Publicado em 19 de dezembro de 2019 às 23:39
Além de enviar drogas para o exterior, o traficante Niki Lauda Cardoso, preso na última segunda-feira (16) no Aeroporto de Vitória, chefiava um esquema de distribuição de drogas em todo o Brasil. Para isso, ele utilizava carros adulterados para fazer o transporte de cocaína, crack e maconha em cidades próximas a fronteiras. É o que apontam as investigações tocadas pela Delegacia Especializada de Narcóticos (Denarc) de Guarapari com apoio da Polícia Federal.>
O traficante era investigado pela polícia desde 2015, mas foi no ano passado que a polícia descobriu a organização criminosa chefiada por Niki, depois de várias apreensões de drogas feitas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). A primeira delas aconteceu durante uma fiscalização de rotina em Venda Nova do Imigrante, no dia 14 de dezembro de 2018. >
"Durante uma abordagem, apreendemos um carro que transportava 35 quilos de maconha, além de armas e munições. Quando verificamos o GPS do motorista, vimos que o destinatário destas drogas era uma propriedade rural em Guarapari, que estava no nome de Niki Lauda. Repassamos estas informações à Polícia Civil, que iniciou um trabalho de investigação", explicou superintendente Amarilio, da PRF. >
A partir disso, a Polícia Civil identificou Maicon Nunes Matos, 21, como um dos fornecedores de drogas e parte da organização criminosa. O suspeito, que morava próximo à divisa com o Paraguai, era responsável por trazer munições e maconha para dentro do país e repassar a Niki, que fazia a distribuição em outros estados. Maicon está atualmente foragido. >
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A Polícia Civil passou a fazer um trabalho conjunto com a PRF, com o objetivo de monitorar o trabalho da organização criminosa. Pelo menos outras três apreensões de drogas, realizadas pela Polícia Rodoviária Federal em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e no Espírito Santo levaram ao nome de Niki Lauda. Todas elas tinham algo em comum: os veículos apreendidos tinham sido comprados pelo traficante, mas estavam no nome dos antigos proprietários. >
"Para não ser identificado como o destinatário dos carregamentos, ele mantinha os veículos no nome de quem ele comprava ou usava laranjas. A maioria dessas pessoas não sabiam que isso acontecia e nem que os carros eram usados para transporte de drogas", contou o delegado da Denarc de Guarapari, Guilherme Rodrigues.>
Diante disso, a polícia descobriu que Niki tinha uma locadora de carros de fachada, que era usada para comprar e revender carros usados para realizar o transporte de drogas em todo o Brasil. Um Jeep Renegade branco, apreendido pela PRF no dia 11 de junho deste ano, foi inclusive fotografado ao lado de Niki e postado nas redes sociais, semanas antes da apreensão.>
"Ele usava a locadora para manter esses carros e criar compartimentos para o transporte de drogas. Ele também recrutava pessoas para fazer esta distribuição", completou Guilherme.>
A prisão de de Niki Lauda aconteceu na última segunda-feira (16), em uma operação conjunta da Polícia Civil e Federal no Aeroporto Eurico Salles, em Vitória. O traficante voltava de Florianópolis em uma viagem com a mulher. Niki foi preso no momento que desembarcava do avião e foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória de Guarapari, onde está preso. >
"Ele estava muito tranquilo, foi extremamente educado e cordial, uma característica de traficantes de determinadas organizações criminosas do Brasil. Ele nega o tráfico, mas se contradisse em vários momentos enquanto prestava depoimento na delegacia. Não temos dúvida do envolvimento dele", afirmou o delegado Guilherme Rodrigues.>
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