Como agia quadrilha que mirava furtos em veículos em bairros nobres de Vitória

Quebrar janelas e desativar o alarme de trava dos carros. Essa era a forma de uma associação criminosa para furtar os objetos de dentro de veículos estacionados em bairros como Mata da Praia e Enseada do Suá, em Vitória. Há mais de um ano em ação, diversas vítimas já perderam de perfume a instrumentos musicais.

Todo o processo era articulado pelo grupo composto por ao menos seis pessoas. Um deles, Robson Manoel Soares Santos, de 28 anos, suspeito de ser o líder da organização, foi preso nesta terça-feira (30), em Itararé, na Capital capixaba. As informações foram divulgadas pela Polícia Civil durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (1). 

Os pontos de maior atuação da organização eram na Mata da Praia, Barro Vermelho e Enseada do Suá e Jardim Camburi. O delegado Diego Bermond, titular do 3º Distrito Policial de Vitória, explicou que um deles sempre ficava de vigia, enquanto outros agiam. Para conseguir o acesso aos pertences das vítimas, eles quebravam as janelas ou utilizavam um dispositivo que conseguia evitar que o veículo fosse travado pelo dono.

“Não é exagero falar que essa organização é uma das principais atuantes na Capital. Ele [Robson] estava há 12 meses na organização e fizeram dezenas de furtos. A representação veio logo após um furto no dia 8 de julho, quando furtaram pertences musicais de dentro de um carro”, explicou o delegado.

Em um dos casos, o furto ocorreu dentro de um estacionamento de supermercado (veja vídeo acima). Nele é possível ver um dos integrantes entrando e saindo do automóvel de um casal logo após saírem.

Todo o sistema foi desarticulado com ajuda do sistema de inteligência e monitoramento da Guarda Civil Municipal conseguiram identificar o carro usado pelos suspeitos. "Eles faziam de forma reiterada e acreditamos que eles fizeram inúmeros crimes e acreditamos que terá uma diminuição nesses crimes", disse Amarilio Boni, secretário Municipal de Segurança Urbana de Vitória.

As investigações apontaram ainda que os itens levados pela associação eram vendidos em grupos de WhatsApp. “Quem cuidava das vendas nos grupos de mensagens era a namorada do Robson. Descobrimos o grupo logo após o roubo de instrumentos musicais na Enseada do Suá”, explicou o titular do 3º Distrito Policial de Vitória.

Ao rastrearem o número de telefone encontraram a companheira do suspeito de liderar a associação. Além da prisão, a corporação encontrou outros materiais usados para cometer o crime: lanterna tática, maquininha e chupa cabra.

Enquanto a maquininha de cartão era usada para fazer comprar e retirar dinheiro dos cartões furtados, a lanterna iluminava os carros. Já o "chupa cabra", para a PC, pode indicar a participação Robson em grupo de roubo a caixas eletrônicos. A situação está sendo investigada, segundo a polícia.

De acordo com a corporação, todos os envolvidos foram indiciados. A identidade deles não foi passada.