Um abatedouro clandestino foi fechado, na manhã desta quarta-feira (8), por vender carne de cavalo como sendo de boi. O local ficava na região de Araçatiba, em Viana. Na hora em que os agentes da prefeitura chegaram, havia um animal com as patas amarradas, já abatido e desossado, e outros três prestes a serem mortos.
A operação, denominada "Pata Quebrada", foi feita por equipes da Secretaria de Meio Ambiente de Viana, do Programa de Bem-estar Animal É o Bicho! e da Secretaria de Defesa Social do município, junto à Guarda Municipal.
Assim que viram as equipes chegando, os suspeitos que estavam no local fugiram. No entanto, deixaram uma moto e uma bolsa com documentos para trás, além de um caderno de anotações com possíveis compradores. No local também havia equipamentos para desossa de animais, como machados e facas, além de currais e frigoríficos.
O material foi entregue à Polícia Civil, que vai investigar para onde a carne seria destinada. De acordo com a prefeitura, a carne de cavalo seria vendida como se fosse de boi, em alguns locais da Grande Vitória
Em 6 de setembro do ano passado, o local já havia sido fechado por equipes da Polícia Civil, da Prefeitura de Viana e do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf). Na época, oito pessoas foram presas. Apesar disso, o abatedouro ilegal voltou a ser utilizado para o crime.
Os animais foram resgatados e levados para um rancho. O cavalo abatido foi levado para descarte adequado.
Ainda durante a ação, após deixarem o assentamento, um carro passou em alta velocidade ultrapassando os veículos das equipes da prefeitura e capotou bem na frente deles.
Após identificação e checagem, a Guarda Municipal de Viana obteve a informação de que o carro era roubado. No veículo, houve duas vítimas: uma mulher teve o joelho fraturado e um homem apresentou fraturas diversas. Ambos foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
No Espírito Santo, o Ministério da Agricultura desconhece empreendedores rurais autorizados a produzir carne de cavalo. Se existe venda ou mesmo abate, o serviço é irregular, de acordo com o órgão. Podem ser comercializados aqui produtos vindos de outros Estados com certificação e autorização para realizar negociações interestaduais.
Embora não tenha registros sobre exportação do produto, o Espírito Santo também já chegou a vender carne de cavalo. Em 2003, o Estado faturou US$ 15.441 com a exportação do produto para a Áustria.
Os frigoríficos autorizados a abater cavalos no Brasil estão inscritos no Serviço de Inspeção Federal (SIF), o que garante que a segurança, a qualidade e a higiene da carne serão fiscalizadas.
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