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Caso de advogada sequestrada, morta e atropelada na Serra vai a júri

Caso de advogada sequestrada, morta e atropelada na Serra vai a júri

Gabriela Silva de Jesus foi sequestrada e morta aos 24 anos, em agosto de 2017. Ex-noivo da vítima e um amigo dele passaram o carro por cima do corpo dela para simular acidente, segundo a polícia

Publicado em 19 de outubro de 2022 às 07:48

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A advogada Gabriela Silva de Jesus, assassinada em Colina de Laranjeiras, na Serra
A advogada Gabriela Silva de Jesus tinha 24 anos quando foi assassinada. (Arquivo da família)

Cinco anos depois, o caso do crime brutal que tirou a vida da advogada Gabriela Silva de Jesus, na Serra, vai a júri popular nesta quarta-feira (19). O julgamento dos acusados, o ex-noivo da vítima, Rogério Costa de Almeida, e o amigo dele, Alexandre Santos de Souza, está previsto para começar às 13h no Fórum da Serra. Eles estão presos desde o dia seguinte ao assassinato,

A advogada tinha 24 anos e foi morta no dia 24 de agosto de 2017 no bairro Colina de Laranjeiras. Segundo a polícia, ela foi sequestrada pelo ex-noivo e o amigo dele, torturada e estrangulada. Os acusados – o ex-noivo Rogério Costa de Almeida, que, à época, tinha 34 anos e era estudante de Direito, e o amigo dele, Alexandre Santos de Souza – teriam tentado simular um acidente, atropelando a vítima quando ela já estava sem vida.

Rogério Costa de Almeida, 34 anos, bermuda azul, confessou que matou a ex-noiva, Gabriela Silva, 24 anos, advogada, e teve ajuda do amigo, Alexandre Santos de Souza, 31 anos, camisa listrada
Rogério Costa de Almeida, de camisa branca, e Alexandre Santos de Souza, camisa listrada, após serem presos. (Fernando Madeira | Arquivo | A Gazeta)

O CRIME

A Polícia Civil foi acionada por volta das 21h20 do dia 24 de agosto de 2017 para um atropelamento fatal na Rua Monte das Oliveiras, em Colina de Laranjeiras, na Serra. No local, porém, os peritos constataram que a vítima possuía marcas de estrangulamento. Após investigações, policiais chegaram até Rogério e Alexandre, que foram presos em flagrante.

Segundo a polícia, a advogada saiu de casa para ir ao trabalho, por volta das 11 horas. Quando seguia para o ponto de ônibus, foi abordada pelo ex-noivo, que dirigia um Fiat Idea, acompanhado do amigo, o motorista Alexandre.

Carro utilizado pelos criminosos - Rogério Costa de Almeida, 34 anos, confessou que matou a ex-noiva, Gabriela Silva, 24 anos, advogada, e teve ajuda do amigo, Alexandre Santos de Souza, 31 anos
Carro utilizado no sequestro que terminou em morte. (Fernando Madeira | Arquivo | A Gazeta)

Alexandre, que portava uma arma falsa, rendeu Gabriela e a obrigou a entrar no veículo. Segundo depoimento do próprio Rogério à polícia, os dois ficaram circulando com a vítima refém durante todo o dia. 

À época do crime, o delegado Janderson Lube, que era o titular da Delegacia Especializada de Homicídio Contra a Mulher, disse que Gabriela foi mantida refém até 20 horas, quando teria conseguido sair do veículo pedindo por socorro, mas foi novamente abordada, agredida com socos e chutes, e depois estrangulada.  "Os indícios são de que os autores sequestraram a vítima, torturaram durante as oito horas em que ela permaneceu em poder deles e, depois, com a tentativa dela de fugir, eles a mataram”, disse.

Segundo o delegado, houve testemunhas que confirmaram a tentativa de fuga da advogada e as agressões que ela sofreu. “Isso ocorreu em um momento em que eles estavam já próximos ao local onde ela foi morta. Houve uma tentativa de ela sair do carro. Ali, os dois agridem a vítima com socos e chutes. Depois, um deles dá uma gravata nela e ela cai já desacordada".

SIMULANDO UM ACIDENTE

Com a vítima já morta dentro do carro, a polícia afirmou que os assassinos ainda passaram com o carro por cima do corpo de Gabriela para simular um acidente. Foi quando a Polícia Civil recebeu o acionamento para ir ao local de um suposto atropelamento fatal, mas, lá, os peritos identificaram que a vítima tinha sinais de estrangulamento, e foi iniciada a investigação criminal.

VÍDEO FLAGROU SEQUESTRO

Nas imagens acima é possível observar a movimentação dos acusados, em um carro preto, até cometerem o sequestro da advogada. Primeiro, eles se aproximam do prédio onde a vítima morava e param na esquina. No entanto, os criminosos decidem se afastar e estacionam o veículo, um Fiat Idea, de forma que Gabriela, ao andar na calçada, em direção ao ponto de ônibus, não perceba que eles estão ali esperando para a abordagem. Quando a vítima se aproxima do carro, ela é rendida e empurrada para dentro do veículo. 

MOTIVAÇÃO

Informações divulgadas pela polícia apontam que Gabriela e Rogério namoraram de fevereiro de 2012 até janeiro de 2017, quando, já noivos, terminaram a relação. Segundo a polícia, o crime teria sido cometido devido a ciúmes, já que Gabriela estava em outro relacionamento e Rogério não aceitava.

AS PRISÕES

Rogério foi preso na madrugada do dia seguinte ao crime, enquanto estava dormindo. Ele não resistiu à prisão e entregou a participação de Alexandre, que também foi preso em casa, no município de Vila Velha. Os dois foram indiciados por sequestro, tortura e homicídio qualificado. 

Rogério Costa de Almeida, 34 anos, bermuda azul, confessou que matou a ex-noiva, Gabriela Silva, 24 anos, advogada, e teve ajuda do amigo, Alexandre Santos de Souza, 31 anos, camisa listrada
À esquerda Alexandre. À direita Rogério, o ex-noivo de Gabriela após prisão pela Polícia Civil. (Fernando Madeira |  Arquivo | A Gazeta)

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