Publicado em 21 de julho de 2025 às 22:02
Um bebê de 35 dias morreu durante um atendimento pediátrico no Centro de Vila Velha, nesta segunda-feira (21). O pai da criança disse à polícia que o filho foi levado ao consultório para o médico avaliar um quadro de refluxo. A Polícia Civil investiga o caso.>
Em depoimento na delegacia, o pai relatou que, na hora da consulta, perceberam que a fralda do filho estava suja. O médico, então, levou o bebê até o banheiro do consultório para limpá-lo e o virou de cabeça para baixo. Ao terminar de lavar a criança, notaram que ela estava com dificuldade de respiração e perdendo a frequência cardíaca. >
Já o médico informou à polícia que, durante a realização do atendimento, notou que o bebê tinha evacuado e o levou até o lavabo para limpá-lo, momento em que a criança passou mal. O médico nega que teria colocado o bebê de cabeça para baixo.>
O Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu/192) foi acionado para a ocorrência. Em nota, a defesa do médico, feita pela Metzker Advocacia, informou que o profissional prestou atendimento imediato, assim que notou a gravidade da situação. >
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"O bebê ainda apresentava sinais de vida no momento em que o SAMU assumiu o atendimento, sendo o próprio serviço de urgência quem solicitou que o médico se afastasse, a fim de garantir a condução autônoma dos protocolos de emergência. Tal versão será refutada por provas documentais, visuais e testemunhais, que demonstram a correção do atendimento prestado. O profissional lamenta profundamente o falecimento da criança, expressa sua solidariedade à família, e informa que também se encontra emocionalmente abalado com os acontecimentos", frisou a defesa. >
O médico foi conduzido para a 2° Delegacia Regional de Vila Velha. A defesa informou que ele foi liberado após a delegada não encontrar elementos para prendê-lo em flagrante. >
Em nota enviada às 19h40, a Polícia Civil informou as partes conduzidas à Delegacia Regional de Vila Velha, foram ouvidas pela equipe da Central de Teleflagrantes e liberadas. Tanto o médico quanto o pai da criança prestaram depoimentos e relataram as versão dos fatos. A clínica possui câmeras de videomonitoramento, e o DVR (equipamento com a gravação) foi recolhido e encaminhado para a Polícia Científica, para a extração das imagens. Além disso, o laudo do Instituto Médico Legal (IML), com o resultado da Necropsia, será juntado aos autos.>
"Diante da ausência de prova inequívoca da materialidade delitiva, bem como a inexistência de indícios suficientes de autoria delitiva, as partes foram liberadas e o caso seguirá sob investigação", finalizou a PC.>
Na terça-feira (22), um dia após a morte do bebê, a reportagem da TV Gazeta teve acesso ao laudo preliminar da certidão de óbito que aponta que o menino morreu em decorrência de "broncoaspiração por conteúdo gástrico".>
A reportagem entrou em contato com o Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) que disse que não se manifesta sobre casos concretos, a não ser nos autos. Entretanto, pode instaurar sindicância por meio de denúncia formal, com a devida identificação do denunciante, do médico denunciado, com o relato circunstanciado dos fatos, ou de ofício, após tomar conhecimento das informações em casos de repercussão pública.>
O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Vila Velha, informa que tomou conhecimento dos fatos e acompanha o caso, aguardando as investigações da Polícia Civil para análise e adoção das providências necessárias. "O MPES reforça seu compromisso com a defesa da vida e dos interesses da sociedade", finalizou em nota.>
Nota completa da defesa do médico
A defesa criminal do médico informa que ele prestou atendimento imediato ao bebê de um mês de vida que passou mal durante consulta realizada em sua clínica particular. O profissional permaneceu ao lado da criança, realizando os procedimentos necessários e monitorando os sinais vitais, até a chegada da equipe do SAMU.
O bebê ainda apresentava sinais de vida no momento em que o SAMU assumiu o atendimento, sendo o próprio serviço de urgência quem solicitou que o médico se afastasse, a fim de garantir a condução autônoma dos protocolos de emergência. Com mais de 40 anos de atuação na pediatria, o médico nega com veemência a alegação de que teria colocado o bebê “de cabeça para baixo”. Tal versão será refutada por provas documentais, visuais e testemunhais, que demonstram a correção do atendimento prestado.
O profissional lamenta profundamente o falecimento da criança, expressa sua solidariedade à família, e informa que também se encontra emocionalmente abalado com os acontecimentos. Ainda assim, reitera seu compromisso com a verdade, com a ética médica e com o total esclarecimento dos fatos, mantendo-se à disposição para colaborar com a investigação.
Vitória, 21 de julho de 2025.
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