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Antes de morrer, traficante do ES fez revelação sobre megaoperação no Rio

Antes de morrer, traficante do ES fez revelação sobre megaoperação no Rio

Alisson Lemos Rocha, conhecido como “Russo”, deu entrada no hospital antes de a Operação Contenção começar; informação foi revelada pela Folha de São Paulo

Publicado em 12 de novembro de 2025 às 10:02

Alisson Lemos Rocha, vulgo como “Russo” ou “Gordinho do Valão”, de 27 anos, foi morto em megaoperação no Rio de Janeiro
Alisson Lemos Rocha, vulgo como “Russo” ou “Gordinho do Valão”, de 27 anos, foi morto no dia de megaoperação no Rio de Janeiro Crédito: Redes sociais

O traficante do Espírito Santo que chegou a ser citado entre os mais de 120 mortos na megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro em 28 de outubro, na verdade, foi baleado horas antes de a ação começar. A informação foi apurada pela Folha de S.Paulo. Segundo a reportagem, Alisson Lemos Rocha, conhecido como Russo, afirmou aos policiais, cerca de quatro horas antes da ocupação nos complexos do Alemão e da Penha, que havia deixado a região após o vazamento de informações sobre a diligência. 

De acordo com a Folha de S.Paulo, apesar de inicialmente constar que Alisson e Michael Douglas Rodrigues foram mortos durante a Operação Contenção — divulgada pela Polícia Civil —, ambos foram feridos em um confronto com a Polícia Militar ocorrido horas antes da entrada das forças de segurança nos complexos. Dias depois, os nomes deles e de outros dois suspeitos foram retirados da lista oficial de mortos na megaoperação.

Embora o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), tenha citado Alisson como um dos mortos na operação e o apontado como chefe do Comando Vermelho no Espírito Santo, documentos obtidos pela reportagem da Folha de S.Paulo mostram que ele e Michael deram entrada no Hospital Municipal Salgado Filho cerca de quatro horas antes do início da ação, que terminou com 121 mortos — entre eles, quatro policiais.

O número de atendimento médico registrado no hospital consta também nas fichas de autópsia e no inquérito que apura as mortes, ocorridas após confronto com policiais em patrulhamento de rotina. Inicialmente, as identificações não tinham sido incluídas no registro de ocorrência, mas a Folha de S.Paulo apurou que o documento foi atualizado com os nomes dos dois.

Durante o atendimento, ambos disseram a policiais que eram lideranças do Comando Vermelho e que haviam deixado os complexos após saberem, por vazamento, da operação. O relato foi registrado em boletim de ocorrência na Delegacia de Homicídios. Ainda assim, a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro afirmaram que a informação não será investigada.

Em nota, o MP informou que “não recebeu, até o momento, qualquer informação oficial sobre eventual vazamento da operação”.

O secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, negou o vazamento. À Folha, declarou: “Quem disse que houve vazamento foram vocês. O que a gente afirmou é que, com a movimentação de viaturas, blindados e 2.500 agentes, os criminosos naturalmente ficam em estado de alerta em todas as comunidades. Repudiamos essa manchete sensacionalista.”

Já o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, afirmou em entrevista ao jornal que “para haver uma investigação, é preciso justa causa — não um policial que ouviu dizer num grupo de WhatsApp”.

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