"Nunca falei nada para ninguém, mas hoje estou abrindo meu coração, não posso sofrer mais." Esse foi o desabafo de Maria Pires de Jesus, de 59 anos, agredida pelo próprio filho na Serra. O homem de 23 anos amarrou as mãos da mãe com um fio e a ameaçou até com enxada. A vítima conversou com a reportagem da TV Gazeta, nesta quinta-feira (9), e deu detalhes do que vem vivendo nos últimos anos.
"Eu estava com o dinheiro na mão para comprar uma passagem para eu viajar para fazer a obra (da igreja). Ele falava assim: você tem que me dar esse dinheiro, senão vou cortar sua cabeça. Ele me xingou muito. Aí eu falei: não faz isso comigo, não, eu sou sua mãe. Mas tudo o que eu pego ele quer", lamentou Maria, que sofre com o filho, que usa drogas, há mais de 10 anos.
A última agressão aconteceu na tarde de quarta-feira (8). Por volta das 13h, a pastora e catadora de recicláveis chegou em casa com pouco mais de R$ 100. O filho exigiu que ela entregasse o dinheiro. A vítima ainda relatou que o jovem pegou um fio de eletrodoméstico, amarrou as mãos dela e ainda tentou passar pelo pescoço. A mulher afirmou que o jovem também pegou uma enxada para matá-la.
Com as mãos amarradas pelo fio, Maria correu e passou por uma abertura que divide a casa dela com uma pequena igreja que funciona na parte frente da residência. Enquanto corria, o filho contornou a igreja com a enxada na mão.
Quando o agressor saiu pelo portão, a mãe já estava do lado de fora. Ela pegou um pedaço de madeira para se defender. Duas filhas que moram com ela também pegaram madeira para proteger a mãe.
Quem estava na rua parou para ajudar e acabou agredindo o homem. Uma viatura da Guarda Municipal que passava pelo local foi acionada e levou Julio Cesar Pires de Jesus.
A família carente mora numa casa inacabada. Maria disse que o rapaz faz tratamento, mas quando volta para casa as agressões continuam. Ela fez um apelo para que o filho seja internado para se libertar das drogas.
A Polícia Civil informou que Julio foi autuado em flagrante por lesão corporal qualificada e ameaça, ambos na forma da Lei Maria da Penha, e encaminhado para o Centro de Triagem de Viana (CTV).
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