Reporter / jsimoura@redegazeta.com.br
Publicado em 13 de maio de 2025 às 11:13
- Atualizado há 10 dias
O Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarapari foi alvo de um ataque a tiros na noite do último domingo (11). Segundo a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), um carro passou na estrada lateral e realizou disparos contra a unidade prisional. Policiais penais revidaram, mas os criminosos fugiram do local no veículo e não foram localizados. Ninguém ficou ferido.
A Sejus informou que policiais penais da Divisão de Escolta e Recaptura Policial (DERP) realizaram buscas no local, com apoio da Polícia Militar, mas ninguém foi preso e o carro não foi localizado. O Serviço de Inteligência Prisional está acompanhando o caso. Durante a varredura após o ataque, os agentes da Polícia Penal encontraram cápsulas de calibre .40 deflagradas no entorno da unidade, que foram recolhidas para serem periciadas.
A Polícia Civil informou que o fato será investigado pela Delegacia Especializada de Infrações Penais e Outras (Dipo) de Guarapari. A corporação destacou que nenhum suspeito de cometer o crime foi detido e que nenhuma informação seria repassada, por enquanto, para preservar as investigações.
Cerca de 48 horas após o ocorrido, a Sejus chegou até o responsável pelos disparos. Em nota (veja na íntegra) enviada nesta quarta-feira (14), a secretária informou que o ato foi praticado por um policial penal recém-formado, aprovado no último concurso público para o cargo. A colunista Vilmara Fernandes, de A Gazeta, deu a informação em primeira mão.
Entre a noite do último sábado (10) e a noite de domingo (11), as unidades prisionais foram alvos de ocorrências. No sábado, um preso conseguiu tomar as armas da equipe de escolta e fazer dois policiais penais reféns, no Complexo Penitenciária de Viana.
Conforme a colunista Vilmara Fernandes, de A Gazeta, Romário Nogueira dos Santos pediu atendimento médico e foi levado para a Unidade de Saúde do Sistema Prisional (USSP), localizado em Viana, onde chegou desmaiado.
O homem estava sem algemas para receber a medicação na veia. Foi durante o atendimento médico que ele foi movido de uma maca para uma cadeira de rodas. Ele conseguiu se levantar, aplicou um ‘mata-leão’ no policial e os dois entraram em luta no chão, momento que Romário conseguiu pegar a arma do policial e fazer disparos para o alto.
Com a arma apontada para a cabeça do agente, o homem ainda fez com que um segundo policial entregasse a arma dele. Ele tentou sair pela portaria principal e chegou a caminhar por cerca de 500 metros, quando se deparou com uma viatura da equipe da Diretoria de Escolta e Recaptura Policial (DERP). Um dos policiais que estava sendo feito refém conseguiu reagir e a equipe do DERP atirou na perna do detento.
Ainda conforme a coluna Vilmara Fernandes, a segurança de uma unidade prisional do Estado precisou ser reforçada após denúncia de que haveria o resgate de um detento, transferido para outro local. A colunista apurou que a suposta tentativa de resgate foi direcionada ao Centro de Detenção Provisória de Aracruz (CDPA) e chegou à Polícia Penal ainda no sábado. O detento alvo do suposto resgate foi transferido por segurança.
Já na manhã de domingo, ainda conforme apuração da colunista Vilmara Fernandes, outra ocorrência foi registrada na Penitenciária Estadual de Vila Velha 1 (PEVV 1). Cinco servidores realizavam um procedimento na galeria denominada de ‘Charlie’, quando um detento foi em direção ao policial penal que acompanhava os trabalhos, em uma tentativa de pegar sua arma.
O preso recebeu ordem para voltar para seu lugar, mas se manteve seguindo em direção ao policial. Dois policiais atiraram contra o detento, que se jogou no chão. Ele foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) para exames de corpo de delito.
Sejus | Nota na íntegra
"A Secretaria da Justiça (Sejus) informa que após levantamentos realizados pelo Serviço de Inteligência Prisional conseguiu esclarecer, em menos de 48 horas, a ocorrência registrada na noite desse domingo (11), quando houve disparos nas proximidades do Centro de Detenção Provisória de Guarapari (CDPG).
O ato foi praticado por um policial penal recém-formado, aprovado no último concurso público para o cargo. Ele atua no Complexo de Xuri, está em estágio probatório e confrontado com as evidências, assumiu a autoria dos disparados.
A Sejus esclarece que o caso não se tratou de um ataque ou um atentado contra a unidade prisional.
A Sejus e a Polícia Penal do Espírito Santo lamentam o ocorrido e reiteram o compromisso com a transparência e a legalidade, bem como se guiará pelo devido processo legal, no qual o policial poderá exercer o contraditório e sua ampla defesa."
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta