibras musculares, além de danos renais, hepatite, e, em alguns casos, fatalidades advindas do uso dessas drogas. Por serem aplicados sobre material vegetal, os canabinoides sintéticos podem ser confundidos com a maconha tradicional, levando os usuários a consumirem doses perigosas sem saber", afirmou Fonseca.

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