Publicado em 12 de novembro de 2025 às 10:02
O traficante do Espírito Santo que chegou a ser citado entre os mais de 120 mortos na megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro em 28 de outubro, na verdade, foi baleado horas antes de a ação começar. A informação foi apurada pela Folha de S.Paulo. Segundo a reportagem, Alisson Lemos Rocha, conhecido como Russo, afirmou aos policiais, cerca de quatro horas antes da ocupação nos complexos do Alemão e da Penha, que havia deixado a região após o vazamento de informações sobre a diligência. >
De acordo com a Folha de S.Paulo, apesar de inicialmente constar que Alisson e Michael Douglas Rodrigues foram mortos durante a Operação Contenção — divulgada pela Polícia Civil —, ambos foram feridos em um confronto com a Polícia Militar ocorrido horas antes da entrada das forças de segurança nos complexos. Dias depois, os nomes deles e de outros dois suspeitos foram retirados da lista oficial de mortos na megaoperação.>
Embora o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), tenha citado Alisson como um dos mortos na operação e o apontado como chefe do Comando Vermelho no Espírito Santo, documentos obtidos pela reportagem da Folha de S.Paulo mostram que ele e Michael deram entrada no Hospital Municipal Salgado Filho cerca de quatro horas antes do início da ação, que terminou com 121 mortos — entre eles, quatro policiais.>
O número de atendimento médico registrado no hospital consta também nas fichas de autópsia e no inquérito que apura as mortes, ocorridas após confronto com policiais em patrulhamento de rotina. Inicialmente, as identificações não tinham sido incluídas no registro de ocorrência, mas a Folha de S.Paulo apurou que o documento foi atualizado com os nomes dos dois.>
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Durante o atendimento, ambos disseram a policiais que eram lideranças do Comando Vermelho e que haviam deixado os complexos após saberem, por vazamento, da operação. O relato foi registrado em boletim de ocorrência na Delegacia de Homicídios. Ainda assim, a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro afirmaram que a informação não será investigada.>
Em nota, o MP informou que “não recebeu, até o momento, qualquer informação oficial sobre eventual vazamento da operação”.>
O secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, negou o vazamento. À Folha, declarou: “Quem disse que houve vazamento foram vocês. O que a gente afirmou é que, com a movimentação de viaturas, blindados e 2.500 agentes, os criminosos naturalmente ficam em estado de alerta em todas as comunidades. Repudiamos essa manchete sensacionalista.”>
Já o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, afirmou em entrevista ao jornal que “para haver uma investigação, é preciso justa causa — não um policial que ouviu dizer num grupo de WhatsApp”.>
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